Tendo andado alguma coisa por esse mundo, nunca encontrei uma espécie idêntica à dos nossos "tutólogos". Refiro-me a esses predestinados portugueses que são capazes de falar e escrever sobre tudo, não no tom leve e limitado de um post de blogue ou de uma despretensiosa nota de comentário, mas em severa coluna jornalística ou cátedra televisiva, com peso e opinião reverenciada.
Todos nós, na vida comum, nos tornamos especialistas - piores ou melhores - em alguma coisa, fruto da profissão que exercemos ou da dedicação que prestamos a um tema particular. É natural que, nessas matérias específicas, nos consideremos habilitados a "mandar bitaites", mais ou menos judiciosos. No resto dos assuntos, como comuns cidadãos, temos "opiniões", do nível das que emitimos em grupos de amigos, que valem o que valem, por mais "presunção e água benta" que tomemos. Um exemplo claro são os blogues, como este, os quais, nas diversificadas temáticas que tocam, não passam de uma espécie de conversa no "café du commerce".
O que me parece muito estranho é que se tenha consagrado no nosso país - e, como digo, não os vejo noutros países - essa categoria dos "especialistas em tudo", que tanto peroram sobre as virtualidades da descida da "taxa social única" como das estatísticas de suicídios dos adolescentes, dos méritos das opções do Paulo Bento para o centro da nossa defesa como da política do Médio Oriente, da avaliação dos professores às greves dos polícias, passando por milhares de outros assuntos, quase sempre de forma definitiva e não auto-dubitativa. E o país, reverente, para, escuta e olha-os!
Não duvido, em alguns casos, de estarmos perante gente preparada, estudiosa e ponderada, capaz de emitir opiniões sensatas e equilibradas. Noutros, a agressividade jocosa e o radicalismo sectário passam por presumir-se com graça estilística e querer fazer-se passar simultaneamente por profundo. Tenho por algumas (não todas, longe disso) dessas figuras consideração pessoal e admiração, mesmo que delas discorde. Continuo a interrogar-me, contudo, como é possível a esses "tutólogos" pretenderem ser-lhes acessível toda a complexidade da vida contemporânea, sem que alguém lhes faça perceber que correm o risco de simplificar a realidade através de uma mera e muito pessoal caricatura das coisas. E, devo dizê-lo com franqueza, choca-me que isso condicione a opinião do país que os lê ou escuta, nos espaços de saliência mediática que lhes são concedidos.
Já aqui contei uma pequena frase que alguém disse, um dia, a uma dessas figuras, mas vou repeti-la: "Eu estou quase sempre de acordo consigo, exceto quando conheço os assuntos"...
Já aqui contei uma pequena frase que alguém disse, um dia, a uma dessas figuras, mas vou repeti-la: "Eu estou quase sempre de acordo consigo, exceto quando conheço os assuntos"...
30 comentários:
O seu post recordou-me uma análise de Pierre Bourdieu que parafraseio:
"Para compreendermos realmente o que se diz e sobretudo o que não se pode dizer nestas trocas de ideias fictícias, seria preciso analisar em pormenor as condições de selecção daqueles, que nos Estados Unidos são designados como panelists: estarem sempre disponíveis, quer dizer sempre prontos a participar, mas também a jogar o jogo, aceitando falar de tudo (definição exacta daquele que, em Itália, se chama tuttologo) e responder a todas as questões, incluindo as mais bizarras e as mais chocantes, que os jornalistas se ponham; estarem dispostos a tudo, quer dizer a todas as concessões (sobre o tema, sobre os outros participantes, etc.), a todos os compromissos e a todos os arranjos para fazerem parte do grupo e para se garantirem assim todos os ganhos directos e indirectos da notoriedade “mediática”, prestígio nos órgãos de imprensa, convites para apresentação de conferências lucrativas, etc.; cuidarem, sobretudo nas entrevistas prévias que certos produtores realizam, nos Estados Unidos, e cada vez mais na Europa também, para seleccionar os panelists, de formular tomadas de posição simples, em termos claros e brilhantes e evitando enredar-se em saberes complexos".De acordo com a máxima: "The lesser you know, the better off you are".
Ás vezes é melhor dobrar sete vezes a lingua antes de falar e mesmo assim...
Neste momento o que me preocupa a sério é o trabalho de pesquisa que iniciei ontem à procura da ordem de classificação das civilizações para poder intervir no debate aqui em França.
Preocupa-me a sério porque decerto, antes de encontrar aquela classificação, o debate vai perder vigor...
José Barros
Caro Embaixador ,
Para chegar a tutólogo consagrado é preciso saber a fundo a arte da retórica e pouco do assunto em questão de forma a sugestionar a opinião pública que é ludibriada pela eluquência da figura do Tutólogo.
Nos outros paises provávelmente devem conseguir a mesma coisa através de técnicos de cada uma das áreas que sabem falar.Em Portugal , isso não é possivel. Normalmente o especialista da área não sabe falar e por isso não pode ser ouvido em directo sob pena de dar "barraca" e estragar tudo ou dizer algo que não deve!
Em Portugal, os comentadores que mastigam as noticias para o "povo" poder digerir, são necessários para recalcar e dar a enfase pretendida à noticia. Os jornalistas até pedem aos comentadores para usarem uma linguagem "simples para que as pessoas lá em casa percebam" !
Num ultimo programa , O Medina Carreira que sabe tudo, não sabia , qual era o valor da reforma média ~em Portugal. Não sabia quantas reformas estão acima dos 2000€, nem que massa monetária correspondia ! Enfim, concretamente não sabia os dados elementares para poder depois afirmar que a solução é acabar com as reformas mais baixas, porque são as que pesam!! Mas pesam quanto ? Não disse...
Em determinada altura o outro colega do Medina disse que em Portugal a média de vida é de 80 anos !!!
Enfim só faltava sugerir que a forma mais simples de resolver o problema da Segurança Social é acabar com os reformados... Umas gotinhas de cianeto e fica tudo resolvido !
Como vê eu também sei de tudo ...
OGman
Estou em crer que V.Exa. concede mais importância ao ditos, do que a que efectivamente têm.
Exprimem opiniões e/ou revelam humores e escrevem de forma mais ou menos divertida ou sabedora mas, na realidade, não passam de expressadores de opinião própria - não fazem escola, nem debitam leis.
Não olvidemos que somos livres e temos escolha, pelo menos de pensamento.
Por mais que respeitemos (ou gostemos) de alguém, não significa que sigamos cegamente os seus ditames.
Podemos apreciar ou encantarmo-nos com a forma como se expressam e, até, com essa diversidade temática ou pluralismo opinativo que bem refere, mas sempre com sentido crítico e distanciamento q.b.
Há dias em que concordo integralmente com a ideia de A ou B, outros que discordo, mas mantenho o apreço pela forma superlativa como expressa outra opinião.
Sobretudo, aprecio que suscitem a ponderação ou espicacem o contraditório.
Admiro a inteligência, acima de tudo, independentemente do 'agrément' tácito ou explícito que concedo aos ditos 'fazedores de opinião'.
E entendo que assim será com boa parte da... população. ;)
Acresce que, sendo a sua existência (ou o seu ego) uma girândola de grandiloquência cognitiva, que remédio têm senão ganharem a sobrevivência com o sacrifício dos seus neurónios!
A vida é dura; o pão, não convém.
:)
Ontem mesmo, depois do exercício de alguns músculos do corpo, por último, no da língua, com o meu irmão, abordamos esta questão.
O que concordamos é que, desde que nos lembramos, são sempre os mesmos, os que vemos, ouvimos e lemos.
Por vezes aparece um ou outro que nos provoca algum frémito. Desejamos continuar a prestar-lhe atenção mas, sempre, desaparece como que por artes mágicas…
E cá continuamos nas mesmas telenovelas, a minha mulher nos “corações (cada vez mais) aos bocados” e eu nos “marcelos que o país consagrou”… (parece que continua tudo em família)
Se se pode chamar enredo "chabichão" aos arranjos que os jornalistas apresentam aos entrevistados nos telejornais, antes de lhe colocarem o "tema" da notícia em si, pode-se deduzir que o tempo de paleio é longo demais, o que torna o tele-jornal de um tamanho desproporcionado... Tutólogos, tutólogos, há sempre excepções à regra: Ferreira Fernandes; V. Pulido Valente. Nalgumas horas em que estão no ar outros que nitidamente condicionam o pensamento da maioria, sugiro que liguem o Mezzo, que nesse tempo apresenta umas reposições de filmes com gravações excelentes de jazzband. Até o canal [H], mesmo que esteja num documentário de "bicharada", é um descanso à crise e aos candidatos a mitigá-la...
São uma espécie de emplastros, versão chic.
Na realidade, o que lhes importa mesmo é aparecer no “boneco”.
Mas a responsabilidade não é só deles. Os nossos meios de comunicação social, que têm necessidade de preencher espaços “a metro” sem a mínima preocupação com a qualidade, são os principais responsáveis. Infelizmente, alguns fazem-me recordar uma conhecida minha que vendia livros em articulação com várias lojas de venda de móveis. Sempre que as lojas vendiam estantes para a sala, davam-lhe os contatos dos compradores. O argumento dela era: “Estes livros ficavam tão bem na sua estante nova! São mesmo na medida certa”. Vendia que se fartava.
O que é preciso mesmo, é preencher o “boneco”.
Mas ai de quem fale do assunto! É tabu! Quase crime.
JR
"Só sei que nada sei!"
Sócrates (mas o outro, o antigo)
Se fizermos a lista completa que agora perora nos diversos canais televisivos, temos uma nova visão do humor.
Foram os "restos" que ficaram do período eleitoral e que permite arredondar o final do mês de cada um.
O problema vai surgir agora, porque quem exercer cargos públicos, deixa de receber. Vamos ver os que se mantêm...
Eles não têm culpa, essa é de quem os escuta e lhes dá espaço para falarem. Portugal tem muitos profissionais especializados nas mais diferentes áreas que poderão emitir a sua opinião de acordo com os assuntos que mais dominam. Temos sociólogos, gente das tecnologias, desportistas, médicos, físicos, etc etc etc Porque não chamar esta gente? Não têm influência? Não têm filiação partidária? Ou fica mais barato concentrar todos os assuntos em 1?
A velha Senhora, que diz não ter já tempo nem pachorra para ver televisão, gosta de ir tomar 'qualquer coisa' aos cafés da zona e é boa observadora:
quando como eu amor tempo tiver
pra nos cafés ver as televisões
verá como os tutólogos que refere
o povo os goza e chama de aldrabões
Respondem à necessidade de sermos cada vez mais polivalentes!
há comentadores que gosto de ouvir, outros, a maioria,que não gosto.
ultimamente, ponho me a imaginar com curiosidade quanto receberão eles ou elas por aqueles minutos de comentários?
há um programa de comentadores que me enerva particularmente e já deixei há muito de ouvir, 5 ou 6 à volta duma mesa brincando uns com os outros, rindo muito, cada um a querer parecer mais original ou engraçado, mas é só tempo perdido, brincam com as coisas sérias, estão ali para se exibirem, a meu ver.
bom oficio nestes tempos o de tutólogo numa televisão...
Caros comentadores: que não haja confusões! Este post não se refere às "crónicas" ligeiras e bem dispostas, voltadas para a crítica do quotidiano, que são uma das (poucas) riquezas do nosso jornalismo. Dois excelentes exemplos, e alguns mais haveria, são os de Ferreira Fernandes e João Paulo Guerra, que aqui em Portugal prolongam uma magnífica escola em que o Brasil costuma exceler, que, no passado, teve nomes como Nelson Rodrigues e tem hoje figuras maiores como Luiz Fernando Veríssimo, Ruy Castro ou Carlos Heitor Cony.
Mandei só a primeira estrofe do sonetilho da velha Senhora. Vai agora (quase) completo, como me foi ditado,
quando como eu amor tempo tiver
pra nos cafés ver as televisões
verá como os tutólogos que refere
o povo os goza e chama de aldrabões
não tema assim amor que opiniões
por eles debitadas sem qualquer
saber profundo meras convicções
possam o bom povo convencer
(...)
Vexa decidirá da pertinência/conveniência de publicar.
(Nota do dono do blogue: houve que "limar" o texto...)
Caríssimo dono do blogue
Será que assim limados/eufemisados passarão?
I mean, os dois breves tercetos finais do sonetilho da velha Sehnora, que trancrevem comentário dum popular aos tudólogos, o qual, agora de repente, se me afigura mui importante para melhor perceber a alma do povo português e o futuro da humanidade...:
'querem é tacho
um raio os parta
perdão senhora
isto é o que eu acho
também 'stá farta
não é, doutora?'
A função do intelectual, cuja produção numa área específica do saber ou da criação legitimava uma intervenção genérica e ilimitada, sobretudo no campo político, foi usurpada (após o processo de deslegitimação dos intelectuais que acompanhou a crise do marxismo) pelos jornalistas.
Uma sociedade em que Judite de Sousa julga ter desencadeado uma mudança política é sem dúvida bem mais distorcida do que uma sociedade em que Eduardo Prado Coelho opinava sobre tudo.
a) Feliciano da Mata
Tudólogo e faz-tudo
Observo neste post do nosso Embaixador uma crítica implícita à Doutora Fátima Campos Ferreira (cujo irmão brilha na nossa Assembleia da República, com ontem se viu ao moderar o bate-boca entre Agostinho Lopes e o Álvaro). Parece-me muito injusto. Há temas sobre os quais a Senhora não se pronunciou ainda, como seja o Futsal e a cultura da ameijoa em Moscavide. E para o último comentador quero dizer a Dona Judite (que raio de nome)não chega ao calcanhares da Senhora Fátima. Essa é que é essa!
SE é sobre a Fatima Campos Correia, não percebi !!!
Eu pensei que era sobre o Marcelo, O PAcheco Pereira que dava o show sozinho e agora o RAngel, a afilhada do Pinto da Costa que também percebe de bola, etc !!!
O gin tónico também dá aquelas lições de catedra que aprendeu no seminário etc .
Agora a Fatima Campos Correia apenas apresenta o circo enquanto os outros fazem parte do circo !
Enquanto Portugal estiver nas mãos dos rapazes de avental e dos outros que aprenderam o "venha a nós o nosso reino" logo muito cedinho, não há hipotese nenhuma. Nem a nossa sra de Fátima nos salva !
E nem sequer vale a pena pensar que no "estrangeiro" é diferente, porque é igualzinho. Pode mudar alguns pormenores mas na globalidade é igual.
Como dizem os da nova Ordem; Think globaly and act localy !!!
OGman
Ó Senhor Embaixador porque é que aqui os anónimos têm todos
acento circunflexo que tanto me me lembra o Brasil?
Para o das 16:46
Esta dra está cansada, sim, de ouvir desaforos em tom professoral.
Para Feliciano da Mata tutólogo encartado, sempre lhe digo que qualquer delas me cansa. E de que maneira...
Caríssimo,
Bom termo esse de "tutólogos"! Mais uma nova achega a nosso dicionário, particularmente,creio, para enfurecer estilistas!?!?! ou puristas como o dr. Vasco Graça de Moura! Mas, falando mais sério. O tema e a disserção, como sempre, é brilhante. Parabéns!
Gilberto Ferraz
Fez-me pensar na psicologia social que nos remete para a
fonte onde bebem a maioria dos tutólogos...
“O meio envolvente é também um meio teórico, onde circulam teorias e doutrinas sobre as grandes questões que os indivíduos se colocam e que são a expressão das respostas que souberam encontrar”.
Jorge Vala (1993)
Senhor Embaixador: uma vez mais uma análise certeira do que se passa no meio dessa nova categoria profissional denominada"comentadores" em circuito fechado e a qual os nossos orgãos de comunicação social prestam,a todo o momento,vassalagem.È profundamente irritante que a propósito das mais comezinhas noticias os dito orgãos corram atrás dos opinadores do costume que nunca vacilam em debitar meia dúzia de frases.
Isto para não refrerir os programas onde o lugar está sempre garantido.
E,venho reparando que alguns desses comentadores,com certa falta de pudor,utilizam hoje,para sustentarem as suas opiniões argumentos cuja validade há meses
recusavam com grande vigor.
Ora, aqui está uma boa oportunidade para que todas as pessoas de coragem, que dão a cara e assinam com o seu nome possam dar uma lição aos pobres anónimos (incluindo os que se escondem atrás de uma doninha) e chamem os bois pelos nomes.
Digam, então, quem acham que são essas pessoas que enxameiam a nossa comunicação social e que acham que falam de tudo com propriedade?
Nomes, senhores! Nomes!
Lá está... se os escrevessem, talvez perdessem uns bons almoços e o prazer de lhes chamarem "meu caro amigo!" ... Não vale a pena, não é?
É uma questão de (falta de) coragem...
De total acordo com o Catinguinha fofinho!
- Nomes, senhores, nomes!!!
:)))
Não será só perder uns almoços ou deixar o contacto afável. Poderá significar, por exemplo, ficar sem o “empreguito”, tenha o anónimo competência ou não.
Pergunto: vale a pena nesta sociedade em que vivemos? Por outro lado acho bem que se emitam opiniões anónimas dentro das regras que já se discutiram. Sou de opinião que não se inverte o ónus da prova em opiniões criticas anónimas.
Referi que quando aparece alguém interessante a comentar, em geral, só o faz uma vez. O que lhe acontece? Não sei. Dir-me-ão: É porque disse tudo o que tinha a dizer…
Com o todo respeito, digo que O/A Srº/ª CATINGA não me parece que ande “com os pés bem assentes na terra” e, o Sr. Embaixador não venha pôr agora com “paninhos quentes”. É bem nítido que todos estes comentários se referem, tão só, às “DOUTAS” crónicas…
(Tenho saudades do Professor José Hermano Saraiva…)
Cara HSC
A velha Senhora insiste em esclarecer:
fique helena descansada
a 'doutora' do terceto
é a médica jubilada
que sou eu e assim tratada
nos cafés onde me meto
por um qualquer 'camarada'
A velha Senhora anda muito nervosa:
as coisas que diz
o povo tão piegas
do nosso país
batendo nos viegas
e mais figurões
que ele olha de viés
nas televisões
mirando entre copos
(co'a crise são poucos)
praí nos cafés
enquanto não prega
achegas à grega:
'que gandas ladrões
ai seus aldrabões
seus filhos da mãe
ele é cada truta
só querem é fruta
só querem é tacho
é todos ao pote
isto é o que eu acho
só ia a chicote
vão todos pró diacho
que um dia inda os racho
ah sim qualquer dia
acaba a folia
o raio que os parta
que a gente está farta'…
...
diria amor a você
mais coisas que ao povo ouço
quando em cafés vê tv
co'a cerveja e co'o tremoço
palavrão sai forte e grosso
que o povo meigo não é
co'os copos depois de almoço
diria amor mas pra quê
havia após que limá-las
a tão lindas palavrinhas
não se dá publicidade
que elas passam que nem balas
fronteiras suas e minhas
e estoiram com a dignidade.
Caro Anônimo das 17:03
Bom, fico mais descansada.
Num pais de doutores,
Há sempre uma apressada,
Que quer agarrar louvores,
Ou safar-se das dores,
Que as doutoras lhes provocam,
Nesse nobre ofício de entrevistar.
Mas só os do poleiro convocam
Para nos programas dissertar...
Cansada, eu, de os ouvir,
Todos os dias falar,
Esqueci a Velha Senhora,
Coitada!
Reformada que expressa
Seu malogrado pesar.
Pois tutóloga empreendedora
demonstra ser a Velha Senhora
em estilo vocabulário próprio
socialização anónima Pro Cópio?
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