segunda-feira, abril 01, 2019

Ainda há boas notícias


Na passada semana, estive presente na cerimónia durante a qual o príncipe Aga Kahn, fez oferta ao Museu Nacional de Arte Antiga de dois belos quadros que faziam parte do recheio do Palacete Mendonça, adquirido pela instituição Aga Kahn para sua sede em Lisboa. Um outro quadro será oferecido, dentro de semanas, ao Museu Soares dos Reis, no Porto.

Num mundo onde a solidariedade anda pelas horas da morte, é um gosto ver Portugal a poder acolher esta como outras meritórias iniciativas da instituição "do bem" como é a Fundação Aga Khan, a qual, sem grandes alardes, promove uma notável obra internacional de cooperação e de difusão cultural, com forte sentido universalista.

A transferência para Portugal das estruturas institucionais ligadas ao líder ismaelita foi uma das boas notícias dos últimos anos.

A comunidade ismaelita portuguesa, uma orientação muçulmana com raízes em Moçambique, constituiu-se em Portugal, em especial após 1974, como um setor dinâmico, muito respeitável e com um profundo sentido de responsabilidade social.

A figura tutelar de Nazim Ahmad, que no nosso país dirige a Rede Aga Khan para o Desenvolvimento, é uma personalidade que honra, simultaneamente, a Fundação e o nome de Portugal, representando, de forma exemplar, o trabalho dessa comunidade de prestígio, cujo percurso acompanho, desde há muito, com sincera admiração. Tive o gosto de ver o príncipe Aga Khan receber o prémio do Conselho da Europa, quando exerci as funções de diretor executivo do Centro Norte-Sul, daquela organização internacional.

Num tempo de tropismo para a crítica, vale a pena destacar - e lembrar, porque normalmente não são notícia - as coisas positivas que por aí ainda ocorrem.

2 comentários:

José Correia disse...

O seu conceito de solidariedade,anda nas ruas da amargura...!!!

Joaquim de Freitas disse...

Quando se recebeu, todos os dez anos, o seu peso em ouro, em diamantes e em platina, dos seus súbditos, pelos menos três vezes na vida, pode-se praticar a benemerência durante muito tempo.

Por respeito pelo blogue e o seu autor, não transcrevo o que dizia aquele muçulmano que pilotava o veleiro típico em Assuão, quando passava em frente do mausoléu do Aga Khan, construído no alto da colina…Verdade seja dita, que o piloto talvez fosse sunita…isto é, da outra família.

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