quarta-feira, setembro 07, 2011

Jornalismo televisivo

Hoje, durante a hora de almoço, "zappei" entre os telejornais da RTP e da SIC. Em cerca de 45 minutos deste exercício, apenas as palavras de Lula da Silva deixaram um leve registo de otimismo. Os telejornais portugueses, antes de chegar a sua hora gloriosa do desporto, são construídos em torno de uma agenda quase exclusivamente negativa, seja no plano nacional, seja no quadro internacional. Às vezes, a medo e a contra-ciclo, lá surge uma nota sobre uma iniciativa pontual positiva, quase sempre como contraponto a uma circunstância negativa.

É verdade que há cortes orçamentais, que os preços sobem, que há mais desemprego, que há empresas a encerrar, escolas e hospitais com problemas, ameaças de greve, incêndios, desastres nas estradas. E que, no estrangeiro, há bolsas a cair, bombas a explodir, guerras, inundações, cataclismos e outras maleitas, feitas pelo destino ou pelos homens. Mas não haverá, de facto, mais nada? 

Por que será que, quando observo telejornais da França, da Espanha, do Reino Unido ou dos Estados Unidos, onde também há crise, nunca encontro nada que se pareça com este obsessivo tropismo para a tragédia, para apenas sublinhar o que corre mal, para a criteriosa escolha, como comentadores, de aves agoirentas que apenas prenunciam dias piores? Num tempo em que as coisas são difíceis para os portugueses, não seria importante - eu sei que não se usa, mas arrisco: e patriótico - que a comunicação social ajudasse a "puxar" pela nossa auto-estima, por aquilo que corre bem, pelos efeitos positivos que se esperam dos esforços coletivos que estão a ser feitos, pelas empresas que estão a tentar firmar-se no mercado internacional, pelos saltos na investigação científica, pelo muito que tantos estão a fazer para que o país ande para a frente? Ou será que existe uma censura, nas redações televisivas, para evitar publicitar as coisas positivas?

Como embaixador de Portugal, confesso a minha revolta pela imagem que as televisões portuguesas, na tabloidização medíocre em que caiu grande parte da sua informação, transmite do nosso país às nossas comunidades pelo mundo. 

Agora volto a perceber melhor aquilo que um dia, ouvi a uma criança, filha de portugueses residentes na Suíça, a quem perguntavam o que gostava mais de ver na TV:  "os desastres". Com um jornalismo televisivo deste quilate, estamos a criar uma cultura geracional de depressão.

33 comentários:

Rui Franco disse...

Mas... é que nem na "hora gloriosa" do desporto a coisa se compõe. Afinal de contas, toda a comunicação social deu muito mais destaque à birra de um jogador da seleção nacional do que à vitória desta por quatro, num jogo "a doer"...

Fada do bosque disse...

Pois é Sr. Embaixador... eu eliminei a TV das nossas vidas, pois suspeito que sejamos um campo de experiências de engenharia social... esta notícia deve estar interligada:

Sobre a sobre-medicação de psicóticos

O volume do comércio mundial de medicamentos psicóticos é impressionante. Só nos EUA, o valor anual de vendas ascende a 14 mil milhões de dólares em vendas, só em 2008. Este valor torna-os na classe de medicamentos mais vendida nos Estados Unidos, e revela um país mentalmente doente e sobre-medicado.

O problema ocorre – ainda que numa escala inferior – também em Portugal e deriva aqui e além de uma inclinação excessiva por parte de alguns médicos para sobre-receitarem tendo em conta os benefícios “generosos” oferecidos pelas Farmacêuticas e a pressão por parte de muitos doentes para receberem estes medicamentos cuja utilidade prática tem, de resto, sido posta em questão por alguns estudos recentes.

Fonte:
http://science.slashdot.org/story/11/07/16/036230/Mass-Psychosis-In-the-USA?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+Slashdot%2Fslashdot+%28Slashdot%29&utm_content=Google+Reader

Consequências práticas desta manipulação psicológica:

Este artigo está fabuloso e penso que justifica esse procedimento dos Media portugueses!

“Eu sou o castigo de Deus… se não tivessem cometido grandes pecados, Deus não teria enviado um tão severo castigo como eu sobre vocês.” – frase atribuida a Gengis Khan

Muita engenharia social, onde Fundações como a Rockfeller, Ford e Carnegie estão ao serviço de uma Nova Ordem.

«Institutos como Carnegie, Rockefeller e Ford têm uma influência corrosiva na sociedade democrática, eles representam concentrações de poder e riqueza desregulados e irresponsáveis, que compram talentos para promover causas, e, com efeito, estabelecer uma agenda do que merece atenção da sociedade. Eles servem de agências de "cooling-out" atrasando e impedindo as mudanças radicais e/ou , estruturais. Ajudam a manter uma ordem econômica e política, de âmbito internacional, o que beneficia os interesses da classe dominante de filantropos e philanthropoids - um sistema que ... trabalhou contra os interesses das minorias, da classe trabalhadora e os povos do Terceiro Mundo.

Esses Institutos foram centrais na promoção da ideologia da "globalização", que lançou as bases para organizações como o Conselho de Relações Exteriores e do Grupo de Bilderberg.
A Fundação Rockefeller, em particular, apoia diversas organizações que promovem uma filosofia dos "internacionalistas liberais", cujo objectivo é:
Apoiar uma política externa dentro de uma nova ordem mundial, o imperialismo, que foi a característica dos Estados Unidos como a principal potência - um programa definido pela Fundação Rockefeller como "desinteressada", "objetiva" e mesmo "não-política" ... A construção de um novo consenso internacionalista exigiu o financiamento, consciente de indivíduos alvo, organizações que as questionavam e minaram os partidários da "velha ordem", enquanto, simultaneamente, promovem a "nova" Ordem.» Fonte

p.s. Este último artigo (fonte)explica como se está a processar a NOM na Europa.

Anónimo disse...

caro sr embaixador

ha que afirmar com clareza, podia ser ainda pior.
imagine que no momento em que se quer que o espectador relaxe de todo aquele induzido sentimento de catastrofe, lhe chegam as noticias do sporting!

mais a serio, estou de acordo consigo. é muito mau.
a programacao da rtp internacional é ma de mais.
ha uns tempos o prime time era ocupado pelo 'preco certo em euros'!!

parafraseando jeronimo de sousa: 'valha-nos deus, camaradas!'

bem haja

Carlos de Jesus disse...

É evidente que se abusa das más notícias, mas como se diz nas escolas de jornalismo, quando um cão morde num homem, não há matéria para notícia, já o contrário justifica uma entrada nem que seja na coluna dos diversos. Para nosso consolo, quer isto dizer que as más notícias são ainda a raridade. Mal irá dia em que os jornalistas tenham que andar à cata de boas notícias para encher o noticiário. Que o digam os correspondentes da Ciudad Juárez, na fronteira do México com os Estados Unidos.

Anónimo disse...

Mais alguns anos e vivendo cá, darás por ti na pratica a deixar de ver noticiarios portugueses na televisão e limitares te a ler jornais, em papel e na net. Mesmo neste caso é importante evitar os títulos. Para quem toda a vida, tal como tu, cria aspirar ao conhecimento total,esta inesperada aproximação à ataraxia é um enorme serviço que a televisão, publica e privada, me prestou.
Ex-vizinho Marxista

Jose Martins disse...

Senhor Embaixador,
Sou martirizado todos os dias com a nossa RTPi (outros canais portugueses não chegam à Tailândia) e agora é a culinária constante ou a do chefe Hélio Loureiro ou de uns comunicadores que correm o país a divulgar a culinária portuguesa e aquela que nós conhecemos. Fazem perguntas a pessoas tão infantis que me arrepiam...
.
Por exemplo, neste momento, liguei para a espanhola porque a RTPi nesta hora transmite um programa de maternidade e as senhoras a darem à luz e claro está a chorar com as dores de parto.
.
Eu não digo que haja por lá mediocridade, mas muita falta de imaginação e até nos arquivos há material que deveria ser posto no ar.
.
Claro que aquele patriotismo de outras eras se foi... e o que mais interessa são as notícias do dono que mordeu o cão.
Saudações de Banguecoque
José Martins

Anónimo disse...

E se voltássemos aos livros (quem os tiver, em vez da televisão...)

Cântico do Sol

(...)
Louvado seja o Sol
E a pedra dura e a terra Mole
Com toda a casta de florinhas.

Seja louvado o Sol,
Que não separa em seu calor
As coisas altas das mesquinhas.

Louvado seja a Rosa do Sol.
Louvado o seja o Raio de Sol.

(...)

Louvado em fojo e no aprisco
Se bem brilhou..
Louvado no Sol Francisco
Que mo ensinou

Loa, lauda e louva-a-deus,
Louvai o Sol, louvado Deus.

(...)

Vitorino Nemésio

Não vejo outra maneira de concordar consgo, Sr. Embaixador.

Obrigado.

Anónimo disse...

Há uns anos já um tanto distantes, um dia, no Rio de Janeiro um camarada de profissão mostrou-se um exemplar do diário «O Dia» que ali se publicava e, rindo-se, disse-me: «você torce este periódico e el deita sangue»...

Mandaram o Cabral para lá, mas nós revidámos... como se dizia naquele País. O caríssimo Francisco sabe-o bem.

PS (Aqui é Post Scriptum) - É por essas e por ouras que digo que nunca mais voltaria a fazer jornais - mesmo que me deixassem...

Fada do bosque disse...

Garanto que a TV vicia um espectador, como a nicotina vicia um fumador... custa fazer o "desmame" mas vale bem a pena!
A mente fica muito mais receptiva ao que realmente importa e tende a questionar tudo o que nos querem impingir. A sociedade está completamente intoxicada por esse maldito aparelho. Torna a maioria das pessoas ignorantes. Penso ser essa a finalidade. Livros e net informativa, enquanto não nos tirarem também isso... e o Mundo seria melhor. Viu Sr. Embaixador um dos links no artigo que enviei acima? Aqui vai:

Estudo de universidade alemã
Mais de um terço dos europeus sofre de doenças mentais

05.09.2011 - 12:33 Por PÚBLICO,
Depressão, Alzheimer, dependência do álcool e AVC estão no “top 4” das doenças mais incapacitantes Depressão, Alzheimer, dependência do álcool e AVC estão no “top 4” das doenças mais incapacitantes

Segundo um estudo recente, há quase 165 milhões de pessoas na Europa a sofrer com problemas de saúde mental, tais como depressão, ansiedade, insónias ou demências. As mulheres estão cada vez mais deprimidas.
Além de tudo isto é um filão para a indústria farmacêutica, que está intrinsecamente ligada à do armamento e que por sua vez, estão ambas ligadas à finalidade da despopulação mundial.
Mas a mim ninguém pode dizer que vejo muitos filmes... :)) Nem isso faço.

Anónimo disse...

De nos chamar crianças, já chega o futebol em excesso que se noticia e conversas em "latin" que se ouvem. Ainda ontem ouvi uma dessas conversas e concordo consigo; já chega de dar importância àquilo que não tem, assim como a palavras catastróficas.

Anónimo disse...

Lendo este post, lembrei-me imediatamente desta crônica do escritor brasileiro Affonso Romano de Sant'Anna, grande demais para postá-la aqui na íntegra, então deixo aqui um trecho e um link para a crônica completa.

http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/06/321001.shtml

"Só notícias boas

Acabo de saber que, em Londres, vários jornais decidiram dar ênfase às boas notícias e eliminar uma porção de informações negativas e inúteis. São publicações da Independent London Local Newspapers, que cobrem vários bairros e comunidades. O princípio ético-jornalístico atrás disto é que as más notícias podem ser acolhidas, desde que dêem origem a mudanças positivas.

Sempre me incomodou, por exemplo, estar dirigindo um carro montanha acima num fim de semana, procurando a paz dos píncaros, olhando a paisagem, árvores, pássaros e, de repente, ligar o rádio e ouvir a notícia de que um ônibus capotou na Birmânia deixando tantos mortos e tantos feridos. Indago-me: por que eu, aqui, procurando minha paz, tenho que saber disto? O que isto muda na história da humanidade? Vou poder ir lá tirar alguém das ferragens?

Se a notícia tivesse algum ingrediente excepcional, narrando, por exemplo, que cinco passageiros escaparam de morrer porque tiveram tempo de abrir suas asas e sair voando pela janela do veículo, aí, sim, seria, a meu ver, notícia.

Outro dia andei pensando se o mundo e o país pioraram mesmo ou se houve alguma modificação na imprensa. Possivelmente as duas coisas ocorreram. Mas a sensação que se tem é que os jornais todos viraram uma grande página policial. E essas revistas semanais, então, praticam uma espécie de festival de tiro ao pombo, cada uma tem que vir com um escândalo maior."

Anónimo disse...

Há muito que erradiquei os telejornais e os jornais só a "Bola", basta-me, já chega

Rui Franco disse...

Na Roménia tentaram fazer passar uma lei obrigando a comunicação social a contrapor a cada má notícia, uma boa. O tribunal constitucional local chumbou o projeto.

A verdade é que esta coisa das más notícias está intimamente ligada à própria natureza humana. Não há volta a dar aos recetores e o trabalho tem de ser feito junto dos emissores. Aliás, se formos ler textos de há cem anos, encontraremos iguais queixas de excesso de desgraças nos jornais.

(pois se até os problemas acabam por ser os mesmos...)

A teoria da conspiração não é para ser provada, portanto, com o negativismo das notícias mas sim com a cuidada seleção de temas e com o tempo de antena que lhes é dedicado.

Agora, imaginem quando nem uma televisão pública existir e tudo estiver entregue à "inteligência" do "marketing". É que a RTP ainda podia ser usada para enorme benefício da população mas as privadas?...

Rui Franco disse...

Já agora, só para distração de fim de tarde, deixo aqui o link para uma análise (que termo pomposo) que fiz à primeira página de um sítio de notícias cá do burgo. Em 2008...

http://aospapeis.blogspot.com/2008/01/possvel-sorrir-o-site-portugal-dirio.html

Verão que andamos sempre à volta dos mesmos assuntos e queixas...

Anónimo disse...

Que bom senhor embaixador saber que um brasileiro trazia otimismo entre os desastres nos telejornais. Faz parte da alma brasileira não deixar a felicidade de lado, mesmo no centro das grandes crises. Talvez este seja o principal aprendizado deste povo. Deus queira que os brasileiros não esqueçam disso agora que estão podendo consumir um pouco mais.
Mágda Cunha - jornalista, professora e pesquisadora, PUCRS/Brasil

Anónimo disse...

Sr. Embaixador
É realmente assim. Mas gosto de acreditar que muitos portugueses já se habituaram a atribuir uma importância muito relativa à "informação" dos noticiários.
Olhe, dava uma bela notícia!!

Anónimo disse...

ERA UMA VEZ

Julgo estar em condições de garantir que muitas vezes quem quer"fazer" melhor televisão é "mais ou menos corrido" do écran"Você está doido(a) ou quê???Isso não dá audiência.O poveco gosta é de desgraça"
Ainda assim... há profissionais que se esforçam.

A coisa também não vai lá por decreto e quem gosta de livros não precisa de arrancar a ficha da TV.

Tudo se complementa! E quem se auto elogia que deixou de ver TV, então não sabe o que lá se passa...e portanto...

A TV com todos os seus defeitos chega a todas as casas e tem tido em muitos casos uma função social e esclarecedora.Até aqui tenho conseguido sempre ver e ouvir os dois lados da questão.

Também não tenho saudades do tempo em que a verdade era "oficial e "ai de quem"

Sejamos razoáveis. A escolha, POR ENQUANTO, é nossa.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Anónimo das 19.33: ... entre aquilo que lhe dão. E porque não lhe dão outra coisa? Já pensou? Porque razão as coisas não se passam assim noutros lugares? Não há aqui nenhuma teoria conspirativa, que fique claro! Dá-se aquilo que se sabe que tem audiência, porque se segue o critério de que serviço público é apenas servir aquilo que o público (e a publicidade) aprecia. Assim não vamos lá!

José Sousa disse...

Tem toda a razão, mas as televisões só dão essas notícias porque é disso que o povo gosta...
Cada um tem aquilo que merece.

Fada do bosque disse...

Caro Era Uma Vez,
Não me auto elogio, apenas faço um exercício que considero saudável. Quando deixam de fumar, os ex fumadores enchem-se de "basófia do seu feito" e é claro que são apoiados pelos outros... deixe-me ter algum motivo de orgulho por ter posto de parte algo que considerava mau para a família... Penso que estou nesse direito. Ouvi na TSF o caso de uma família que fez o mesmo, vai para quatro anos, tal como nós e realmente sentiam-se orgulhosos de o terem feito.
Quanto ao não saber o que se passa do lado de lá... é subjectivo, há a rádio e sigo blogues sempre actualizados de muitos jornalistas "inconvenientes" para o Sistema e portanto, no Index... os que ainda precisavam de cursos de RI! profissionais que arriscavam a vida para exercer a profissão. Sigo também os sites informativos, algo que posso partilhar: http://www.eusou.com/jornalista/ e ainda sigo muito mais informação alternativa. Realmente a escolha ainda é nossa e eu gostaria de poder escolher uma boa informação na TV... como não há, muito pelo contrário, mudei de rumo.

Caro Catinga... realmente o seu post é muito pertinente! Gostei especialmente da conclusão:

»Voltando então à questão dos sorrisos e do pessimismo reinante, como é possível a uma população encontrar um caminho de optimismo, de vontade de lutar, quando é diariamente obrigada a engolir dezenas, centenas de notícias sistematicamente apresentadas pela negativa? Quando os jornais gratuitos (esse cancro) são-nos enfiados pela janela do carro adentro ou atirados à cara nas estações de transportes públicos, todos seguindo a mesma linha editorial (negativa! negativa!), o que resta ao cidadão? Ser obrigado a engolir polémicas, catástrofes, crimes às 09:00, que vontade dá de sorrir e enfrentar os problemas pela positiva? Pouca ou nenhuma, convenhamos.»

Alguém me sabe dizer, se noticiaram nos telejornais portugueses a greve de fome de Anna Hazare?

Quanto aos programas de culinária e cozinheiros, ouço familiares e amigos comentar e penso - estiveram à espera que a fome se generalizasse, para passarem estes programas a toda a hora?! Parece impossível... de que mais serão capazes? Já que não têm dinheiro para comer, nada como ver os outros! Isto é do arco da velha! Para os que não podem, deve ser uma "felicidade" verem tanta fartura!

Anónimo disse...

ERA UMA VEZ

Caro Sr. Embaixador

Quando falava em "escolha" referia-me àquela que sempre se pode fazer entre TV ou rádio, ou livros,jornais, exposições, colóquios...
porque a TV não é obrigatória.

E curiosamente nas "privadas" já se tem feito muito serviço público.

Anónimo disse...

Desculpem a interrupção, mas penso que podiamos colocar a questão ao contrário: porque é que os jornalistas não são chamados para as situações "alegres"...
Porque é que a sociedade paga o direito de antena das reenvidicações e não paga para dizer que uma coisa correu bem?
Parece-me evidente...
(ass: anónimo das 19:29)

oscar carvalho disse...

Sr Exbaixador,
Há quem perfilhe as suas preocupações:
http://fadopositivo.blogs.sapo.pt/

Helena Sacadura Cabral disse...

Muito do que aqui se diz é verdade. Mas já ando na tv há tempo suficiente para saber que uma mesma notícia pode ser dada de diferentes formas.
Nunca deixei de dizer o que penso, mas nunca explorei o "choradinho" emocional.
E, como toda a gente, já comentei coisas tristes. Mas recuso-me a perder a capacidade de rir de mim própria! Julgo ser este um dos grandes problemas nacionais...

Anónimo disse...

...e tudo se resume a uma só palavra "Fado".
Como alguém diz aqui, recuso-me a perder, a deixar que me tirem, a capacidade de rir, de ser feliz...

Isabel Seixas disse...

Identifico-me perfeitamente com o post.

Seria "bom" até que houvesse alguma relação causa efeito entre as noticias e as nossas flutuações de humor teriamos então razões para implementar mudanças de comportamento, nomeadamente ver só as noticias de dois em dois dias, chega perfeitamente, algumas perduram até ao oitavo e décimo dia.

Gostei imenso dos comentários suscitados , só queria dizer à Fada se me permite e não leve a mal, os medicamentos prescritos são antipsicóticos...

Agora se calhar de forma velada detetou uma variavel determinante, fugiu-lhe a escrita para a verdade e nesse tormento de água mole em pedra mesmo que dura os estimulos psicóticos obrigam à toma de antipsicóticos...

Por mim chega-me não me expor ao agente, raramente vejo televisão e exponho-me qb a miorelaxantes de tipologia...
Duas ou Tres Coisas

Julia Macias-Valet disse...

Desculpe, senhor embaixador...disse jornalistas ou velhos do Restelo ?

L M D disse...

Mas não é só esse o problema, a duração das noticias em si é inacreditávél, e por vezes a ordenação das noticias é insultuosa,chegamos a assistir a primeiras noticias de dez a quinze minutos sobre se a bola entrou ou não, se este ou aquele treinador disse isto ou aquilo.
Regressei de vez a Portugal há dez anos, e uma das coisas que me deixa saudades da Alemanha são precisamente os noticiários quer na ARD, ZDF, RTL ou SAT1, duração 25 minutos e mais tarde depois de uma série ou uma novela (em vez de uma palete de novelas) um tema do dia em debate durante 45 minutos.

Fada do bosque disse...

Este filme é muito bom para se perceber porque se substituiu o verdadeiro jornalismo, pelo jornalismo "embutido" no poder.
A verdade sobre o Iraque... Justiça seja feita e que muitos vejam, o embuste em que o Ocidente se tornou.

Fada do bosque disse...

APELO importante.

Por favor vejam a reportagem que deixei neste último comentário. A verdade da guerra. Querem manter a humanidade "Num Estado De Guerra Perpétuo". Por favor vejam... a Vímeo acabou de retirar a versão inglesa e esta também irá desaparecer em pouco tempo...

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Fada do Bosque: não faça deste sereno blogue um espaço de militância, por favor. Não leve a mal, mas os links para outros mundos não fazem muito parte do ADN deste espaço.

Fada do bosque disse...

Desculpe Sr. Embaixador... :(
Há tanta injustiça... Delculpe a ousadia... :(

Nuno Sotto Mayor Ferrao disse...

Caríssimo Embaixador Francisco Seixas da Costa,

Concordo plenamente com a sua lúcida análise. Na verdade, faz falta um jornalismo cívico que se contraponha a um jornalismo sensacionalista que tem tomado conta dos noticiários televisivos dos canais generalistas portugueses. Sem dúvida que este critério pernicioso de que "as más notícias correm depressa" e são mais mediáticas tem instalado na mentalidade dos portugueses um sentimento depressivo que urge expulsar.

Este jornalismo sensacionalista está ligado à nefasta influência da ideologia de mercado que se afasta da transmissão cultural e de valores Éticos. Portanto, é importante regressar a um jornalismo cívico que vem das consciências cultas e livres e que foi apanágio em muita imprensa escrita dos regimes portugueses liberais dos séculos XIX e XX.

Saudações cordiais, Nuno Sotto Mayor Ferrão
www.cronicasdoprofessorferrao.blogs.sapo.pt

25 de novembro