domingo, agosto 21, 2011

"Santirso"

Ontem, ao ver as peixeiras da ribeira de Viana do Castelo imitarem uma discussão, durante a "festa do traje" das festas da senhora da Agonia, lembrei-me do "Santirso".

O "Santirso" era o nome de um barco espanhol de transporte que, na minha infância, aportava com alguma regularidade à doca de Viana do Castelo, em frente à casa da minha avó. Isso nada teria de especial, num porto que, à época, era bastante movimentado, se não se desse o caso da presença desse barco estar associada, no imaginário das pessoas da pesca vianense, à chegada de mau tempo. Por isso, e porque a coincidência se repetia com demasiada frequência, era voz corrente que as mulheres da ribeira apupavam os marinheiros do "Santirso", que olhavam como responsáveis pelas condições climatéricas que não permitiam a saída da barra dos pescadores.

Nestas festas da senhora da Agonia, o "Santirso" não chegou e o tempo acabou por mostrar-se clemente, salvo na derradeira noite. Mas uma coisa é certa: há chegadas que dão azar e estragam o clima.

Em tempo: apanhei isto na internet sobre a "lenda" do "Santirso" 

15 comentários:

Anónimo disse...

Permito-me perguntar se o Senhor Embaixador alguma vez agoniou a bordo do Santirso ?

Julia Macias-Valet disse...

Caro embaixador, este verao navegámos pelas mesmas àguas mas com calendário diferente : ) Passei por Viana na segunda feira passada, almocei na Zefa Carqueja e até comprei uma blusa "very typical" : )
O tempo estava optimo mas so vi o Gil Eannes no porto ; )

Eu ja tinha ouvido dizer que "de Espanha nem bom vento nem bom casamento" mas essa agora do tempo !? ...nao havera por ai muita gente a arranjar pretextos ???

Paulo Abreu e Lima disse...

Céus! A última frase é o post, ou salve S.Pedro pela clemência...? É que desde pequeno que acompanho as festas da Senhora da Agonia (minha mãe é de Viana) e no estado agoniado com andamos não queremos mais más entradas, digo chegadas.

Anónimo disse...

Interessantissima essa análise oriunda de modelos de crenças premonitórias onde augúrios de boa ou má sorte se concretizam...

Conheço pessoas que não se assustam com gatos pretos de noite, não batem na madeira e perduram, não tiveram chuva no casamento e comemoram bodas de ouro aparentando felicidade,desfazem-se em promessas e são acometidas de achaques...

Enfim mas a festa deve ser bem bonita...
Isabel Seixas

mCr disse...

Ainda bem que estivémos no melhor sítio de Portugal hoje mesmo. Ou seja, no mesmo,

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro José Sousa e Silva: não, nunca entrei no Santirso. Mas conte lá!

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Júlia Macias-Valet: na Zefa Carqueja? Mas aquilo passou de uma histórica marisqueira a uma churrascaria... Que tal? Blusas dessas também entraram cá na família... E a chuva chegou na noite de domingo. Sem o Santirso.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro Paulo de Abreu Lima: vê? durante a serenata parecia que o Santirso tinha entrado.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro mCr: não há festa como esta.

Anónimo disse...

Caro Sr.
Conheço a história do "Santirso" e teria ficado contente, se porventura tivesse conseguido comprar a foto do navio, obtida numa das muitas escalas em Leixões, não fosse o neto do proprietário ter-se antecipado!
Mas não foi caso único, porque cada vez que o navio "Sofala", da Comp. Nacional, entrava em Leixões, o fumo era tanto e tão espesso, que logo as donas de casa corriam a retirar a roupa dos estendais. E da mesma forma, tal como o "Santirso" em Viana, o vapor "Ibo", também da Nacional, trazia chuva a rodos, cada vez que subia o rio Douro, até ao ancoradouro na Ribeira. Passados todos estes anos, poucos terão memória dum fabricante de botas de borracha da cidade, ter usado a marca "Ibo" naquele que foi o seu melhor produto.
Cumprimentos,
Reinaldo Delgado

Anónimo disse...

Tocante é quando o Senhor bafeja indiscriminadamente com personalizações respostas simpáticas a cada comentador...

Fico sempre tão comovida...,
Com a minha parte
mais a mais, vou trabalhar
Isabel Seixas

Está bem querida Velha Amiga já sei...

Helena Sacadura Cabral disse...

Senhor Embaixador
São deliciosas estas pequenas histórias.
Eu que me considero esclarecida - gaba-te cesto -, garanto-lhe que detesto partir espelhos e fico sempre impressionada com as consequências.
Uma delas foi um divórcio. Claro que o dito se não ficou a dever ao espelho. Talvez, antes, a quem nele se poderia mirar.
Mas não há dúvida que na véspera da grande decisão, um espelho se estilhaçou. Desde aí...
:))

Anónimo disse...

Pois Senhor Embaixador,
em plenas festas da Agonia
e com tais condições (más) de tempo, não seria nada de admirar que o Senhor tivesse agoniado a bordo do "Santirso".

Rui Amaro disse...

Mas não havia só o SANTIRSO em Viana e o IBO no rio Douro, que "fabricavam" chuva mesmo em dias que nem a meterologia previa, havia mais uns dois, embora não fossem tão certinhos como aqueles dois, que certamente eram amigos dos fabricantes e vendedores de guarda-chuvas.
Rui Amaro - blogue Navios à Vista

Julia Macias-Valet disse...

Peço desculpa caro escriba mas só agora vi o seu comentário/pergunta.
Antes churrasqueira que salão de chá...http://www.carqueja.com.br/ : )))
Fora de brincadeiras... Comemos na Zefa muito bem, continua a haver uma lista de pratos de peixe e outros acepipes do mar fresquissimos e muito bem confeccionados. A clientela composta exclusivamente por locais é para mim uma garantia.
O serviço muito eficaz e simpatico : )

Ah so mais uma coisa, as chamuças que näo vêm no menu e que sao vendidas ao balcão são imperdiveis : )

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