Desde há precisamente 20 anos, por esta altura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros organiza o seu Seminário Diplomático, que, durante dois dias, reúne a hierarquia política e diplomática das Necessidades com os chefes de missão no estrangeiro. No passado, os modelos variaram e a sua qualidade também. Porém, nunca deixou de ser um exercício útil, que permitiu coordenar posições, definir prioridades e proporcionar o contacto entre pessoas que operam por vezes a grandes distâncias mas cuja cultura comum de funcionamento é condição para a eficácia da sua ação.
Hoje, os órgãos de comunicação social estiveram na abertura do seminário. E que destacaram? Os comentários feitos sobre a eventual saída da Grécia do euro, assunto sobre o qual toda a gente tem uma opinião, mas que essencialmente é aos gregos que diz respeito, ou melhor, para o qual é em absoluto irrelevante qualquer leitura portuguesa. A espuma dos dias prevalece sobre as questões de fundo.
Nas televisões, à hora do almoço, nem uma palavra sobre a passagem de mensagens à carreira por parte do chefe da diplomacia, no seu discurso inaugural. Se tivessem estado atentos, os jornalistas poderiam ter sublinhado aquilo que o dr. Rui Machete disse relativamente ao eventual efeito que o desfecho das negociações das Lages pode ter no relacionamento bilateral com os EUA. Esta foi a mais importante mensagem saída, até agora, deste Seminário Diplomático.
3 comentários:
Hoje alguma imprensa já mencionou esse aspecto, das Lajes e do efeito das mesmas no relacionamento com os EUA, embora de passagem.
Este Seminário foi também um Fórum propagandístico governamental. Caiu lá em peso uma boa parte do Governo! Coisa nunca vista antes.
Enfim, mais logo, com os cumprimentos da praxe ao PR, a “lebre fica corrida” e volta-se ao normal.
a)Rilvas
Lages.. sabem lá o que é e o que as difíceis negociações durante décadas implicaram...
Talvez um seminário, ao lado, para explicar à chamada Imprensa tópicos básicos que têm mais a ver com o nosso país
Cá vim uma vez mais a este seu Blogue.
Um pequeno “registo”: ter-se assistido àquela figura vaidosa, egocêntrica, insuportável, Paulo Portas, a palrar longamente sobre a tal “diplomacia económica”, roubando o palco que não era dele, mas do Ministro Rui Machete, perante os inúmeros convidados para o repasto no Protocolo, não foi agradável de se ouvir, sobretudo quando designou de “embaixadores da AICEP”, os representantes daquela Agência no estrangeiro. Portas, na sua imensa vaidade, imagina que inventou a poção mágica da diplomacia, ou, melhor, a pólvora, quando ela já se praticava, há muitas décadas atrás, através da acção dedicada e empenhada de alguns bons Embaixadores (de carreira), ainda Portas usava cueiros. O S.E Luís Campos Ferreira, na sua intervenção, ainda lhe recordou que antes da diplomacia económica está a Diplomacia Política. Mas, Portas, que inundou a AICEP com correligionários seus e do seu Partido, o CDS, pervertendo a sua essência, transformando-a numa rede de influências, instrumentalizando-a, não quis saber. O homem fala como se estivesse em frente a um espelho, ou a olhar para o umbigo. Felizmente que esta personagem já não estará presente no próximo Seminário. Valha-nos isso!
a)Claustros
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