Aquele taxista, ao contrário do costume, falava do assunto com ar divertido. Queixava-se do incómodo que a onda de tuk tuk cada vez mais representa para a fluidez do tráfego em Lisboa. "Param em todo o lado, impedem a passagem dos carros. Há zonas onde quase não se pode andar!", comentou. E, com um sorriso, adiantou mesmo: "Muita dessa malta que anda aí nos tuk tuk quase não fala português, mas fazem de guias turísticos. Alguns, quando passam no Marquês, apontam para a estátua com o leão e dizem 'ali está o Camões', mostram o Cristo-Rei e dizem: 'Vejam o Salazar de braços abertos' ".
Os taxistas bem dispostos podem ser uns exagerados, mas, a grande distância, são preferíveis aos outros, macambúzios e mal-encarados. Porém, às vezes, tenho-me perguntado: se eu fosse taxista, com que estado de espírito chegaria ao fim de um dia de trânsito em Lisboa?
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