quarta-feira, março 02, 2011

O meu "spread"

Ao notar, por estes dias, o gozo alarve de alguns blogueiros e afins, que se deliciam com qualquer sinal que indicie a necessidade de Portugal vir a ter de recorrer a ajuda externa, sem cuidar minimamente das profundas consequências negativas que decorreriam para o nosso país de um tal cenário, apenas degustando, por antecipação e com total irresponsabilidade, as decorrências políticas que pudessem satisfazer os seus ódios mesquinhos de estimação, sou levado a constatar que, entre mim e essa gente, existe, na bolsa de valores nacionais, (e para usar, em sentido figurado, um termo que excita esses figurões) um imenso e insanável "spread".

15 comentários:

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente este Post!
P.Rufino

Anónimo disse...

Bravo, Embaixador.Há que chamar os bois pelos nomes.

Anónimo disse...

A apreciação que os EUA fazem do nosso país, ("... portugal sofre de um complexo de inferioridade...")é revelador do mainstream que graça(ou desgraça)por este país fora.
A politica de terra queimada ainda é um sonho para muita gente.

Eduardo Antunes

Anónimo disse...

Pois cá em Chaves diz-se...

Sim Senhor!!!

Isso é que É tê-Los no Sítio...

Os argumentos, Claro...

Sr. Embaixador...
No seu melhor.
Subscrevo o P. Rufino, pagando direitos de autor
Isabel Seixas

jose albergaria disse...

Tem toda a razão.
O artigo da jornalista Teresa de Sousa, publicado hoje no Público, é deveras interessante e conexo ao seu post.
Se me é permitido uma observação, eu trocaria (nestes tempos de revolta no mundo islámico)a expressão "alarve", talvez, por "indecoroso","bestial".
Não releve a minha ousadia, mas as palavras importam...e de que maneira!
José Albergaria

Helena Sacadura Cabral disse...

Abençoado spread Senhor Embaixador. Honroso.
Porque o facto de não apreciar quem me governa, e de discordar de muitas medidas que foram tomadas, não me faz gostar menos do meu país. Nem dos portugueses. Pelo contrário. E se a vinda de ajuda externa for necessária, é com o coração cheio de mágoa que a vejo chegar.

Anónimo disse...

Senhor Embaixador:apoio total a este post.É imensamente reconfortante que alguém como V.Exa denuncie vigorosamente tais comportamentos. Como dizia,há tempos, Frei Bento Domingues, são verdadeiros mensageiros da desgraça.
E, acrescento eu, imprimem-lhe um certo tom de se sentirem deliciados.
EGR

The Mother of Mothra of ALL Bubbles disse...

e é um spread de faith?

ou é um spread de butter?

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro pling a lot: foi com o maior prazer que publiquei o seu comentário. Nenhuma maior "glória" o meu post poderia ter tido do que ser lido e comentado, com a esperada "elegância", por quem pertence ao grupo daqueles a quem o texto se dirigia.

باز راس الوهابية وفتواه في جواز الصمعولة اليهود. اار الازعيم-O FLUVIÁRIO NO DESERTO disse...

GRADECIDO

MAS INFELIZMENTE EU SOU DOS OUTROS

NÃo sou um abutre em lista de espera

sou a carniça semi-morta que espera ser devorada

mas gradecido pela resposta de vossa incelência

rosapurpura disse...

Sou Portuguesa de Portugal, gosto muito do meu pais e tudo o que lhe é inerente, até simpatizo com quem nos gorverna,pese embora algumas medidas com as quais descordo(que seria do branco se toda a gente gostasse do preto), mas o que me irrita profundamente é a hipocrisia destes, com perdão da expressão. "politiqueiros" que se auto reproduzem, porque quando mudam as pessoas as ideias continuam as mesmas, que não querem saber dos cidadãos que os elegem, não estão "nem ai" para os problemas do pais e das pessoas, e são os "iluminados" da desgraça. E nós... o que fazemos??? Esparamos que venha o D. Sebastião, numa manhã de nevoeiro, salvar o reino.

Bem haja.

tempus fugit à pressa disse...

politiqueiros que se auto reproduzem, é um contra census?

se se auto-reproduzissem estariamos afogados em políticos

felizmente aguardam mais ou menos impacientemente a sua voltinha pela ribalta

porque quando mudam as pessoas, mudam?

aparentemente mudam
mas no fundo o spread de mudança é tão pequenino

e tão hereditário nas cúpulas

Francisco Seixas da Costa disse...

Em outros locais, houve quem criticasse a posição que assumi neste post, considerando-a seguidista da doutrina oficial na mátéria. De estranhar, julgo eu, seria o contrário... Porém, esses críticostalvez devessem atentar no facto de, até agora, TODOS os responsáveis pelos partidos políticos portugueses com assento na AR, bem como o Senhor Presidente da República, terem sempre expresso opiniões contra o recurso à ajuda do FEEF/FMI. Estou, portanto, em ampla companhia.

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Caro Seixas da Costa

Obviamente de si não seria de esperar outra posição, obviamente pela sua posição. Como sabe, no entanto, há sempre um enorme spread - tão ao seu gosto e tão de formação bancária - que separa o povo de uma elite provinciana que tem sequestrado Portugal há muitos anos, senão séculos. Só que essa elite cometeu nos últimos anos um erro. Deu ao povo uma cana de pesca potencialmente capaz de pescar peixe mais grosso do que o peixe pescados pelas elites do poder. E entre os partidos políticos e o presidente da República existe uma mole de gente sem lealdades senão a consciência que se chama sociedade civil que os políticos e a política temem. E reconheça, SC, que factos (e não fatos) são factos a que a situação de decadência Portuguesa não é estranha.

Saudações cordiais e respeitosas de quem não vê adversários na diferença

(c) P.A.S. Pedro Almeida Sande disse...

Para complementar e ajudar à percepção do spread que separa a sociedade civil da política comprometida,
este excerto do "amigo" TM do Quarta República:

9.Mas, sendo certo que não poderemos viver nos próximos anos sem alguma forma de ajuda externa em grande escala, terá de haver outras razões por detrás desta recusa obstinada em relação a uma específica AJUDA externa – a do FEEF/FMI: será o sindroma das contas públicas da República Helénica?...Ou ainda outras, porventura mais insondáveis?...

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...