Eu sei que é da lei, mas custa-me ver que alguém que tenha dinheiro "compra" liberdade, por uma caução financeira de algumas dezenas de milhar de euros, enquanto um pobre pilha-galinhas vai parar com os costados à cadeia, sem remissão, por ter roubado fruta.
E há uma outra desigualdade social de que, por "omertà", ninguém fala: aos detidos de certo nível social são concedidas facilidades prisionais em termos de "alojamento", enquanto o comum dos mortais vai para a "vala comum" das celas coletivas. Se a prisão é (também) uma punição, deve ser a gravidade do crime a medida de todas as coisas.
Por que será que este é um assunto tabu? Incomoda abordá-lo? A injustiça também se pratica nas casas da Justiça?
5 comentários:
Por outro lado os pilha galinhas não correm o risco de ir de prisão preventiva porque o juiz de instrução desconfia deles e decide fazer justiça pelas próprias mãos.
Se a prisão é (também) uma punição, deve ser a gravidade do crime a medida de todas as coisas.
A punição do crime é a privação de liberdade. Essa privação de liberdade é a medida da punição. Não pode haver uma punição extra, como seria, para os detidos de uma certa classe social, o terem que ser reduzidos a outra classe social.
Isto é conforme o vento: nuns dias, os juizes não fazem nada e qualquer gatuno sai em liberdade (razão pela qual não vale a pena chamar a polícia); noutros dias, todos os pobres gatunos são presos e apenas os grandes patifes se safam (razão pela qual devemos ter pena dos "pilhas galinhas").
É assim. É o vento nas cabelas.
@Luís Lavoura
Prodigioso o seu contorcionismo retorico.
"A punição do crime é a privação de liberdade. Essa privação de liberdade é a medida da punição."
Esta bem visto sim senhor
" Não pode haver uma punição extra, como seria, para os detidos de uma certa classe social"
Tambem esta bem visto sim senhor, embora logo a seguir descambe.
Porque razão quem já e de uma classe social desfavorecida tem de lavar com uma punição extra ?
E já agora quem rouba para comer não deve ser colocado no mesmo patamar de alguem que rouba um banco ou engana milhares de Portugueses fazendo-os ficar sem as suas poupanças. Porque o primeiro roubou por necessidade (e ai ate se pode considerar que houve falha do estado) enquanto que o 2 nao foi por necessidade que roubou mas sim por ganancia.
Não tenho qualquer simpatia por nenhum dos Loureiros laranjas que periodicamente vão merecendo malhar com os ossos na cadeia.
Mas meter figuras públicas em prisões normais tem muito para correr mal e aumentar os riscos desses condenados, tornados alvos fáceis de vinganças por que sim de uma população cujo controlo de violência poucos se empenham em defender.
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