Custa-me imenso separar-me dos meus livros, sobretudo de livros portuguêses, mas vou mandar com muito gosto. Bien à vous deux pour votre bienveillance!
Eu não subscrevo os dois primeiros comentários. Não me custa nada separar do que quer que seja, quando suponho fará mais falta a alquém do que a mim. E nunca me fez falta nada do que dei. Nada.
A propósito de Timor: Na aldeia onde vivo, era vulgar faltar a eletricidade durante o Inverno, às vezes por períodos prolongados. Irá para sete ou oito anos, um vendaval deixou-nos em luz durante dois dias. Ao segundo dia, decidi comprar um gerador, que esgotaram em Braga e me obrigou a ir ao Porto comprá-lo. Quando cheguei a casa, tinha regressado a luz. Muito pouco tempo depois, num programa da Antena 1 em direto de Timor, alguém se queixava que o seu gerador tinha avariado e que estavam sem luz. Chamava-se Avô .... (esquece-me o resto) e vivia algures nas montanhas. Parei o carro, telefonei para a Antena 1 e ofereci o gerador, novo sem ter trabalhado. Mandei fazer um caixote que enchi com material elétrico diverso, e mandei entregar em Lisboa na morada que me indicaram. Desde essa data, nunca a luz falhou mais do que curtos períodos durante uma trovoada.
A única coisa que nestes casos me angustia é a dúvida de que nada tenha chegado ao destino...
Caro Guillerme, O seu comentario deixou-me extremamente comovida. Os "meus" livros portugêses são o meu elo, o meu "lien" permanente com os meus, com o meu pais. Eles são, para mim, como pão para a boca. Passei os 3/4 da minha existência no estrangeiro. A primeira lingua que "falei" foi o chinês e, hoje em dia, falo mais francês e inglês que português (é, sem duvida, por isso que o falo e escrevo tão mal...). Acontece-me ler em voz alta passagens de livros dos meus escritores portuguêses preferidos.
Aqui em Paris, nos momentos mais criticos dos conflitos em Timor, demos muito do nosso tempo e energias para angariar meios para construir uma escola em Timor. Foi pouco, bem sei. Repito: vou mandar livros em portugês para Timor.
6 comentários:
Custa-me imenso separar-me dos meus livros, sobretudo de livros portuguêses, mas vou mandar com muito gosto.
Bien à vous deux pour votre bienveillance!
Subscrevo...
Também a Helena
Isabel seixas
Eu não subscrevo os dois primeiros comentários.
Não me custa nada separar do que quer que seja, quando suponho fará mais falta a alquém do que a mim. E nunca me fez falta nada do que dei. Nada.
A propósito de Timor:
Na aldeia onde vivo, era vulgar faltar a eletricidade durante o Inverno, às vezes por períodos prolongados.
Irá para sete ou oito anos, um vendaval deixou-nos em luz durante dois dias.
Ao segundo dia, decidi comprar um gerador, que esgotaram em Braga e me obrigou a ir ao Porto comprá-lo.
Quando cheguei a casa, tinha regressado a luz.
Muito pouco tempo depois, num programa da Antena 1 em direto de Timor, alguém se queixava que o seu gerador tinha avariado e que estavam sem luz.
Chamava-se Avô .... (esquece-me o resto) e vivia algures nas montanhas.
Parei o carro, telefonei para a Antena 1 e ofereci o gerador, novo sem ter trabalhado.
Mandei fazer um caixote que enchi com material elétrico diverso, e mandei entregar em Lisboa na morada que me indicaram.
Desde essa data, nunca a luz falhou mais do que curtos períodos durante uma trovoada.
A única coisa que nestes casos me angustia é a dúvida de que nada tenha chegado ao destino...
Os livros, seguramente que chegarão.
Caro Guillerme,
O seu comentario deixou-me extremamente comovida. Os "meus" livros portugêses são o meu elo, o meu "lien" permanente com os meus, com o meu pais. Eles são, para mim, como pão para a boca. Passei os 3/4 da minha existência no estrangeiro. A primeira lingua que "falei" foi o chinês e, hoje em dia, falo mais francês e inglês que português (é, sem duvida, por isso que o falo e escrevo tão mal...). Acontece-me ler em voz alta passagens de livros dos meus escritores portuguêses preferidos.
Aqui em Paris, nos momentos mais criticos dos conflitos em Timor, demos muito do nosso tempo e energias para angariar meios para construir uma escola em Timor. Foi pouco, bem sei. Repito: vou mandar livros em portugês para Timor.
Excelente !
+1
(e provavelmente uma próxima contribuição activa na divulgação e no apoio, atravès um meio original)
Mario Pontifice
Prometi e finalmente cumpro. Quem estiver interessado em mandar livros para Moçambique pode fazê-lo entrando em contacto com:
ibo.biblioteca@gmail.com
Através deste endereço electrónico ficarão a saber como proceder.
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