quinta-feira, abril 23, 2015

A Rússia em Bruxelas

Para o influente comentador do "Financial Times" Wolfgang Munchau, uma eventual saída da Grécia do euro, se viesse a ser acompanhada de uma ajuda financeira da Rússia ao país, traduzir-se-ia numa verdadeira "compra" por Moscovo de um lugar no Conselho Europeu. Sendo um cenário hipotético e longínquo, não deixa de suscitar a importante questão sobre o que poderá vir a suceder se um membro da União vier a criar dependências ou razões estratégicas para se colocar numa posição contra ou independente do "mainstream" das orientações comunitárias. A União Europeia ainda nos pode trazer muitas surpresas.

7 comentários:

patricio branco disse...

pode ser que dê o passo, sair do €, fora uns tempos de reconversão, pior não será

Anónimo disse...

O "mainstream" das orientações comunitárias! Em que consistem? No que Berlim e talvez Paris e Londres pensam (com o cuidado de não ofender Washington, como se sabe).
Moscovo infiltrado através de Atenas? É para o lado que durmo melhor! Há muito que Washington se infiltrou em Bruxelas e ninguém vê mal nisso. Então porque não algum equilíbrio, com essa hipótese de Moscovo?
Quando mais minada vier a estar esta actual UE melhor. A ver se muda! Para melhor.

Anónimo disse...

Não vejo sequer como pode a questão colocar-se. Segundo um relatório do BCE a propósito precisamente da saída da Grécia do Euro, relatórioe ste de 2010 ou 2011, saíndo do euro sai também da UE. A questão não se aplica.

Bartolomeu disse...

A corruptividade do espírito que criou a União Europeia e mais tarde a moeda única, ainda nos pode trazer grandes surpresas. (assim, penso que está melhor dito)

Joaquim de Freitas disse...

Talvez esta visão das relações internacionais possa ser completada , um dia, por uma aliança entre a China, a Rússia e o resto da Europa, o que seria a mais formidável aliança de sempre, na história da humanidade.

Se considerarmos que a maior fractura actual no mundo se põe em termos de cultura e religião, ao menos nesta aliança esta fractura não existiria. Porque se o Islão está em decadência acelerada, o Budismo não segue o mesmo caminho e o Cristianismo não tem mais divisões de reserva.

Seria a solução para nós , europeus, que permitiria escapar à chapa de chumbo americana, que se crê um povo eleito, mesmo com a ajuda do napalm, sempre em estado de alerta, para conservar a direcção do mundo e a supremacia económica, que estão a perder, apesar das suas 700 bases militares e as centenas de milhares de soldados fora do seu território. Um Império que não tem aliados mas vassalos, que se impõe pelo seu poder militar e político, que engendra cada vez mais desordem, conflitos e barbaria.

Tem razão, Senhor Embaixador : Se a Grécia for posta fora da porta da UE, talvez possa abrir o caminho para um novo equilíbrio no nosso continente euro-asiático. Se a palavra de ordem, (Monroe) ontem, foi "A América para os americanos", que amanhã ela seja " A Eurásia" para os euro asiáticos".

De qualquer maneira, o Ocidente , em declínio demográfico, em recessão económica, e em perda acelerada dos seus próprios valores, não tem outra solução.

Tanto mais que a Eurásia é uma grande potência cientifica e tecnológica.

Anónimo disse...

Nem mais. Os ingleses costumam ver rápido e bem. E já começaram certamente a preparar como beneficiar de um tal cenário, se ele se vier a concretizar.
Tínhamos muito a ganhar se adoptássemos também aqui alguma dessa diplomcia prospectiva.

Unknown disse...

Não entendo este post ou poderei a estar a ver distorcido: Não será isso que fazem os nossos "amigos" ingleses há anos? ainda agora depois de terem decidido "ajudar" o petroleo da Kadafi ou a estrategia judia na Siria colocaram-se calmos a espera que a UE resolva o problema criados pelos subditos de sua majestade. Realmente é muito grave estar com os dois pés cá mas a cabeça onde calha melhor.

Manuel Alegre

Tenho muita pela pelo facto de não ter podido estar ontem presente no lançamento do livro de memórias de Manuel Alegre. Manuel Alegre é, nes...