Já não me lembro de quando comprei o meu primeiro laptop. Mas recordo-me muito bem de que, à saída de Nova York, há mais de vinte anos, investi num Toshiba, bem caro, que era então considerado um topo de gama. Hoje, ele jaz numa estante em Vila Real. A sua capacidade é ínfima e não serve rigorosamente para nada. Como não servem outros dois ou três laptops que entretanto, com os anos, fui deixando de parte e nem sei bem onde estão. Resumindo: deixei, por completo, de usar laptops - curiosamente o género de computador que, fora dos escritórios, creio ser o mais utilizado no mundo. Mas não, em definitivo, por mim.
Hoje, salvo umas raras horas em que me sento em frente a um imenso Mac, que já me arrependi de ter adquirido, e face a outro desktop, com mais de uma década, que tenho lá no Norte, a minha vida informática, tirando o iPhone, reduz-se aos tablet. Sem um iPad - e já tive vários - quase não conseguiria organizar a minha vida. Por isso, "para mal dos meus pecados", passo o meu tempo a "debicar" no ecran do meu tablet - onde tenho as mensagens, o Whatsapp e através do qual chego mesmo a falar ao telefone. Muitas vezes, é pelo iPad que intervenho em televisões e participo em reuniões.
Por que venho agora com esta conversa? Porque ontem, numa reunião, alguém me passou para a mão um laptop. A ideia era que eu visse um documento com várias páginas. E foi então que me descobri a tentar, com o dedo, mover a página em causa. Estava nisto, sem sucesso, há uns segundos quando uma voz feminina, onde só ligeiramente detetei uma réstia de aceitável ironia, me esclareceu: "Olhe que isso é um desktop...". E foi estão que me lembrei, na ausência de um "rato", de tocar as teclas necessárias para "andar" através do documento.
O momento foi embaraçante? Não foi. Tive a reação que teria um miúdo de oito ou nove anos, o que só me rejuvenesce...
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