terça-feira, abril 21, 2015

Preconceitos

Devo confessar que sou um pouco preconceituoso: estava intimamente à espera que a maioria cessante viesse dizer mal das propostas económicas apresentadas pelo PS. É um defeito meu não acreditar num mínimo de abertura de espírito daquela gente. Reconheço isso! 

Em que posição é que eu ficaria se as propostas tivesse sido acolhidas como uma contribuição positiva e construtiva para o debate económico nacional? Qual seria a minha reação se os porta-vozes do poder de turno tivessem vindo a terreiro dizer que saudavam algumas das ideias agora propostas e, em especial, se se mostrassem dispostos a discuti-las e a encarar, à luz de uma serena abertura de espírito, uma revisão das suas próprias ideias? Nem quero pensar no que seria a minha cara de contumaz preconceituoso!

Felizmente, a maioria "arrasou", em poucos minutos, as propostas do PS! Se eu ainda fosse mais preconceituoso do que já sou, diria que mal tiveram tempo para ler o que foi divulgado. E, se o cúmulo do preconceito fosse mesmo o meu maior defeito, era capaz de afirmar que, fosse qual fosse o conteúdo das propostas, a reação desta ex-maioria que está de saída seria basicamente a mesma.

É o que dá ser preconceituoso! Nunca mais aprendo!

23 comentários:

Anónimo disse...

Centeno é o Mickey Mouse!

Anónimo disse...

Neste País estamos na fase das propostas “low cost”:
Começam por dizer que tudo vai ficar mais suave, como nos combustíveis. Depois vêm as “alcavalas” em “letra miudinha” recolocando a situação e piorando.
Aliás, eles rodopiam entre as empresas e o Estado. O processo de venda do "produto" é o mesmo.

Anónimo disse...

Eu, preconceituoso, me confesso.

Tenho a certeza que o putativo futuro governo do PS... quando confortado com propostas da futura oposição terá o mesmo comportamento que agora critica...

Mas, Senhor Embaixador, isso sou eu que o digo .. que também sou preconceituoso.

N391111

Anónimo disse...

Eu gostava era de saber onde é que o Sr. Costa vai buscar os milhões para aumentar salários, reduzir o IVA e fazer investimento público a rodos. Só endividando-se.

Livremo-nos de Coelho já mas não se coloque lá um Costa que não sabe o que diz.

Anónimo disse...

O contrário foi SEMPRE , tambem verdadeiro, vindo do nome da "rosa"

Anónimo disse...

não sei se a ex-maioria está de saída.
tem praticamente toda a comunicação social do seu lado (se não fosse isso e o apoio empenhado do presidente, já não existiam). e vamos poder ver o poder de fogo tremendo daqui até às eleições.

Bmonteiro disse...

Nunca mais aprendemos, da facto, Sr Embaixador.
Nem com a vacina de 2011-14.
A oposição, pela oposição, numa visão que parece perpetuar-se no regime.
Isto,aliado à doença dos pp em clamarem por maiorias absolutas.
E aliado ás dificuldades em governar com governos de coligação.
Para quando no país, uma forma "adulta" de fazer política?

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Senhor Embaixador,

Considero-o uma pessoa séria e conhecedora dos problemas. Acha sinceramente que é possivel devolver-se cortes salariais, cortes nas pensões, a sobretaxa de IRS, diminuir o IVA, a TSU, e consolidar o défice e cortar na dívida, tudo ao mesmo tempo?

Um abraço

Carlos Fonseca disse...

Conseguiram ler - e compreender - quase 100 páginas em menos de 10 minutos. Fantástico!

Faz lembrar o crítico literário que se manifestou sobre a obra de um autor de quem não gostava, dizendo "não li, e não gostei!"

Estes também não leram. Mas se lessem, também não gostavam.

Porém, sejamos justos: se fosse ao contrário, muitos socialistas teriam uma reacção semelhante.

Anónimo disse...

Comparado com a miséria que estas pestes, PSD/CDS, nos propõe, para os próximos anos, pelo menos há luz ao fundo do túnel. Este governo destruiu o país até á medula, esta proposta do PS parece ir no caminho de o recuperar. Um raio que parta os alvares da direita!

Carlos Fonseca disse...

Relativamente ao meu comentário anterior, acabo de ler num blogue que um dirigente do PSD, disse, sobre as propostas do PS:

"As propostas estão lá e não as conheço, não tive oportunidade de ler o documento, apenas posso apresentar uma apreciação geral do documento e essa apreciação geral é negativa".

Isto aconteceu mesmo? Que medicação anda esta gente a tomar? Ou será que se esqueceram de a tomar?

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Caro Carlos Fonseca

Li rápidamente, confesso, e quanto mais leio mais a sensação tenho que não obstante irmos comprar menos ovos, vamos comer muito mais omeletas.

D. Constança disse...

Ai, ai, sr. Embaixador, quem não gosta de sair da austeridade e entrar na prosperidade? E afinal, era tão fácil: alinhar num papel umas medidazinhas camaradas e o sol brilhará p`ra todos nós, a partir de hoje. Simples assim. A mim ninguém me tira da cabeça, que isso só não foi feito antes porque no Governo são muito maus e feios, não gostam dos velhinhos nem dos novos, nem dos assim-assim, consta que o que querem mesmo é fechar o país só com eles lá dentro, onde é que já se viu. Ou isso, ou são muito sem noção e não tinham entendido até hoje (pasmem!) que o povo não gostava de austeridade, mas sim de pros-pe-ri-da-de, coisa bem diferente! Uff, ainda bem que a oposição entendeu! Mas estes são outra gente: fofos, gatos e com estudos. Ó meu rico Santo Antoninho, tomara cá o dia do voto!

Joaquim de Freitas disse...

Pode-se acusar alguém de ser rígido porque é inflexível na sua opinião. Mas quando se tem uma opinião pertence-se automaticamente a um grupo de pensamento ou de cultura . Não se pode sobreviver se não se joga o jogo colectivo. O preconceito da justeza da opinião do grupo a que se pertence é então justa. Aqueles que professam ideias ou opiniões diferentes agem da mesma maneira.

Anónimo disse...

Pensei exactamente o mesmo Sr. Embaixador.

Mas não foi só a oposição. Ainda a apresentação não tinha acabado e já um conhecido comentador da SIC criticava em directo o conteúdo do mesmo.

Existem claramente duas visões.

Creio que muita gente não quer entender que mesmo que a despesa se mantenha, se as receitas diminuem, o défice aumenta.

O que se está a passar vai para além disso.

A diminuição radical da despesa pública, está a levar a uma diminuição da receita que por sua vez leva novamente e, indirectamente, a mais despesa pública pelo pagamento se subsidios de desemprego e outras contribuições sociais.

Como se explica que mesmo depois de vender os dedos a divida tenha ido de 90% do PIB em 2011 para 130% em 2015?

Já para não falar na desoladora situação social que vai pelo nosso país.

Insistir mais tempo em austeridade pode terminar muito mal.

Abraços

Joaquim de Freitas disse...

Claro que para o Sr. José Tomaz Mello Breyner, nunca há ovos que cheguem para a "sua" omeleta. Nunca ouvi alguém da sua classe "prevenir" que havia ovos demais e que era preciso distribui-los àqueles que os produziam.

Que a omeleta dos accionistas , nestes últimos anos, feita essencialmente de dividendos, tenha absorvido 85% dos benefícios em vez de os investir, enquanto que a percentagem nos anos 80 era de 30 a 40% não o preocupa. Como se vê, os dividendos representam hoje 2,6 vezes mais que os investimentos .

Claro que uma eventual mudança de orientação económica não agrada aos que dominam a economia.

Mas o desequilíbrio entre a remuneração, legítima, dos accionistas e os investimentos necessários ao desenvolvimento e à perenidade da empresa, mostra que o centro de gravidade se deslocou para o lado da ...omeleta dos dividendos.

O que não sei é se a última mudança de maioria parlamentar em Portugal favoreceu durante este período a fiscalidade sobre as empresas, mas ao ver a reacção ao programa eventual do PS, tenho a impressão que há quem tema que a chegada eventual duma nova equipa governamental, não seria benéfica para o tamanho da omeleta do Senhor Breyner.

Alcipe disse...

De facto, ninguém leu o papel. Eu estou a ler ... E custa, gosto mais de ler banda desenhada. Mas sem ler, não comento. Sou um chato!

Alcipe disse...

A minha velocidade de leitura é muito lenta, deve ser o hábito da banda desenhada...

BANDEIRINHA disse...

E q me diz dos comentários de Bagão Felix e Vital Moreira, na antena 1 e no blog causa nossa?

Anónimo disse...

Ah senhor embaixador... ainda aguardo pelo dia em que vai escrever alguma coisa de positivo sobre o Estado Novo!

Cumprimentos,

António Pedro Pereira disse...

Quem não tem formação económica muito dificilmente consegue apreciar/avaliar devidamente o documento, que não passa do Cenário Macroeconómico e de linhas enquadradoras do futuro programa de governo.
Isto não é ainda o programa do futuro governo PS.
Pelo que, por mim, prefiro tirar as minhas conclusões informando-me a partir de reflexões fundamentadas de pessoas conhecedoras da matéria, e que se não regem por interesses político-partidários nem por convicções ideológicas fanáticas.
Porque o Senhor Embaixador não gosta que se colem aqui textos de outros, sugiro apenas que leiam o seguinte: Ricardo Paes Mamede, «O irrealismo dos cenários macroeconómicos do Governo e do PS», no blog Ladrões de Bicicletas: Luís Salgado de Matos, «Texto do PS: boa jogada política a curto prazo mas sem credibilidade económica», no blogue O Economista Português; Sérgio Aníbal e Rui Peres Jorge, «PS prescinde de quase 1% do PIB no Orçamento e diz que baixa défice, no blogue Economia Info».
Fazem três análises sérias deste documento, muito bem fundamentadas, tanto na realidade como nos números e muito claras.

Anónimo disse...

Promessas de leite e mel ao jeito do 44.....

Anónimo disse...

Abaixo os comentadores defensores deste péssimo governo de direita, dirigido por "putos sem ceroulas", cuja experiência profissional da tecnoforma valeu para dirigir um governo de papalvos, com a ajuda do chefe contabilista aníbal e pai do monstro! Não se esqueçam nunca! e etc., etc. Viva o Costa, Viva! e a mais os vários e ilustres e independentes economistas do programa!!

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...