quarta-feira, agosto 17, 2011

Tecnologias

Aqui deixo uma breve historieta da minha terra, verídica, para elevar a boa disposição ao nível dos "spreads".

O homem tinha partido de regresso a casa, pela tardinha. A certa altura, foi seduzido por alguma "fruta" (o termo é de raiz futebolística nortenha, para quem não saiba) humana que se oferecia à beira da estrada. Parou, negociou e, antes do resto, telefonou à mulher, informando-a de que um compromisso de última hora o impedia de ir jantar. 

E lá foi, acompanhado, para a mata próxima. Horas depois, chegado a casa, foi recebido pela cara metade de caçadeira na mão. A tragédia foi evitada, a custo, por familiares. O que acontecera? O nosso homem esquecera-se de desligar o telemóvel, depois da chamada para a esposa, que assim teve o "privilégio" de ouvir o "relato" ao vivo do recreio do cônjuge.

Vi-o hoje, feliz da vida.   

27 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Eu sempre avisei dos perigos do telemóvel para amigos menos cautelosos.
Um antigo administrador meu, muito dado à "fruta alheia" gostava de dar boleia às suas secretárias, escolhidas sempre a dedo - é o mínimo que posso dizer - e a mulher andava já desconfiada.
Um dia, uma delas suscitou-lhe maiores inquietações. Assim, com a cumplicidade de certa garagem que se fez pagar bem, decidiu-se a por um gravador no carro do marido .
Pois Senhor Embaixador, a gravação do que se passou no bólide, dispensado o motorista, foi ao vivo e a cores. E ao vivo e a vermelho foi a explosão conjugal que se passou no dia seguinte...
A mulher foi à vida, mas a "piquena" deixou o secretariado e foi promovida a esposa. Claro que a história tem continuação, mas se digo mais...ficam os protagonistas à vista!

Helena Sacadura Cabral disse...

Ah! E já agora um conselho gratuito. Ter um disco rígido escondido em local seguro para guardar nele o que nunca deve ficar no PC.
Cuidados de mulher prevenida a quem as cautelas - como o caldo de galinha - nunca fizeram mal!
;))

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Dra. Helena Sacadura Cabral: pode dizer-se que o "upgrading" da secretária se ficou a dever às novas tecnologias...

margarida disse...

Apreciação sisuda

“Quem vê caras…”; mas concebamos, como exercício teórico, que está mesmo ‘feliz da vida’. É natural. Que vive desresponsabilizado dos seus actos, a história revela-o à saciedade. E não (tanto) pelo facto de ter sido entreouvido em desígnios, digamos, pouco católicos, mas por recorrer à mentira por fundamentos nada fidalgos.
Brava consorte (azarada) que se muniu de poder de fogo para lho tirar a ele!
Sortudo (infame) que teve em seu socorro a boa vontade alheia para lhe salvar a pele.
Terá aprendido a lição?
Terão?
Da forma como muitos ainda pensam, é provável que tenha ganho uma aura de grande «machão» – daí o ar aparentemente ‘feliz’.
Ou, pelo contrário, “apenas” pelo facto de ter visto à morte à frente e ter escapado por um triz…

Apreciação patusca

Ena! A ideia nem é nada má! Talvez que a cônjuge tivesse ficado elucidada dos autênticos desejos do ‘mais-que-tudo’ e, depois do arrufo belicoso, tivessem feito as pazes na horizontal (ou interpolando graficamente) e de tal forma que a vida conjugal tenha levado um fôlego memorável.
Às vezes é necessária uma certa terapia de casal, com recurso a terceiros. De preferência profissionais. Teóricos ou práticos (como terá sido o caso).

Apreciação feminista-militante

Ainda anda feliz, o tratante? Pois foi pena que a sua senhora não lhe tivesse cravado uns valentes chumbos ali, pela região fulcral!
Pumba! Acabavam-se-lhe as ‘alegrias’ àquele mentiroso, bandido e traidor!

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Margarida: não leve as coisas tanto a sério. É assim que se "descreativiza"...

margarida disse...

São entendimentos, excelência.
Por acaso até acho 'criativo'; mas é usual ser erroneamente interpretada; talvez necessite de, digamos, férias.
Sendo aqui soberano, esteja à vontade para não 'publicar' ou apagar.
Pesos e medidas há-os variadíssimos, é claro.

Anónimo disse...

Senhor Embaixador,

Estou um pouco perplexa com a imagem. Como sabe eu (ainda) nao sei conduzir mas a estrada parece-me um pouco "a banda". Sera que o seu amigo, alem de se esquecer de desligar o telemovel tambem desligou ou ligou o GPS? O ceu quase de pernas para o ar e a estrada algo perigosa! Teria o seu amigo seguro contras todos os riscos (incluindo terceiros?)

Saudacoes

F. Crabtree

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Margarida: por quem é! Claro que publico. Será por ser "por quem é" que não gostou da graçola da "fruta" e saiu por aí a espadeirar o homem? Se até a "caçadora" da mulher se acalmou, por que diabo ficou vocência "com os azeites"...

margarida disse...

Permito-me fazer um reparo: V.Exa. não leu bem. Ou tudo.
I rest my case.

Anónimo disse...

Oh, pois a mim e pois claro, ninguém me tira da ideia que a primeira esposa forjou tudo ao pormenor, para se livrar do cavalheiro que a obrigava também a constantes dores de cabeça e despromover a dama de esfinge a dona de casa e ainda ganhar o estatuto de amante digo amante de amor mesmo de paixão assim de receber (joias ou flores ou elogios estapafurdios, ou um estás mais magra mesmo que não... ou um querida não trabalhes tanto , ou um estás mais bonita ainda que não esteja, enfim embora se saiba que são preliminares faz-se de conta...), ir viajar junto jantar esporadicamente fora falar de assuntos mais prÓvida que não só a estorinhas comesinhas cronicas e deprimentes para neutralizar a libido...

Agora Margarida!...já nos estou a imaginar o bem que vamos fazer uma à outra, só tenho algum receio de me converter e ficar beata, mas que vai ser giro...

Agora Sr. Embaixador não será que o cavalheiro andará todo contente a "prevaricar" com a primeira!? É que a casa o entorno moral ao obrigações ás vezes são inibidores... Ou não... Cada caso é um caso...

Agora achei o post o máximo
Fez-me rir a sério

Estou é curiosa por saber os niveis de felicidade de ambas as senhoras,e a sustentabilidade das contas do Sr... Não, só questão meramente técnica.

Isabel Seixas

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Isabel Seixas: só para deixar claro que a história tem bastantes anos, os telemóveis, à época, eram aqueles "tijolos" imensos, o senhor em causa vive na paz da senhora e o mundo não ruiu por um pecadilho de berma de estrada e de vida.

margarida disse...

"converter e ficar beata" seguramente não será comigo, Isabel...; mais outra leitura enviesada, que hei-de fazer...?

Facto é que se toleram as 'facadinhas' deles, mas se torce o nariz (e os conceitos) aos delas. Mesmo que elas até sejam livres. Na sociedade ocidental, muito liberalizada e 'moderna', está tudo bem, dentro de certos padrões. Queria ver se tivesse sido a senhora a recorrer aos préstimos de um mocinho de beira de estrada (devem existir) ou similar. Os 'julgamentos' não eram morais, eram moralizantes. Segregacionistas. Machistas.
Homem ainda 'pode quase tudo, mulher nem por isso; é ou não é?
Lá no fundo, as liberais não passam de 'libertinas'.
O que daqui retiro é o facto da sua quebra dos votos de fidelidade não ter consequência de maior e toda a gente o 'desculpar'.
Assim foi, assim é e, imagino, assim sempre será.
A verdade, a fidelidade, a lealdade e o respeito (próprio e para com terceiros) tornou-se algo de vago e elástico.
Sempre os cavalheiros tiveram amantes e muitas damas idem aspas, e não terá vindo grande mal ao mundo (quando muito, uns pobres bastardos).
As legítimas sabem (sabem, sabem; sabem sempre...) e disfarçam, em nome de umas tantas mordomias, status ou o que seja (cada uma sabe de si), eles já não são tão... pacientes e, na melhor oportunidade, 'despacham' as infiéis.
São os critérios psico-sociológicos da coisa que me confundem.
E essa coisa da traição que me incomoda. Enormemente.
Quem quer ter vida livre não promete respeito a outra pessoa. Assume a vontade de variar e não atraiçoa nem a sua consciência, nem o coração de quem possa gostar dele.
Simples.

Anónimo disse...

Iiiiiiiiii, Sr. embaixador, desculpe, de repente
abstrai-me completamente da sua historia sucinta, e acrescentei o cenário do primeiro comentário da Dra helena como desfecho à sua...

Eu sei de vez em quando passo-me

É como o senhor muito bem diz "Pecadilhos" neste contexto de leitura...

Mas folgo em saber da sua alegria, e atribuição do "valor" real que os impulsos têm...
Valem o que valem.

Agora também tinha tido alguma graça uns chumbitos assim como quem não quer a coisa, não? Pronto está bem, "entre marido e mulher não metas a colher" e convenhamos se calhar até foi estimulante para o casal...

Agora se me permite remeto as questões para a Doutora Helena... dando continuidade3 à questão técnica e pergunta de investigação

Para alguns(Bem entendido )o casamento inibe a libido?

Ou terão os conjuges pelos votos de casamento o direito a ouvir as chamadas de telefone que não são para eles(Que não é bonito não é, do ponto de vista da privacidade)

Isabel Seixas

Carlos Fonseca disse...

Não consigo perceber as razões que levaram a consorte a tentar fazer uma justiça tão radical.

Afinal, como dizia o Juca Chaves (ou seria o Jô Soares?), "lavou, tá novo!"

E é válido para ambas as partes.

Carlos Fonseca

Helena Oneto disse...

Ah! os seus conterrâneos, Caríssimo Embaixador! não desfazendo, claro! Quem diria que em Vila Real se goza tão bem a vida! LOL! como diria a Margarida! e o melhor da história é o seu ultimo (o das 18:48)comentário!
O Senhor tem razão; a grande maioria (mas não todas) das esposas perdoam os "pecadilhos" na condição dos maridos voltarem ao lar cheios de "boas" intenções...
Histórias como esta conheço uma, igualzinha, só que não foi numa mata à beira estrada (imagino a excitação...) mas num confortável apartamento em Lisboa. Ainda não havia alta tecnologia e a pressa não desligou o telefone mas o resultado foi idêntico: "enquanto ele chega para mim tudo bem" disse a legitima. Assim se salvam alguns casamentos...
Estou encantada com a epicurista Vila Real! Venham mais histórias "croustillantes" como esta e os spreads ao diabo!:)!

marta, a menina do blog disse...

Aposto que o primeiro caso também era "fruta do Norte"!

Helena Sacadura Cabral disse...

Ai, Senhor Embaixador, o que por aqui foi, por um pecadilho de estrada, que até deve ter obrigado, na mata, a muita incomodidade. Daí, decerto, as manifestações mais ruidosas.
Sou muito tolerante - não tenho outro remédio - em relação aos pecados da carne. Já em relação à mentira tenho muito menos tolerância, que é como quem diz, nenhuma.
Neste caso bastava que o homem tivesse dito a verdade:"surgiu um imprevisto, que faz com que não vá jantar". Estava tudo certinho. Sem mentira alguma. Mas "eles" têm sempre que se explicar. Ainda não aprenderam que se deve dizer sempre a verdade, desde que se saiba dizê-la!
A vida já me ensinou muito...

Anónimo disse...

A verdade é que hoje já não se pode confiar em ninguém, muito menos nos telemóveis. Eles agora já fazem tudo, de uma ponta à outra, tal como certas frutas(*) da beira da estrada. Repare-se que não disse da estrada da Beira.

E não nos podemos esquecer da Maria José Valério: cuidado, rapazes, cuidado muito cuidado; há mulheres que de tudo são capazes e a fortuna não está sempre ao nosso lado...

E se me é permitido, aqui deixo a minha homenagem e o meu agradecimento à Helena Sacadura Cabral pela estória do bólide. Um mimo, um verdadeiro mimo...

Anónimo disse...

caro embaixador

permita-me a maldade

mas tenho duvidas se foi a secretaria que teve o "upgrading"...

ou vice versa...!


bem haja

Anónimo disse...

A minha resposta anterior destina-se em analogia ao seu post mas ao comentário em sequência retratado pela Dra. Helena.

De outro ponto de vista e afinal de contas o Sr.personagem do seu post só é saudável...Quando muito tem uma sensibilidade para frutos silvestres pagando a prova.

Também ...
Tanta coisa para nada
Isabel Seixas
Estou sob o efeito de um cálice de vinho do Porto.

patricio branco disse...

exemplares histórias, as que nos são contadas na entrada e por HSC.

ps. quem ainda acredita nessa do chegar mais tarde por reunião imprevista de trabalho?

Anónimo disse...

Li o post e os comentários à minha velha senhora, que, coitada, já quase não vê e depende de mim para saber o que no mundo se passa. Riu e rimalhou:

tanta gente margarida
existente nesta vida
que ainda não entendeu
que a vinda dessa igualdade
co'o fim da má 'machidade'
nunca ainda aconteceu
ganda porra que o digo eu.

isabel isabelinha
era mel que lhe convinha
pró porto não a entornar
conforto forte é saber
que morto o 'macho' há o prazer
de o torto ver se endireitar
e o mundo respirar ar.

Anónimo disse...

Oh de qualquer forma que post interessante de mobilizador...

Permita-me Sr. Embaixador

Oh Margarida obviamente que também concordo consigo do seu ponto de vista claro, a minha conversão só é passivel por pessoas a quem confiro idoneidade e força intrinseca, Hey permita-me o egocentrismo mas estava a falar de mim das minhas metamorfoses paradoxais por dominio de razão...

James Clavell no seu livro Xógum atribui à principal personagem feminina a capacidade de amar desta forma.Ela contrata uma senhora expert na arte do amor fisico para passar a noite com o amado e proporcionar-lhe o maior deleite, o livro não fala em preços ...
Mas que é de um altruismo!

Vamos que até a Sra. da história do Sr Embaixador quisesse adotar uma estratégia similar e o senhor sem querer lhe estragasse o barato... Desmancha prazeres

Isabel Seixas

Anónimo disse...

Desculpe sr. embaixador mais uma vez, mas a minha velha amiga merece um cumprimento especial

Há verdades do amor
que sabemos
são mentira
E por isso escondemos...

Isabel seixas

Fada do bosque disse...

ahhahahah!!! Isto vale a pena! faz esquecer os males do mundo Sr. Embaixador! :)))

patricio branco disse...

DSK faz tudo isso e muito mais e até se esquece do telemovel no hotel!
aí está um verdadeiro profissional amador de fruta.

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Patrício Branco
Esse "toque" político do seu post é uma delícia. De facto, os homens lidam mal com os telemóveis. Ou, na pressa do desejo os deixam ligados, ou no descanso do guerreiro, se esquecem deles!
Este post e comentários fez-me rir às lágrimas. Calculo a sonorização do clímax entre cardos e urtigas...

25 de novembro