segunda-feira, agosto 12, 2013

Economia e diplomacia

A "Lusa" reproduz hoje declarações minhas a propósito da tutela das questões económicas entre o MNE e outros departamento do Estado. Um assunto que eu já havia abordado há dias no "Jornal de Negócios".
 
Como na altura previ, vai assistir-se, daqui a dias, a uma "maquilhação" política do problema, através de uma retórica distribuição de competências, com o anúncio de tutelas partilhadas, numa linguagem de despacho e de lei orgânica, em que o papel dos embaixadores será (apenas) formalmente salvaguardado. Não se espantem mesmo se, da parte do MNE, vierem a surgir vozes de "contentamento" com a solução encontrada, a qual, "claro", garantirá a "eficácia" e "preservará" o papel "central" da diplomacia. Conversa fiada...
 
Tudo isso, a surgir, não passará de um "trompe l'oeil": ou o MNE, perante a inexistência no seu seio de uma direção-geral específica para as matérias económicas, fica com a tutela exclusiva da AICEP, ou as Necessidades ficarão numa posição periférica do circuito económico externo, apenas colocando a sua rede de embaixadas e consulados ao serviço do ministério da Economia. A experiência provou que isso não funciona em favor dos interesses globais do país na ordem externa.
 
Quem estiver interessado pode ler aqui o que a Lusa traz hoje (chamando-me "ex-embaixador"...) e aqui o que escrevi no "Jornal de Negócios".

11 comentários:

Anónimo disse...

Fez muito bem, em escrever aquele artigo. O que é de lamentar é não se saber qual a posição da Tutela, que já deveria ter vindo a terreiro defender a sua dama.
Quanto a PP, depois daquela decisão irrevogável, que acabou por não o ser, é curioso constatar mais uma sua contradição, quando antes defendia a Diplomacia Económica (pólvora que já tinha sido inventada há muito, como todo o experiente diplomata e com longa carreira bem se lembra) no MNE e agora a vai buscar ao mesmo MNE. Afinal, essa Diplomacia Económica não é mais do que um instrumento político para ele auto-promover e, por outro lado, de esvaziar a importância do seu ex-Ministério e do actual MENE (Ministro de Estado), Machete, por junto.
Meu caro, você tem feito mais pelo MNE, publicamente, quer ao defender críticas injustas à casa, quer ao bom nome da classe, do que a tal ASDP e as Tutelas.
Quanto ao “ex-embaixador”, enfim, quem não sabe (o jornalista) é como quem não vê. E você até foi modesto ao considerar-se “antigo diplomata”, que você continua a ser, visto ter sido essa a sua profissão durante várias décadas (suponho que mantém o seu passaporte diplomático), só que agora aposentado.
Por fim, seria interessante saber o que pensa o nosso colega e actual C-G do PM, sobre este assunto.
a)Rilvas

Anónimo disse...

Caiu o Carmo e a Trindade!

Jose Martins disse...

Senhor Embaixador,
Quando surgiu a “saga” e invenção da “Diplomacia Económica” pelo então ministro da Economia embaixador Martins da Cruz e com isto o desaparecimento do ICEP que viria a dar lugar ao AICEP, era então eu, há 5 anos, o representante do ICEP, na Embaixada de Portugal em Banguecoque agregado à função de Assistente Administrativo Principal, quem em nada prejudicava o expediente da missão.
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Desde que me apercebi de tal facto que a minha prestação de serviço, de representante do ICEP e 1500 dólares mensais iriam terminar (não era este o montante o principal mas o deixar a obra iniciada a meio), escrevi longos e-mails (arquivados na minha papelada) ao então vice-presidente do ICEP que seria um erro, fatal, terminar com o ICEP e entregar o comércio internacional à tutela do Palácio das Necessidades, dado que os diplomatas portugueses (não todos) estavam vocacionados para expandir, o comércio português, nos países para onde foram destacados. Bem é que a nossa diplomacia (infelizmente) ainda se rege pelo sistema feudal e no Palácio das Necessidades impera a “cagança” do estatuto de julgar que vale e não presta para nada.
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Mas voltando ao ex-ministro Martins da Cruz (não sei por onde anda agora) do Governo de Durão Barroso, o seu feito da criação da Diplomacia Económica, foi um acto que viria usar como uma demagogia de cordel, pois o homem nunca haja feito nada na vida a não ser um “mestre” de cerimónias e acompanhamento de um primeiro-ministro (espécie de uma floreira de rosas mal-cheirosa) nas suas visitas as estrangeiro.
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E então na altura, Martins da Cruz faz do Eça de Cruz (o disse alto e a bom som) o seu pau de bandeira de que quando Cônsul Geral em França enviada informações do comércio francês para as Necessidades.
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Os ministros dos Estrangeiros depois de Martins da Cruz vão usando a Diplomacia Económica como forma de propaganda cordelina e vejo nisto: “engana menino e toma-lhe o pão”.
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Foi confrangedor, para mim, ver o último ministro dos Estrangeiros numa correria, a voar nos céus dos 5 continentes, a procurar vender (não sei o quê) e a chefiar uma delegação empresarial e para compôr o ramo uma equipa de televisão da RTP; o Presidente do AICEP, voou junto, que procurava, sempre,sempre, dar a cara, atrás do ministro, para os amigos lhe verem a face no vidro do televisor, quando este dava entrevistas para o “povoléu” menos esclarecido e ignorante na matéria, entender que o senhor ministro dos Estrangeiros estava sendo um “mistro das arábias”.
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Teria aqui pano para mangas para revelar tamanhas “cavaladas” pelo que têem feito, indecentemente, ao comércio externo português desde a criação da “Diplomacia Económica” que foi semente lançada em terra árida que nunca germinou.
Seu admirador e saudando-o de Banguecoque
José Martins

patricio branco disse...

há os pontos de vista do ministerio dos estrangeiros em contraposição aos min do comercio ou ecopnomia. cada um pensará que a area é predominantemente sua, os do comercio por ser promoção comercial e/ou os da economia por ser investimento no pais, os do estrangeiro por serem acções no exterior, etc, qual tem razão? um adido militar ou de defesa depende de que ministerio efectivamente?
é questão não facil e não basta chamar ao mne a autoridade se não tem os meios, embora algum papel e competencias tenha sempre de ter.
o que deve sempre é ficar salvaguardada a autonomia das embaixadas e consulados e diplomatas responsaveis em relação a ministerios que não os estrangeiros.
o mesmo se passa com a cultura ou coordenação do ensino, passando uns anos para um lado, instrução, educação, ensino, noutros para o outro, mne, etc.
oportuno este tema ser debatido e abordado por fsc com sua longa experiencia de diplomata/membro do governo e por outros.
quanto a pp como diz com graça o comentador rilvas tem pelos vistos um sentido bem pratico e não precisa debater a problematica, simplesmente leva a diplomacia economica consigo para onde vai, o irrevogavel é sempre revogavel...
quanto ao ex embaixador, pois será em brasilia, o jornalista tem ainda organicas para aprender quando fala de diplomacia, etc

Anónimo disse...

Senhor Embaixador

A decisão de colocar a AICEP na dependência exclusiva do MENE Portas foi um erro, pois serviu apenas para retirar do circuito o Ministério da Economia, que na altura era liderado por Santos Pereira.
A decisão de integrar a rede externa da AICEP na dependência funcional do MNE foi correcta, pois permitiu um maior apoio e intervenção das Embaixadas na promoção da diplomacia económica.

A parte negativa foi a exclusão do Ministério da Economia da gestão da AICEP. O ME, com o seu conhecimento detalhado das empresas e da realidade empresarial portuguesa não deveria ter sido afastado, como foi.

Espero que agora se verifique uma articulação na gestão da AICEP entre ME e MNE, pois só assim se pode verdadeiramente potenciar a internacionalização da economia portuguesa, que é fundamental para a recuperação de Portugal.

Anónimo disse...

Negociatas e cá para a gente fina, Senhor Embaixador, olhe os seus amigos socialistas moderados, tão entusiasmados que andam com os exemplos passados de banca criativa... Ainda ficam como nos, Feliciano, disse- me hoje a Senhora Engenheira a sorrir.

a) Feliciano da Mata, escroque moderado

Anónimo disse...

Ó Feliciano, por andas tu, meu marau, que já ninguém te põe a vista em cima, desde que bebemos umas bejecas no terreiro à entrada do Bois, no fundo da Foch, umas horas antes delas se pavonearem por lá? Deixaste de arear pratas nos salões do XVIème? Andas então pelo Golungo, feito colono, a ajudar a engenheira na caça aos gambuzunos facetados, que fazem furor em Amesterdão? Põe-te a pau, Feliciano? Tens contrato, com tudo clarinho, tudo preto no branco? Recebe um abraço do Ronaldo (Azenha de Noisiel), aqui de Pont de Sèvres.

Anónimo disse...

No artigo do JN também se afirma que o Sr. Embaixador foi "embaixador na Noruega, Angola, Reino Unido, Brasil e França"... Parece-me que acabou de ficar com um currículo ímpar !

Cordialmente,

Pedro Santos

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Pedro Santos: nem tinha notado! Embaixador na Noruega aos 31 anos e em Angola aos 35, é obra! E, pelos vistos, esqueceram-se dos Estados Unidos e da Áustria. Quem lê de firma apressada currículos faz destas coisas.

Jose Martins disse...

Senhor Embaixador,
Volto.
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Acrescento algo ao cometário de anónimo e relativo à frase seguinte:

“A decisão de colocar a AICEP na dependência exclusiva do MENE Portas foi um erro, pois serviu apenas para retirar do circuito o Ministério da Economia, que na altura era liderado por Santos Pereira.”
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Paulo Portas usou mais os pés do que a cabeça . Paulo Portas percebe tanto de comércio internacional como eu de lagares de azeite e pretendeu, apenas, voar pelos céus do Mundo e “fazer de conta” que estava a trabalhar para o país. Fez-me lembrar o ministro da Economia Manuel Pinho e Basilio Horta de quando, por conta do AICEP, viajaram no Falcon da FAP e parece-me que nunca chegaram a pagar o “calote” que a FAP reclamava.
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Paulo Portas é necessário que entenda em não se armar em “chico esperto” e todas as acções e asneirada passam ao largo e deixar de pensar: “que se lixe o mexilhão, eu cá vou levando o meu!!!...
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Seria altura de se saber qual o montante que o Portas despendeu em viagens de “nada” e juntar o montante que sacou de ajudas de custas que sairam do FRI (Fundo para as Relações Internacionais), o saco azul (dinheiro dos emolumentos) do Palácio das Necessidades.
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Hoje e no futuro para se levantar a economia de Portugal será necessário que se pegue na pasta (à laia de pracista) e se vá para a rua e oferecer aquilo que ainda produzimos e temos para vender.
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Será necessário que se saiba que o prestígio de Portugal no estrangeiro está pelas ruas da amargura, porque perdeu todos os comboios e não apanhou nenhum.
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Afincadamente todos devem trabalhar e deixar as “caganças” do passado. Aquele tempo dos delegados do ICEP (creio do AICEP igualmente) aparecerem a esfregar os olhos ao meio dia no escritório e depois, durante a tarde, polirem o fundos das cadeiras nos bares deve terminar.
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Termino: “conheci há anos um grado do ICEP que se deslocou da Africa do Sul a Banguecoque, apenas, para comprar gravatas, famosas, do Jim Tompson”.
Saudações de Bangkok
José Martins

Anónimo disse...

http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=82459

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