O Futebol Clube do Porto acaba de ganhar o campeonato. O Benfica, que, sem a menor dúvida, mostrou no campo um melhor futebol do que o de qualquer outro clube, ao longo de toda a época, ficou em segundo lugar, aquele que alguns consideram ser "o mais parecido com o último". O meu Sporting teve uma classificação historicamente modesta, mas bem merecida pela mediocridade do futebol que praticou.
Estou a ouvir na televisão os adeptos dos dois clubes que hoje mais estiveram em evidência. Para alguns, de um lado e de outro, estas coisas parecem ser o mais importante das suas vidas. Provavelmente, são mesmo!
14 comentários:
Não sei se o Sr. Embaixador percebe alguma coisa de futebol para as afirmações do primeiro parágrafo! Mas sei que tem toda razão e autoridade para lamentar os sentimentos expressos pela mole popular. Passam os anos e parece que, nestas questões, tudo é muito mais rudimentar...
Mas, nós portistas, ao menos, contribuímos para uma forte receção do PIB (do Pesporrente Imperial Benfiquismo).
É engracada a arrogancia com que continuam a classificar os adversarios de eternos arrogantes.
Senhor Embaixador: o que.francamente, me deixa irritado é a insistencia dos reporteres nas mesmas perguntas proporcinando sempre as mesmas respostas.
É um verdadeiro apelo a expressão dos mais descontrolados sentimentos dos adeptos.
A recessão (agora corrigida) também é jornalística: Os mesmos que vejo diariamente em todos os eixos (do mal e do bem) a dissertarem com “grande profundidade” sobre medidas financeiras e económicas (e todas), ridicularizando os ministros, estão agora mesmo, nos dias seguintes e trios de ataque a criticar, com toda a “competência”, o árbitro porque viu um penalti que não existiu e o treinador porque a tática foi de “retranca”…Esfreguei os olhos para confirmar que não estava a ver mal! Que sabedorias espantosas…
O futebol é mais que nunca o símbolo do "sport business", uma industria bem rodada que cria as suas próprias stars e os propulsa por meio de milhões de euros nos campeonatos europeus. Os clubes ingleses, espanhóis, franceses e alemães preferem os homens de negócios, os "people" , os oligarquas e os emires, aos "génios" oriundos das classes trabalhadoras de ontem. O estádio é agora um lugar de encontro na moda, onde se fazem negócios, e onde os políticos se devem mostrar para não serem esquecidos.
Encharcado de vez em quando em historias de sexo, de salários e prêmios escandalosos, é o espelho duma certa sociedade excessiva, em perda de referências, uma sala dos mercados que terá deixado os seus valores no vestiário. Estamos longe dos meus "matches" com a bola de trapos, que o Sr.José Barros e eu afeccionamos!
Este paralelo pode parecer simplista, mas os sintomas são similares: omnipresença do dinheiro, individualismo exacerbado, orgulho, medias servis utilizados até à exaustão, violência verbal e não só, dentro e fora dos estádios, que os dirigentes dos clubes têm dificuldade a gerir, racismo e xenofobia... tudo isso está presente!
Apesar de tudo , o futebol resta um desporto excepcional, um catalisador de emoções colectivas sem equivalente, o desporto popular por excelência.
Pena é que não possa ser posto ao serviço da educação das massas, no sentido do respeito da ética e da formação do cidadão.
Senhor Embaixador:
Pegando no profundo e original argumento do 1.º comentador [Anónimo], direi que estão muito bem uns para os outros (portistas e benfiquistas, o caso em apreço, mas em redor não vejo muito melhor).
Aliás, as estratégias são semelhantes, a pesporrência, a falta de inteligência e, sobretudo, de coerência dos argumentos, são filhas da mesma cultura (ou da falta da dita).
Se um árbitro não marca um penalti (ou 2 ou 3) a favor do Sporting, é sujinho. Se inventa um penalti fora da área, em que o infractor nem chega a tocar no jogador que tropeça na relva e se atira para o chão, se ainda por cima expulsa o jogador que «comete» a falta inexistente, e logo no início do jogo, é limpinho.
Enfim, esperava melhor neste espaço de tolerância, inteligência, boas maneiras, afabilidade e educação que o senhor nos disponibiliza.
Se calhar estou a querer demasiado para as nossas posses... é que andamos a viver acima das nossas possibilidades desde há muito tempo, é o que os presidentes e treinadores da política nos dizem.
E se calhar é verdade.
Realmente o penalti de ontem não existiu (o mesmo não se diga nem da falta nem do vermelho).
Foi assim como que um penalti "à Capela", perdão, foi "à benfica"....
E sim, Sr. Embaixador, o futebol ocupa uma parte substancial da vida de muitos.
O que é incompreensível para alguns é fácil perceber para outros, quando não se tem mais nada que nos faça feliz.
Infelizmente são !
País de "joãozinhos das perdizes" (Julio Dinis) ! ....uns orientados por peralvilhos... outros.por novos-ricos!
Em 2013:
Farsantes, Futebol e Fado!
Alexandre
"Estas coisas parecem ser o mais importante das suas vidas". Esta sua "narrativa..." assenta que nem uma luva. Mal de nós, Portugueses!
Não deixa de ser interessante a análise detalhada que se faz de cada jogo quase jogada a jogada. Um rastreio de acuidade visual através da interpretação de imagens de jogo de futebol daria uma panóplia de diagnósticos quase infinita , sendo que alguns conseguem ver para lá das imagens...
O resultado da medição de forças entre uma proatividade e uma reatividade é por vezes desconcertante é isso que torna o futebol aliciante...
Depois é um assunto acessivel para entabular diálogos, afinidades, controvérsias...
Preocupante o fanatismo e a ausência de fair play de alguns adeptos.
Tenho pena, mas nunca irei perceber o atractivo que o "football" tem para atravessar transversalmente a sociedade portuguesa da forma como atravessa mas..... o defeito deve ser meu....
é o ópio do povo
"Para alguns, de um lado e de outro, estas coisas parecem ser o mais importante das suas vidas. Provavelmente, são mesmo! "
pois. é que no futebol as coisas mudam. ha vitorias, ha derrotas, e mais ou menos o melhor, no fim e premiado.
veja a quantidade de votantes das eleicoes do benfica e do sporting.
é porque as pessoas acreditam que o seu voto vale alguma coisa.
quantos politicos é que ha que dirijam o pais, com o interesse do pais acima de tudo, como fara pinto da costa com o seu fcp?
pois...
Numa altura em que N. S. de Fátima desempenhou(a) um papel tão decisivo na política do país, andam estes superficiais a falar de futebol e fado... Valha-nos S. Jorge.
Saudações leoninas.
Guilherme.
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