quinta-feira, fevereiro 16, 2012

Paredes

Recebi alguns comentários pelo facto da música que passou a ser ouvida nos telefones da Embaixada, enquanto se aguarda uma ligação, ser de Carlos Paredes. 

Foi uma opção deliberada por um grande compositor e intérprete português, para substituir um "musak" incaraterístico que vinha com o equipamento de origem. 

A escolha, pelos vistos não foi consensual, como verifico por alguns (embora poucos) mails recebidos. Para contentar esses críticos, prometo, no dia 24 de abril, colocar como música de fundo o "Ó tempo volta p'ra trás".

30 comentários:

Anónimo disse...

Senhor Embaixador,

Contra o "musak" marchar, marchar...


F. Crabtree

Anónimo disse...

E se eu não quiser ouvir música? Sim, Senhor Embaixador, digo-lhe com o respeito que não exclui a firmeza das convicções profundas. Ninguém me pode obrigar a ouvir música, muito menos o Estado. Se eu me dirijo a um departamento do Estado não é para ouvir música. Se eu quiser ouvir música ponho um CD, ligo o iPod, oiço a rádio, toco piano, canto, assobio - não me dirijo a uma repartição do Estado. E que direito tem o Estado de escolher a música que eu oiço enquanto espero, com mais ou menos paciência, que me atendam? Sim, se eu exigir ouvir as "Tetas da Cabritinha" de Barreiros ou o Silêncio de John Cage será que o Estado atende o meu requerimento? Se o Estado não tem uma rubrica de discos pedidos pelos ouvintes porque insiste em me pôr a ouvir música?

Respeitosamente

a) Feliciano da Mata, filósofo moral

Isabel Seixas disse...

ora nem mais, voltar até chegar aos verdes anos...

Isabel Seixas disse...

ó se há poesia num fino leve dedilhar
que nos deixa sós em simples transe
qual forma livre a fazer-nos pensar
em estrofes de som que de si emerge

Poetas que entoam o que se quer ouvir
em palavras ausentes patentes no tom
vagueiam dormentes mas fazem exprimir
matizes ao espirito com um travo Bom

Paredes Meias com emoção de sentir
sensibilidades alheias chorar o rir
do Paísda Pátria alegria ou solidão

dedilhares de saudade verdade e não
trovas de som que permeia a espera
num suspense agónico que se esmera

Anónimo disse...

Num mundo com tantos problemas e preocupações ainda há quem se ponha a criticar as escolhas musicais da central telefónica de uma embaixada. De facto, às vezes andamos mais distraídos com o acessório do que com o essencial.

Fernando Correia de Oliveira disse...

Os sons de Carlos Paredes são... iria dizer dos poucos, mas são na verdade os únicos que me fazem sentir português, seja lá o que isso for. Não consigo evitar um arrepio na espinha quando ouço o Movimento Perpétuo ou outros trechos de um compositor genial.

Anónimo disse...

Mas, qual pode ser o mal de tocar Carlos Paredes? Queriam Tony Carreira?!

Maria Climénia Rodrigues disse...

.Lindo, simplesmente Lindo, até porque me fez soltar uma bela gargalhada ....

Anónimo disse...

Boa escolha! Carlos Paredes é apreciado pelo seu trabalho e especificidades, que o associam ora às características da guitarra irlandesa, ora à possibilidade de ser simplesmente um génio que se distingue de muitos outros como Santana. A propósito, os queixosos se calhar preferiam Santana. Claro que, presunção e elitismo não é para todos. Se aceitar a minha sugestão vá variando as escolhas dos compositores e das músicas para o atendimento: pode ir de Wagner (e se for para voltar p´ra trás..) ao Sérgio Borges e o Conjunto João Paulo; ambos já "libertados desta vida" mas que animaram a malta, sem ajudas de custo do Estado... Diplomacia é agradar a todos da maneira mais correcta e acessível. Bem haja!

Anónimo disse...

Há críticos que são incontentáveis. Por esses não vale a pena.

Tenha ainda assim cuidado, não vá o número de chamadas aumentar só para ouvir a música do mestre. Nesses dias poderá sempre voltar às músicas do tempo da outra senhora.

DL

Anónimo disse...

O mail das Necessidades já chegou?
V

Domingos disse...

Sou leitor atento e diário dos seus 'posts', pelo que me sinto bastante agradado.
Peço-lhe por favor, que jamais 'permita' que o 'tempo volte para trás'.
Se eu vivesse em França, era o Carlos Paredes, sem qualquer sombra de dúvida, que gostaria de ouvir enquanto esperava ser atendido...

Domingos Pimenta

Armando Pires disse...

Houve e sempre haverá nostálgicos de um certo passado.
Os velhos do restelo duram e perduram e o melhor a fazer é mesmo pô-los a cantar “ó tempo volta p´ra trás”.

Armando Pires disse...

Houve e sempre haverá nostálgicos de um certo passado.
Os velhos do restelo duram e perduram e o melhor a fazer é mesmo pô-los a cantar “ó tempo volta p´ra trás”.

Anónimo disse...

Pelos vistos, os velhos do Restelo também acampam às margens do Sena.
Se não fosse tão caro ligar do Brasil para França, telefonava para a Embaixada. Até ao dia 24 de Abril, claro!

JR

Helena Oneto disse...

Nem quero imaginar as represalias da Sra. Merkel ou as da Troika ao ouvirem o Tony de Matos:
“Ò tempo volta para trás
Dá-me tudo o que eu perdi
Tem pena e dá-me a vida
A vida que eu já vivi”

quando lhe telefonarem para a Embaixada....:)

José Sousa disse...

BOA!!! GOSTEI!!!

margarida disse...

... de facto, o ser humano é incompreensível; nunca estamos satisfeitos com nada e consenso é apenas uma palavra.
Mas que melhor identificação de Portugal, do que a guitarra superlativa de Paredes?!
"Cada cabeça, sua sentença".
(ando a ver quando é que a sua paciência se esgota...)

Anónimo disse...

Senhor Embaixador,
Acho óptima a sua sugestão para o 24 de Abril.
Quem ousa levantar a voz contra as melodias de Carlos Paredes pouco ou nada deve apreciar o "sentimento português". Deve ser uma pessoa daquelas que gosta de atafulhar as caixas de correio. Deve ser uma pessoa que não soube aproveitar dos "Verdes Anos" e que não se convenceu que por vezes é necessário "Mudar de Vida".

Senhor Embaixador, não ceda aos fãs do Quim Barreiros ou áqueles que achariam que a Embaixada de Paris só devia "passar" os saudosismos das "valisas em cartão".
Ainda não tentei ligar para a embaixada para re-escutar a guitarra - ficaria caro o segundo de escuta.
Também não creio que essa(s) pessoa(s) gostassem de ouvir o Viana da Motta ou a Guilhermina Suggia.
Vi hoje no jornal que o secretário de Estado da Cultura vai propôr o Cante Alentejano como Património Cultural imaterial - também seria uma boa sugestão...
Entre transmontanos - o SEC, VExa e eu -, haveria também larga escolha a fazer entre os levantamentos efectuados pelo Giacometti e pelo Lopes Graça lá naquele Nordeste. Mas creio que seria mal aceite por muitos outros.

Amizade
T.D.

Anónimo disse...

Senhor Embaixador

Deverá escrever "pelo facto de a música" e não "pela facto da música". No caso vertente, a preposição "de" não faz contracção com o artigo definido.

Respeitosas cumprimentos,

Maria Luísa de V. Almeida

Anónimo disse...

O fado "Ò Tempo volta para trás"... foi cantado por António Mourão.

Para o efeito não é relevante, mas o seu a seu dono.

Parabens pelo Carlos Paredes.

Respeitosos cumprimentos.

Guilherme.

Anónimo disse...

Sugiro eu: Possibilidade de, nao gostando do saudoso mestre Carlos Paredes, apretar # 99 e ouvir logo após A Mula da "Cuprativa". Por exemplo...
Francisco F. Teixeira

Anónimo disse...

As datas são muito importantes! O 5 de Outubro, o 1 de Dezembro, o 25 de Abril...
Para as duas primeiras datas, hoje, até poderemos querer ouvir " o tempo volta p'ra trás". Já no 25 de abril ouvir tal cantico...
No 24 ainda se pode tolerar, mas logo no dia seguinte mude de disco Sr. Embaixador!
Não nos venha agora com referendos para uma decisão destas. Mude de disco. Carlos Paredes é uma boa opção.
José Barros

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador comove-me bastante que tenha escolhido os belos sons de Carlos Paredes que, com Amália, constituem dois grandes ícones da identidade nacional.
Até dá vontade de ligar para a Embaixada, para dizer bom dia ao nosso Embaixador!

T D disse...

gota a gota

nota a nota

a imagem daqueles 3 dedos a dedilharem as cordas.

aquele senhor tímido e engravatado que nos aparecia à frente.

e de repente a música que invadia a sala ou o teatro ou a alma.

aqui, em Portugal, era um ar novo, um ar da vida.

aí, em Paris, no Teatro junto do Sena, era a música de Portugal.

Senhor Embaixador,
água mole em pedra dura

deixe cantar a guitarra nos telefones.

parabéns por fazer divulgação cultural por via telefónica.

obrigado e parabéns pela inovação.
nos tempos que correm é bem necessária.

obrigado, senhor Embaixador na UNESCO!

Guilherme Sanches disse...

Não fossem os meus cordofones obras saídas das mãos do mais famoso violeiro, meu vizinho e amigo Domingos Machado, e se calhar já não teria resistido à tentação de os escavacar, cada vez que ouço Carlos Paredes tocar como só ele tocava...

Quanto à música de espera para o telefone da Embaixada de Paris, ouvi dizer que o Zé Cabra ia regressar...

(é carnaval, ninguém levará a mal)
Um abraço

Anónimo disse...

Pelo comentário das 23:21 parece que se safou, sr. Embaixador.

Estava a demorar. Não sendo nada comigo... estava a ficar preocupado.

Bom carnaval e 'bom direito à perguiça' e à malicia, como diz o Milton Nascimento.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Anônimo das 17:40
Ah! Ah! Ah!
Esta amiga nunca falta. Pode tardar, zangar-se, ripostar. Mas é de uma fidelidade total!

EGR disse...

Senhor Embaixador: o post de hoje,e particularmente a frase final são simplesmente mais uma daquelas delícias que regularmente nos oferece.
E, de facto,causa alguma perplexidade,que ainda haja quem se incomode ao ouvir os sons de Carlos Paredes.

Anónimo disse...

Prestem um serviço público e informem qual é o número de telefone da embaixada...

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