Ainda a Líbia. O filósofo Bernard-Henri Lévy é uma conhecida figura do panorama intelectual francês, onde a sua postura e tomadas de posição não deixam, às vezes, de suscitar alguma polémica.
Na crise recente da Líbia, BHL (com DSK - Dominique Strauss-Kahn -, Lévy está entre as escassas personalidades francesas que podem ser identificadas apenas pela sigla do seu nome) acabou por ter um papel marcante, ao ter sido a pessoa que convenceu o presidente Nicolas Sarkozy a receber e aceitar a legitimidade do "Conselho Nacional de Transição", representativo da oposição ao coronel Mouammar Kadhafi .
Porque este golpe de "diplomacia paralela" tem algumas curiosidades a notar, sugiro que leiam isto.
9 comentários:
"diplomacia sem gravata" ; )
Pois há os maus rapazes que se fizeram soldados e os bons moçoilos que lutam pela liberdade
há os bons mortos e os mortos que já deviam estar mortos
no fundo uns sacos de água a ficarem com o carbonato de cálcio a brilhar em areias com petróleo
são muito diferentes de 4 milhões de ossadas nas selvas e nas lixeiras do congo
percebe-se perfeitamente o petróleo a arder alumia os ossos
dos demónios compostos de químicos
Nas suas viajes num conheceu o
Jean Bedel Bokassa
foi um dos muitos demónios construídos e destruidos pelos franceses?
a con tece
teias de razões muy finas
que as carcassas das moscas
sejam amigas ou inimigas
a aranha não sabe
nem quer saber
só quer sorver os fluidos
Oh Julia vê-se bem que é Mulher e leão...
Mas não gostou? Eu gostei.
Isabel Seixas
um free lancer da diplomacia, um reporter não enviado, um investigador dos bas fonds do terrorismo internacional e não só.
bem penteado, a gravata não faz falta, proximo e intimo dos poderes, sarkozy ou chirac. certamente com boa dose de vaidade, narcisismo. mas fazem falta figuras como esta para valorizar a intelectualidade intervencionista dum país.
em portugal temos alguem que se assemelhe ou corresponda? pacheco pereira? é diferente, não, não temos. e quanto às relações com o poder, CS nunca aceitaria ter próximo e à mão uma figura assim.
a frança segue pois uma tradição intelectual publica que vem de longe, dos rousseaus e voltaires, montaignes, raymonds arons, sartres e camus, vindos de vários quadrantes mas com o mesmo estatuto e funções.
Diplomacia da tanga e da exploração da emoção. Falta falar na Carlinha, que também teve grande influência. E o Sarko ? Claro, vai subir nas sondagens. Mais uns mortos, que interessa a quem se preocupa apenas por exemplo com a falta de unidade na diplomacia externa da UE? Por que não vão ao Iémen ou ao Barein (onde até estão forças militares de paises vizinhos à vista de toda a gente) ou à Costa do Marfim? Por que não vão "proteger" também esses povos? Enfim... Mais uma guerra! O petróleo precisa de ser controlado por "boa gente" e a indústria de armamento ocidental precisa de mostrar que vale alguma coisa depois dos desastres no Iraque e no Afeganistão. Mais um desastre? Infelizmente vai ser!
Senhor Embaixador
Diplomacia paralela. A França sempre a teve. Concordo inteiramente com Patrício Branco quando diz, "a frança segue pois uma tradição intelectual publica que vem de longe, dos rousseaus e voltaires, montaignes, raymonds arons, sartres e camus, vindos de vários quadrantes mas com o mesmo estatuto e funções".
E a prova de como "a imagem" em política também conta. Se é que não é o que mais conta...na sociedade burguesamente democrática em que vivemos.
Filosofo playboy, casado com uma actriz, íntimo dos intelectuais franceses de esquerda e de direita normalmente bem colocados na vida,
BHL tem sabido destacar-se. Goste-se ou não do que diz e do que faz -eu não gosto particularmente -, sabe-se sempre quem ele é!
Pegando no que diz HSC, volto a comentar o interessante tema.
cito alguns mais: hugo, a pena de morte e a comuna; zola e o caso dreyfuss; mauriac, a guerra de espanha e a argelia; malraux, a guerra de espanha, o nazismo e a indochina; mauriac, malraux e a amizade com de gaulle; BHL c/ mitterrand e os que se seguiram.
Noutros paises não sei se houve situações iguais com os intelectuais, os casos de bertrand russell, orwell, cohn bendit e chomsky são diferentes, mais como sartre, embora continue a ser grande activismo publico, politico de intelectuais.
Em frança é tambem a relação com o poder que caracteriza isto.
Em portugal, não sei se houve presidentes ou governantes que se relacionaram com intelectuais e os usaram, aproveitaram. Certamente que não com o actual, ou nada sei.
Meu caro Patrício Branco, a sua deixa sobre o Portugal actual fez-me dar uma bela gargalhada. Haja Deus, que foi a primeira do fim de semana. Ufa!
O meu rudimentar francês não me permite entender o texto que aconselha.Parece-me que os leitores do seu blog são eximios em linguas, pois eu não.
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