quarta-feira, abril 22, 2015

Memorabilia diplomatica (XXVIII) - Lei seca


Lembro-me como se fosse hoje, e já passaram cerca de quatro décadas. Levámos aquela delegação líbia a jantar ao "Faz Figura", que estava então muito na moda. À mesa, notámos que nenhum deles tocou em álcool, optando por sumos ou água mineral. Um grande contacto posterior com muçulmanos veio a ensinar-me que a leitura dos ensinamentos do Corão, no tocante às bebidas alcoólicas, é muito variável. Na Líbia, Mouammar Khadafi tinha proibido, em absoluto, a importação e o consumo de álcool. Por essa razão, não estranhei a atitude coletiva do grupo.

No dia seguinte, um dos motoristas que nos acompanhava na ronda de visitas empresariais e institucionais à delegação líbia, deixou cair: "Sabe que a noite de ontem foi longa, senhor doutor...".

Não percebi. Tínhamos saído do restaurante bastante cedo! Entre risos, ele explicou: "Os líbios sabem "da poda": pediram-nos logo para ir ao Tamila. Alguns saíram de lá "aos bordos"! E a festa continuou no hotel!" Não cuidei de saber mais pormenores.

Onde estarão hoje esses líbios?

5 comentários:

Anónimo disse...

É Alcorão, como o grosso das palvras portuguesas vindas do árabe, e não Corão ao estilo francês e inglês que tiveram menos contactos com o árabe que o português - e nunca em primeira mão. Leiam-se os ensinamentos do filólogo e arabista José Pedro Machado ou de Rodrigo de Sá Nogueira.

Em português aceita-se Corão se o senhor Embaixador nos contar que jantou uma salada de face e cachofras temperada com zeite.

E já agora, se quando falar do trânsito dimplmático nos contar se teve de passar pela Fândega ou se tinha um corredor próprio para trazer os visitantes que ia guiar numa visita ai típico bairro lisboeta de Fama, de onde até se avista a Outra Banda e a cidade de Mada.

Anónimo disse...

No Ad. Líbio
Fernando Neves

Carlos Fonseca disse...

O "Faz Figura" estava na moda, e merecia. Nesse tempo comia-se muito bem por lá.

E a paisagem era fantástica.

Entretanto, passei a andar por outras paragens, e há muito, mesmo muito tempo, que deixei de lá ir. Será que ainda existe?

patricio branco disse...

pois claro, era o que eles queriam, ficar livres para outro tipo de noite mais divertida e pisando o risco

Anónimo disse...

o intelectual das 14h04 nunca foi a medina

altchiim!

o que eu gosto mais é da versao chinoca: o colao, o alabe, as alcachoflas...

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...