sábado, abril 04, 2015

A esquerda e as eleições presidenciais

  • Quando todos pensavam que as eleições presidenciais iam ser um problema para a direita, é a esquerda que parece um pouco atrapalhada nas suas soluções.
  • As figuras de esquerda que, teoricamente, poderiam ganhar mais facilmente as eleições presidenciais parece não quererem arriscar a hipótese de terem de acrescentar aos seus belos currículos uma linha sobre uma candidatura falhada.
  • Para ganhar as eleições presidenciais, a esquerda não precisa de um candidato com forte imagem de esquerda: precisa de um candidato que, defendendo os seus valores essenciais, abra espaços nos eleitores do centro. 
  • Qualquer candidato oriundo da esquerda que chegue à segunda volta contará sempre com os votos de (quase) toda a esquerda, por muito pouco "progressista" que a sua imagem possa ser.
  • Pela primeira vez, a questão da aceitação de soluções governativas com inclusão de forças à esquerda do PS pode vir a ser um tema no caminho para as eleições presidenciais. O que o PS vier entretanto a dizer sobre isso vai condicionar o debate presidencial.
  • A esquerda ir-se-á sempre "balcanizar" em candidaturas, na primeira volta. Está na sua irreprimível natureza.
  • Se o PS tiver uma derrota (ou uma não vitória clara) nas eleições legislativas, a direita aproveitará o "boost" para promover o seu candidato. A contrario, se o PS conseguir um bom resultado nessas eleições, as hipóteses do candidato que lhe estiver mais próximo ganhar serão muito maiores. O eleitorado há muito que deixou o tempo "do cesto e dos ovos".

17 comentários:

Anónimo disse...

Eu tenho para mim que está distinção direita/esquerda no plano das presidenciais passou a ser inconsistente. Um candidato desconhecido oriundo do PS não tem qualquer hipótese. Mais vale então concentrarmo-nos no melhor candidato de direita que é Marcelo. Tem seguramente mais elasticidade que o atual titular e Belém não lhe darã grande espaço para mergulhos e outras acrobacias que foram apanágio de tempos idos. O constitucionalista algum valor acrescentado trará. E como Soares será uma surpresa pela positiva.

opjj disse...

Um advogado amigo já falecido e militante PS, dizia, - a fé é que nos salva- Tenhamos fé. Uma coisa eu sei, a esquerda em Portugal soma 70% e o país não avançou.
Qual será o melhor lado?
Bem se aplica aqui- o Homem e a sua circunstância-.
Cumps.

patricio branco disse...

o candidato a pr tem de ser uma figura de peso, conhecida pelos seus meritos e actuação, que inspire confiança, com uma pose de estadista.
uma figura algo paternal ou patriarcal.
a questão não é só de esqda ou dta, é mais que isso, são as qualidades intrinsecas que que contam.
a esqda ps está atrapalhada, a ausencia de guterres estraga tudo. a dta tem demasiados candidatos.
a outra esqda está balcanizada, verdade

ignatz disse...

o que a esquerda não precisa para ganhar eleições, sejam para o parlamento ou presidência, é de postes destes.

Anónimo disse...

Estou com o comentador das 01.08.

Anónimo disse...

Subscrevo inteiramente o comentador Ignatz. No fim de contas, o que aqui FSC nos tenta dizer é que a "esquerda" (a dele) só ganha se for de direita, com os tais apoios do "centro". Ou seja, o PS como sempre foi e continurá a ser: um partido de Centro-Direita. E FSC poderia, ao ler-se este Post, o candidato deste PS costista de direita, ou centro-direita.

Francisco Seixas da Costa disse...

(Resposta no FaceBook)
Meu caro António Dias
Li que queres um presidente "de esquerda". Eu quero, simplesmente, um Presidente da República.
Quero em Belém uma personalidade que dê garantias de respeitar plenamente a Constituição da República, na sua forma e no seu espírito.
Quero alguém que tenha a coragem de vir a terreiro defender as instituições da República, como o Tribunal Constitucional, quando estas são achincalhadas, em especial por quantos deveriam respeitá-las.
Quero em Belém um presidente que, não se escudando no alegado dever constitucional de ofício, não dê "solidariedade institucional" a governos que se comportam contra o interesse nacional e impõem, por escolha própria, agendas políticas que colocam metade do país contra o outro, que desprezam os direitos de quem trabalhou, que colocam o país "melhor" para a fotografia bruxelense, aparentemente confortáveis em que os portugueses, em geral, se sintam bem pior.
Quero alguém que seja visto a defender a imperatividade do segredo de justiça e puxar as orelhas às instituições judiciais, nomeadamente face de graves fugas processuais que afetam as nossas relações internacionais e questões que, pela natureza particular do seu impacto público, perturbam e condicionam o sentimento do país.
Quero alguém que, pelo seu comportamento passado, me dê garantias de total independência face às forças políticas, económicas e sociais dominantes - dos partidos às empresas, dos sindicatos às igrejas, da maçonaria aos lóbis.
Quero alguém que seja capaz de dar voz ao sentimento amplamente maioritário de indignação que vê, com escândalo e preocupação, um tropismo privatizador e desregulador privar, dia após dia, o país de instrumentos empresariais mínimos para gerir o seu futuro estratégico, entregue alegremente ao cuidado de pátrias e mãos alheias.
Quero alguém que tenha a coragem para denunciar com voz pública (e não em eventuais conversas com os "visiteurs du soir" do Pátio dos Bichos) as disfunções do sistema que o país sente, que use a legitimidade que lhe advém da eleição direta para suscitar um sobressalto nacional quanto às grandes iniquidades nacionais - educação, justiça, saúde, reforma das forças armadas, etc.
Quero alguém que aproveite as faculdades constitucionais de se dirigir quando necessário à Assembleia da República, para forçar consensos políticos com real substância - e não meras colagens a diktats soprados do exterior, de ajuda a agendas ideológicas oportunistas.
Quero alguém que não admita e saiba denunciar publicamente as "trapalhadas" - e que seja unanimente visto como não estando envolvido em nenhumas -, que as não admita em titulares de cargos públicos, que tenha voz e autoridade contra o aparelhismo político ou de interesses no Estado - à esquerda ou à direita,
Não quero em Belém um presidente para discursos de recados com data, um prefaciador de si mesmo, que esteja sempre a necessitar de explicar um comportamento que o país acha sem explicação.
Eu quero ter em Belém um "amigo", mas, desculpa lá!, António Russo Dias, para isso não necessito de ter em Belém um "camarada".

Anónimo disse...

Esse candidato que aqui descreve pode muito bem ser Sampaio Névoa, que, ao que se percebe do seu Post, despreza.
Nunca, mas nuca António Guterres, um homem de Direita, seria capaz de preencher estes requesitos que aqui nos invoca. O mesmo Guterres que FSC apoia.
Não basta o próximo PR ser "isso", mas ser de Esquerda. Este pa+is afundou-se com políticas de Direita, de Sócrates a Passos.

Abraham Studebaker disse...

Sabemos quem,na esquerda,tem uma prática política,um conhecimento do terreno e das pessoas,um suporte ideológico,que não consente dúvidas ou desconfianças. Razão pela qual os ilusionistas de sempre começaram, há tempos,no esperado trabalho de sapa e mistificação que tenta justificar quem sempre quer jogar em todos os tabuleiros. Nomes? Não brinquem,todos sabemos de quem falo, do possível canditato de esquerda e dos mercenários...

Joaquim de Freitas disse...

Constatamos no passado, que chegados ao poder, realismo político obriga, as elites de esquerda se encontram perante um dilema. Ou elas praticam uma política de gestão idêntica à da direita (- François Hollande é o melhor exemplo que, após o discurso do Bourget " Vou dizer-vos quem é o meu inimigo: é a finança -". renunciou à ideologia depois), ou se lançam numa lógica de fuga para a frente.

As políticas voluntaristas de esquerda visam a transformar o homem e a sociedade, senão a criar um "homem novo" , o que significa mobilizar as massas para a mudança , para a mudança numa dinâmica de "progresso" mesmo de revolução.
Quantas vezes ouvimos as pessoas dizer , que não se pode nada, excepto à margem, pois que a economia impõe de tal maneira a sua lei, os seus mecanismos, os seus constrangimentos, os seus funcionamentos ?

Quando não se compreende o porquê das coisas , o desencanto da política é fatal, dos seus programas, dos seus representantes mulheres e homens de todas as facções políticas : pois que a politica não pode tudo, então é que ela não pode nada.

Nunca esquecerei a reacção dos trabalhadores de Michelin às palavras de Lionel Jospin, quando este lhes disse, que apesar dos lucros de Michelin serem bons, não podia nada contra os despedimentos de pessoal para obter uma melhor competitividade e porque vivemos num regime capitalista no qual as empresas são livres da sua gestão.!

Como orientar a politica económica à direita ou à esquerda?

Simples para uma política de direita e muito difícil para uma política de esquerda.
Conservar ou modificar profundamente os funcionamentos económicos, tal é a questão.
Conservar parece fácil: o sistema económico vigente pode exigir rectificações de percurso mas não mexe no sistema.
Modificar profundamente implica um processo de ruptura com o sistema vigente.
Não vejo "artistas" à altura para a segunda via.

Anónimo disse...

Houvesse dinheiro e haveria muitos candidatos, agora mais do mesmo valha-nos Deus.

EGR disse...

Senhor Embaixador: eu também quero um Presidente com as qualidades que enumera na sua resposta a António Dias, ou seja exatamente aquelas que o actual não tem.

Anónimo disse...

" No melhor pano cai o "Nóvoa"...

"A cavalo dado não se olha o dente"...

Anónimo disse...

Quem é que quer ir para Belém ganhar menos de 4000 euros líquidos por mês para aturar tanta trapalhada e tantos trapalhões? Só quem for muito ambicioso, muito rico ou muito estúpido. Não é suficiente, em qualquer dos casos. Nem há patriotismo que chegue. Pelos vistos, o PS concorda, ao não ter conseguido arranjar ninguém do Partido capaz de ganhar, depois destes anos de míséria intelectual em Belém e em São Bento. O país está mesmo mal.
JPGarcia

ARD disse...

(Resposta no facebook)

Meu caro Francisco,
Constato - como se isso fosse preciso... - que queres, em Belém, um presidente de esquerda.
Sempre soube que era assim.
O perfil que traças desse presidente é o de alguém que eu não hesitaria um minuto que fosse em apoiar.
É o de alguém, aliás, impossível de encontrar na direita.
Afastado, portanto, essa (inexistente) divergência, deixa-me fazer apenas duas precisões:
1) no comentário que motivou esta tua resposta limitei-me a acentuar que, não discordando, em especial, com a tua opinião de que não é necessário que o candidato tenha uma imagem marcadamente de esquerda, ele devia ser, de facto, de esquerda; acrescentei que, se o não for, não vale a pena apoiar esse candidato que, evidentemente, não sendo de esquerda, não corresponderia ao perfil que dele traças.

2) eu não quero um camarada em Belém. Não nego que gostaria de tê-lo e, até, em certa medida já tive. No tal comentário, só fiz, "em passant" a afirmação de que penso que "ter uma imagem de esquerda" talvez não prejudicasse assim tanto o candidato. E era mais transparente...
Espero que, depois deste desgraçado decénio, tudo VOLTE a ser como antes e tenhamos em Belém um Homem como descreves, um Homem de esquerda.

Nuno Santos disse...

Miguel Relvas para Presidente da República!

Movimento de Apoio de Relvas a Presidente "MARP"

Anónimo disse...

Silva Pereira é que era !

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...