Lembro-me como se fosse hoje, e já passaram cerca de quatro décadas. Levámos aquela delegação líbia a jantar ao "Faz Figura", que estava então muito na moda. À mesa, notámos que nenhum deles tocou em álcool, optando por sumos ou água mineral. Um grande contacto posterior com muçulmanos veio a ensinar-me que a leitura dos ensinamentos do Corão, no tocante às bebidas alcoólicas, é muito variável. Na Líbia, Mouammar Khadafi tinha proibido, em absoluto, a importação e o consumo de álcool. Por essa razão, não estranhei a atitude coletiva do grupo.
No dia seguinte, um dos motoristas que nos acompanhava na ronda de visitas empresariais e institucionais à delegação líbia, deixou cair: "Sabe que a noite de ontem foi longa, senhor doutor...".
Não percebi. Tínhamos saído do restaurante bastante cedo! Entre risos, ele explicou: "Os líbios sabem "da poda": pediram-nos logo para ir ao Tamila. Alguns saíram de lá "aos bordos"! E a festa continuou no hotel!" Não cuidei de saber mais pormenores.
Não percebi. Tínhamos saído do restaurante bastante cedo! Entre risos, ele explicou: "Os líbios sabem "da poda": pediram-nos logo para ir ao Tamila. Alguns saíram de lá "aos bordos"! E a festa continuou no hotel!" Não cuidei de saber mais pormenores.
Onde estarão hoje esses líbios?
5 comentários:
É Alcorão, como o grosso das palvras portuguesas vindas do árabe, e não Corão ao estilo francês e inglês que tiveram menos contactos com o árabe que o português - e nunca em primeira mão. Leiam-se os ensinamentos do filólogo e arabista José Pedro Machado ou de Rodrigo de Sá Nogueira.
Em português aceita-se Corão se o senhor Embaixador nos contar que jantou uma salada de face e cachofras temperada com zeite.
E já agora, se quando falar do trânsito dimplmático nos contar se teve de passar pela Fândega ou se tinha um corredor próprio para trazer os visitantes que ia guiar numa visita ai típico bairro lisboeta de Fama, de onde até se avista a Outra Banda e a cidade de Mada.
No Ad. Líbio
Fernando Neves
O "Faz Figura" estava na moda, e merecia. Nesse tempo comia-se muito bem por lá.
E a paisagem era fantástica.
Entretanto, passei a andar por outras paragens, e há muito, mesmo muito tempo, que deixei de lá ir. Será que ainda existe?
pois claro, era o que eles queriam, ficar livres para outro tipo de noite mais divertida e pisando o risco
o intelectual das 14h04 nunca foi a medina
altchiim!
o que eu gosto mais é da versao chinoca: o colao, o alabe, as alcachoflas...
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