segunda-feira, janeiro 05, 2015

Juízes e diplomatas

Os juízes querem um subsídio de exclusividade, ao que parece para compensar a perda da renda de casa que lhes era atribuída. Os jornais dizem que o governo está a estudar. Não tenho nada contra.

Este será um excelente momento para aos diplomatas ser atribuído um subsídio pela "dupla exclusividade" a que muitos deles estão sujeitos, pelo facto de, na esmagadora maioria dos casos, os seus cônjuges serem obrigados a abandonar as respetivas profissões, quando têm de os acompanhar para o estrangeiro, às vezes por longos períodos.

Reconheço, contudo, que os diplomatas estão longe de ter, nas suas mãos, instrumentos de pressão tão convincentes com aqueles que os magistrados possuem nos dias de hoje face aos políticos.

16 comentários:

EGR disse...

Senhor Embaixador: por este andar ainda vamos ter uma verdadeira casta.

Anónimo disse...

Sr embaixador, a justificação prender se á com a impossibilidade de terem uma segunda ocupação profissional. Vendo bem, parece me um simples "negocio" como temos podido constatar...

Pedro Martins disse...

O argumento da inveja é sempre mau.
Cada um sonha com o país que deseja: para uns, juízes deverão ser independentes (designadamente dos outros órgãos de soberania) e não deveriam ter que andar a pedinchar para não lhes baixarem o sustento; para outros, os juízes deveriam ser equiparados a funcionários, encarregados de negócios dos governos e sujeitos a ordens.
Fica tudo dito.

Luís Lavoura disse...

Excelente post.

opjj disse...

Dr. Seixas da Costa, por esse andar temos gente mais necessitada que andam nas bocas de todos, os "EMIGRANTES".
Já agora seria bom que os dirigentes do PS chegassem a um consenso quanto ao nº de emigrantes. Já ouvi, 150mil,200mil,250mil,300mil,350mil e a última versão, 400.000. E já agora tb um consenso quanto aos dessempregados.
Cumps.

Anónimo disse...

Declaração de interesses: sou juiz.
Dito isto, os juízes não querem tratamento de excepção, nem desejam ficar de fora dos sacrifícios pedidos à generalidade da população. Daí que tenham aceitado os cortes nas suas remunerações. Do que ouço dos colegas, este é uma posição comum.
Pretendem apenas que lhes seja assegurada uma remuneração condigna, até pela exclusividade a que estão sujeitos.
O último parágrafo do post não é digno da inteligência e categoria do autor do blog.

Anónimo disse...

E quantas pessoas têm contrato de exclusividade e não auferem aquilo que juízes ou embaixadores auferem???

Anónimo disse...

O Meritissimo das 12.37 não assina ?!

Manuel Rocha

Anónimo disse...

Há poucos anos atrás, recordo ter lido num qualquer jornal, mais ou menos isto: "Os governantes tem tendência para conceder benesses aos juízes, pois eles poderão beneficia-los posteriormente...".
Mas não é isso que atualmente nós podemos verificar...

Vitor disse...

Por acaso até tenho muita pena dos diplomatas pelas privações que passam no exercicio da sua função. É ver com que pensões se reformam. Nenhum outro servidor do Estado alcança tais valores.
Portanto, estamos conversados.

Anónimo disse...

Em relação ao anónimo das 12:37:
Bem se aplica o ditado português: "Cada um puxa a brasa à sua sardinha" ou: "A galinha da vizinha é mais gorda do que a minha" eheheheheh

Anónimo disse...

Caro Anónimo das 12.37,

"Daí que tenham aceitado os cortes nas suas remunerações".

Parece, que , o último parágrafo do post, lhe assenta como uma luva!

Francisco Seixas da Costa disse...

O Vitor não conhece, manifestamente, a realidade. Até hoje, creio que nenhum diplomata - e estamos a falar de embaixadores com mais de 40 anos de carreira - teve uma aposentação ilíquida superior a 3.800 euros, o que dá a esses casos muito raros uma pensão máxima de 2.500 euros. São reformas milionárias? Surpreendido?

Francisco Seixas da Costa disse...

Ao juíz anónimo das 12:37. Não creia que não fui sensível ao seu remoque. Mas a ironia é a arma que nos resta...

Anónimo disse...

Deviam estudar como exemplo de rendimentos a Coreia do Norte, farol do desenvolvimento e progresso !

Anónimo disse...

Um curto comentário, a contragosto: julgo que a grande diferença que existe entre os Diplomatas e outras carreiras de soberania, como a dos magistrados e militares, por exemplo, é que nós não temos um espírito de corpo. É cada um por si. Prevalece o individualismo. O que realmente importa à maioria dos diplomatas são as promoções (progressão na carreira), e quanto mais rápidas melhor, e os Postos onde serão colocados. Talvez isso explique que acabam por não se empenharem mais, como seria desejável, na ASDP.
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