segunda-feira, julho 06, 2009

Grave

Há dias, dei por mim a perguntar-me de onde viria aquele fácies grave que quase todas as modelos assumem na "passerelle", aquele ar de zangadas com o mundo que parece ser estilo obrigatório da profissão. Porque não sorriem, quando muitas delas (e nós, por tabela) só ganhariam com isso?

E cheguei à conclusão de que, sendo Paris a capital da moda, talvez tenham apanhado aquele trejeito no "carão" fechado que caracteriza a grande maioria dos empregados de café e restaurantes desta cidade, os quais, em geral, levam esta forma de antipatia snob a um grau de sofisticação que quase se transformou já numa caracterização antropológica da espécie.

6 comentários:

Anónimo disse...

Se bem que estes empregados nao sejam antipaticos em todos os estabelecimentos, às vezes é preciso lutar contra a corrente. Estes dias, quando ao fim da refeiçao pedi para me servirem "um bom café" o empregado replicou com o seu mau humor que ali so se vendia "bom café". Perdoe-me a tautologia mas o café é mesmo bom, disse-lhe depois ao pagar! O que nao é regra em todos os restaurantes de Paris! E agora o empregado deixou escapar um sorriso de simpatia ou comercial...
José Barros

Anónimo disse...

Este Post fez-me recordar uma pequena história que outro dia ouvi num jantar de amigos. Um dos convivas, indivíduo com cara de quem não parte um prato, contou-nos que tinha pedido uma “bica” num determinado café e que a empregada, sempre de “carantonha” feita, em vez de lhe servir na ponta do balcão onde ele se encontrava e tinha efectuado o pedido, veio a “depositar” a dita “bica” no lado oposto, onde ela se estava no momento, com o seguinte “dizer”, acompanhado de um tom de voz com decibéis acima da média – “está aqui a sua bica, venha aqui bebe-la, ou buscá-la, se quiser!” O autor da história, perplexo, dirigiu-se à ponta do balcão, pegou na chávena e foi espalhando, com toda a calma, o café ao longo do balcão até onde se encontrava antes, deixando depois ali ficar a dita chávena e olhando a referida mal-encarada – que estava incrédula – despediu-se com um “bom dia”, saindo porta fora. Naturalmente, ficámos todos espantados, pois não esperávamos tal atitude daquele nosso comum amigo. Mas acabámos todos a rir com o episódio.
P.Rufino
PS: quanto ás modelos, aqui há uns tempos foi-me apresentado um “exemplar” que, na ocasião, me apontou um braço esticado e a mão mole, descaída, para eu cumprimentar (seria?), tudo isto com ar muito enjoado, uma atitude que eu reparara tinha tido com anteriores a quem fora igualmente apresentada. Apertei-lhe aquela mão mole - com firmeza – não sei “se terei exagerado um bocadinho”, mas “pareceu-me vislumbrar” um pequeno esgar. De que teria sido?

Anónimo disse...

Creio que esta problematica do sorriso em Paris nao se aplica unicamente às/aos modelos nem aos empregados de café mas à populaçao em geral.
Como diria alguém da minha familia : "Parece que toda a gente lhes deve dinheiro e que ninguém lhes paga !".
O SORRISO é algo que foi esquecido no codigo genético dos parisienses.
Felizmente que a Medicina por aqui é eficaz. Sera esta a unica justificaçao pela qual a esperança de vida é elevada. Sim, porque nao é sorrindo e muito menos rindo que os parisienses ganham anos de vida.

Julia Macias-Valet

Ana disse...

eu acho que a cara fechada dos modelos vem da vida complicad a que se propuseram... dieta, horários complicados, corpo na rota da moda, brancs no verão para fotografar a moda de inverno, morenas no inverno a fotografar ao frio para mostrarem a modade verão...

Helena Sacadura Cabral disse...

Por aqui é diferente. Os empregados falam-nos em português do Brasil...

Anónimo disse...

Resposta a Helena Sacadura Cabral :

Sorte a sua, né !?

Julia Macias-Valet

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...