terça-feira, março 06, 2012

Conversa (2)

Uma cidadã brasileira comprava uma "raspadinha", à hora de almoço, numa tabacaria de Lisboa. Não percebi bem a propósito de quê, disse para a vendedora:

- Eu sou corintiana, estou habituada a sofrer.

Para logo acrescentar:

- Por isso, cá em Portugal, sou pelo Sporting.

Ah! valente!

11 comentários:

Mário Machado disse...

Senhor embaixador eu também sou deste bando de loucos, desses corinthianos que bradam das arquibancadas: "Vamos jogar com raça e coração é o time do povo é o coringão". "Maloqueiro e sofredor.. graças a Deus".

O futebol minha doce irracionalidade de quarta e domingo.

Isabel Seixas disse...

Oh sr. Embaixador, coloque de facto, um expoente máximo a esse "valente" embora a Sra. já tivesse adquirido incontestável idoneidade por viver em Portugal...
Só não percebo para quê a raspadinha?!!!Vamos que lhe saia?!!!
Corre o risco de abalar o altruismo sustentado.

Anónimo disse...

Isso é pouca coisa. Sofrer de verdade é com a Associação Portuguesa de Desportos. Em sofrimento somos campeões do mundo e destacados....

EGR disse...

Senhor Embaixador:gosto de futebol,mas sou neutro em matéria de simpatias clubisticas.Todavia, como V.Exa, o Dr. Jorge Sampaio e o Dr. Eduardo Barroso são passoas palas quais tenho uma particular admiração,sempre que o Sporting desliza sempre me assalta um certo sentimento de solidariedade para com todos.

Anónimo disse...

Quantas vezes o aparente sofrimento tem conotações de real prazer!

Se o sal não salgar a sopa quem a há-de salgar?

S.C.P., sofrido mas saboroso.

Uma vitória sobre o poderoso City(zen), pode ter o encanto de um esvoaçante charuto.

Guilherme.

Helena Sacadura Cabral disse...

É a única vocação para o martírio a que me arrogo. A de ser do Sporting!
É como se ano inteiro fosse Quaresma. A católica, claro!

Anónimo disse...

Em 1970/71, muitos dos estudantes que chegavam das ilhas e do ultramar, encontraram no Sporting um bom "porto de abrigo", pelas suas características pedagógicas, culturais e atléticas, e, pela sua proximidade com a cidade universitária. Quando as greves eram seguidas dos castigos merecidos... a cantina velha era logo encerrada. Ao Domingo a distração dos mais e, dos menos abastados era o Sporting depois de um bitoque na Grãfina, no outro lado do Campo Grande. Havia sempre nos rapazes "cache-col" verde sobre a capota alentejana, naquela marcha "a pé" com as botas luzidias do sebo e o barulho do ferrete na biqueira. Que contraste com os grupos que chegam hoje ao Sporting! Que não se perca esta mudança de vida que se tem hoje em Portugal! Façam tudo (os que puderem) para não andarmos para trás. Nem o Sporting tem condições de ajudar...

Anónimo disse...

O que vai "postar" sobre o Sporting de ontem? Estamos confiantes que nos surprenderá!

Anónimo disse...

"Cabrãozito, escreve aí que isto vai prá amiga helena e demais martiriófilos como o jov'embaixador", atira-me a velha Senhora e continua:
 
católica e sportinguista
também eu já fui devota
mas de derrota em derrota
perdi céus o céu de vista

foi-se-me a bota e a rota
já não tenho a fé da crista
futebol hoje é de artista
de circo e muita batota

brasileiro e argentino
uruguaio e holandês
quase não há português
e eu nem cos nomes atino

e que me importa afinal
circo chen ou o cardinal?

Anónimo disse...

Sr. Embaixador:

Posso lhe garantir que não é fácil ser corintiano! Mas, ao final de tudo, é realmente uma benção!

Ana Lima disse...

sofrer mesmo é ser do vianense ;) não há sporting que o ultrapasse

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...