sexta-feira, maio 31, 2013

Wolfe

Montenegro, onde me encontro desde ontem, é um nome algo mitológico em alguma literatura europeia, evocando o ambiente misterioso de uns Balcãs que, com frequência com forte razão, apareceram associados registos de mistério, intriga e violência.  

Há pouco, dei por mim a pensar nas personalidades montenegrinas de quem me recordava, para além, naturalmente, dos colegas diplomatas com que fui cruzando, alguns deles ainda tributários da excelente escola de diplomacia que existia na antiga Jugoslávia e que marcou muito, embora de forma diferenciada, os diversos países que resultaram da implosão do Estado criado por Tito. E cheguei, de imediato, a Nero Wolfe.

Nero Wolfe foi, verdadeiramente, o primeiro montenegrino que "conheci". Na minha adolescência li muitos romances policiais de Rex Stout onde a figura do sedentário e avantajado Wolfe, nascido no Montenegro e emigrado na juventude para os "States", acolitado pelo ativo Archie Goodwin, resolvia pela inteligência os mais complexos imbróglios.

Também eu, como muitos "fanáticos", procurei um dia, em Nova Iorque, a casa de pedra castanha onde Nero Wolfe teria "vivido", na West 35th street (onde não há casas de pedra castanha...). Devo dizer que passei a olhar as orquídeas de outra forma depois de ler as descrições que Stout fazia desse "hobby" requintado de Wolfe. E que a gastronomia começou a ganhar para mim uma importância maior nas páginas em que Stout descrevia os requintes alimentares da sua personagem (bem antes de Vázquez Montalbán, nos seus policiais, nos ter ensinado os truques culinários de Pepe Carvalho ou do Francisco José Viegas nos abrir o apetite com os gostos mais prosaicos de Jaime Ramos).

Neste último capítulo, e cá por coisas, sou hoje levado a pensar que não terá sido no Montenegro que Wolfe se aculturou à alta culinária... 

6 comentários:

Alcipe disse...

Foste à "montanha negra"?

Anónimo disse...

Em 68, precisamente, visitei Crna Gora, com passaporte português, e, na companhia de uma eslava, entre os centros turisticos que visitamos recordo umas termas, com um lindissimo parque de lazer circundante, relativemente frequentadas por sujeitos de idade mais avançada do que a nossa e o " meu guia" comentou: São termas que possuem substancias afrodisiacas naturais, queres experimentar? Bem sabes que não preciso, respondi.
José Barros

Alcipe disse...

Die lustige Witwe (La Veuve joyeuse en français) est une opérette autrichienne en trois actes de Franz Lehár. Le livret a été écrit par Victor Léon et Leo Stein d'après la comédie d'Henri Meilhac, L'Attaché d'ambassade (1861).

À Paris, à l'hôtel de l'ambassade de Pontévédro, une belle fête est organisée pour l'anniversaire du Prince régnant. L'ambassadeur, le baron Mirko Zeta, après avoir porté un toast, s'inquiète de sa femme, la belle Valencienne. Elle bavarde « en toute innocence » avec Camille de Roussillon qui lui déclare sa flamme, mais elle résiste. Apparaît la jeune et belle veuve du banquier de la cour, Hanna Glawari. Le comte Danilo Danilowitsch, revenant de chez Maxim's, est pressenti par raison d'État pour devenir l'époux de la belle et riche veuve. Danilo fait la sourde oreille car jadis, sur refus de son père, il n'avait pu épouser Hanna, alors modeste fille du peuple.
2.Le lendemain, la veuve offre une réception dans sa résidence. Elle se dit éprise de Camille, ce qui contrarie les plans officiels. Deux duos, l'un cavalier, l'autre d'amour, montrent que Danilo et Hanna n'ont cessé de s'aimer malgré le temps écoulé.
3.Soirée chez Maxim's. Après moult péripéties et intrigues, la veuve deviendra la baronne Danilowitsch et les biens resteront pontévédrins.

Anecdotes [modifier]

Le nom de Pontevedro est inspiré du Monténégro, petit État des Balkans qui était effectivement, au moment de l'écriture de l'opérette, en situation de faillite et dont il était alors courant de se moquer. Le prénom du héros Danilo (Daniel en français) est un clin d'œil à la réalité dynastique car le souverain de l'époque Nicolas Ier est le neveu de Danilo, dernier prince-évêque de Monténégro auquel il a succédé. La version française utilise le nom de Marsovie.

patricio branco disse...

são esses pormenores, tiques, manias, costumes, gostos que definem e humanizam um personagem literário policial e amenizam a narração da intriga e história.
nero wolfe conheço do cinema, carvalho de ler e a preparação dos seus pratos amadores distraem.
do português nada li, não sei como é...

Anónimo disse...

E as orquídeas?
Não esquecer as orquídeas!

outeiro

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro/a Outeiro: leu mal o post...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...