Que venha o sol o vinho e as flores
Marés, canções de todas as cores
Guerras esquecidas por amores;
Que venham já trazendo abraços
Vistam sorrisos de palhaços
Esqueçam tristezas e cansaços;
Que tragam todos os festejos
E ninguém se esqueça de beijos
Que tragam pendas de alegria
E a festa dure até ser dia;
Que não se privem nas despesas
Afastem todas as tristezas
Pão vinho e rosas sobre as mesas;
Que tragam cobertores ou mantas
E o vinho escorra p'las gargantas
E a festa dure até às tantas;
Que venham todos de vontade
Sem se lembrarem de saudade
Venham os novos e os velhos
Mas que nenhum me dê conselhos!
Que venham todos de vontade
Sem se lembrarem de saudade
Venham os novos e os velhos
Mas que nenhum me dê conselhos!
Marés, canções de todas as cores
Guerras esquecidas por amores;
Que venham já trazendo abraços
Vistam sorrisos de palhaços
Esqueçam tristezas e cansaços;
Que tragam todos os festejos
E ninguém se esqueça de beijos
Que tragam pendas de alegria
E a festa dure até ser dia;
Que não se privem nas despesas
Afastem todas as tristezas
Pão vinho e rosas sobre as mesas;
Que tragam cobertores ou mantas
E o vinho escorra p'las gargantas
E a festa dure até às tantas;
Que venham todos de vontade
Sem se lembrarem de saudade
Venham os novos e os velhos
Mas que nenhum me dê conselhos!
Que venham todos de vontade
Sem se lembrarem de saudade
Venham os novos e os velhos
Mas que nenhum me dê conselhos!
Na morte de José Niza, um homem solidário e sonhador, aqui fica, em homenagem, a sua "Festa da vida", a letra que construiu para a canção, com música de José Calvário, com que Carlos Mendes ganhou o Festival RTP da Canção, em 1972.
7 comentários:
Para mim a melhor de todas as canções que levámos à Eurovisão.
Falei dela e das minhas memórias de infância do festival, que suponho sejam muito parecidas com as de toda a gente, aqui;
http://gotaderantanplan.blogspot.com/2008/04/euroviso-os-vencidos-que-foram.html
José Calvário já tinha partido. Agora foi José Niza. Triste.
Da vontade de cantar esta "Festa da vida" todos em coro! não da?
A "Festa da vida" é a canção que me vem à memória quando recordo o Festival RTP da Canção, talvez por ter sido a canção vencedora de um dos primeiros a que assisti. A letra é lindíssima, tal como é "E depois do Adeus".
São portugueses como o José Niza que dão dignidade ao nosso país.
Isabel BP
Tem toda a razão minha querida Helena O.
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.
No meio da noite despertei
Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes
Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?
— Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.
*
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo
Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
— Estão todos dormindo
Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
Manuel Bandeira
Caro senhor embaixador, so lhe posso responder a este seu post, com este magnifico Profundamente.
Viver fora do pais é também isto
é correr um dia o risco...
Sim Helena cantemos todos em coro !
Há homens que se fazem história e nós sabemos que não morrem.
Até porque escreveram a festa da vida.
Ainda que com algum atraso não quero deixar de me associar,quer ao post,quer aos comentários feitos sobre o desaparecimento de José Niza.
E permitam-me que destaque a ideia de JuliaMacias-Valet ao oferecer-nos a trancrição de tão belo poema.
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