terça-feira, agosto 02, 2011

Inquéritos

Os "inquéritos de verão" são uma epidérmica manifestação jornalística da "silly season". Há-os agora em versão culta, a puxar para o "profundo".

Hoje, num jornal "de referência", a primeira pergunta do jornalista ao intelectual inquirido é: " É fácil ser intelectual nesta terra medíocre?".

O intelectual, que modesta e sabiamente recusa o qualificativo, responde que considera "muito irritante que as pessoas achem que o país não está à altura delas".

Uma interpretação benévola tomará a pergunta por uma subtil ironia. E que a resposta do inquirido não representa uma bofetada de luva branca. Opiniões.

13 comentários:

Alcipe disse...

"País onde qualquer palerma diz
a afastar do busílis o nariz:
"não, não é para mim este país".

Mas quem é que báquestica sem lavar
o sovaco que lhe dá o ar?"

(Alexandre O'Neill, "Feira Cabisbaixa")

Anónimo disse...

Curioso, estava a pensar...

Assumindo as Terras a personalidade identitária dos cidadãos e vice versa, a pergunta é no minimo eclética...

Isabel Seixas

Unknown disse...

Se a estupidez e a presunção fossem música...

Anónimo disse...

Além de que o anjo macaco, pronto é mesmo feiinho,não sei se de intelectualidade se de mediocridade,de feio mesmo de mal encarado.
Isabel Seixas

Helena Sacadura Cabral disse...

E será que o rapaz é para o país?!

ARD disse...

De facto, SÓ NESTE PAÍS...

A. disse...

Este país (não) é para idiotas.

Anónimo disse...

…E a velha senhora sem vergonha (tanto menos vergonha quanto mais pinga, coitada) voltou ao patrioteirismo, ingénuo mas voluntarioso, e atirou-me com este 'sonetilho', que acompanhou dos devidos palavrões quando me (ou)viu a rir:

porque é que a nossa
velha gente tanto bate
e louca acossa
seu próprio grande país

mas já remoça
toca sinos a rebate
e sai da fossa
gente mais nova que diz

que diz e ousa
ir preparar o caminho
porra não ris

pra tomar conta da cousa
o zé povinho
que ser feliz sempre quis.

Anónimo disse...

Caro anónimo das 19:14
Desculpe, não quero ofender ninguém, mas não haverá meio de calar essa senhora, ou, pelo menos, de não pôr os seus pífios (ela que me perdoe) exercícios de rima junto a um poema como 'O país relativo' do Alexandre O''Neill)?
É que O'Neill e o poema (de que o caro Alcipe cita um breve excerto) são bons demais e dizem, sobre Portugal e os portugueses, tudo quanto a senhora terá pretendido dizer - e muito mais e muitíssimo melhor.
FG

Anónimo disse...

Incumbiram-me As minha amigas sra.s... para felicitar o excelentissimo porta voz da minha também amiga velha amiga, por decompor em português uma versão menos erudita e compativel com a linguagem que lhes foi dado aprender da sequência do lindo e oportuno excerto do poema de O´Neil...

Pelas sra.s Maria
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Caro/a FG
Eu não devia ter lido à velha o seu comentário, bem lúcido, aliás. Ficou numa fúria e dirigiu-lhe, e a mim, 'inconveniências' que nem a idade nem o vinho desculpam. Peço-lhe por favor que não se zangue.
Já consigo, cara Isabel Seixas, a senhora foi amorosa.

cabrão querido
vá essa esse fg a qualquer parte
com ou sem arte
lamber sabão que haja por lá esquecido
e diz-lhe que só bala a velha cala
pois viva fala

mais diz á isabel isabelinha
que gosta como eu gosto do o'neill
livre e subtil
que o nosso zé povinho já me tinha
falado dela e das marias gente nova
que o país mova.
(rima é 'ma ova / que inda me sova / quase na cova).

Anónimo disse...

Ai na cova
Ainda rompe é meias solas
É assim mesmo.
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Permita-me Sr. Embaixador

Estou embevecida com a minha velha amiga e esqueci-me de a felicitar
pelos cumprimentos poéticos iniciais de cariz agridoce...

Confesso que temi pelos sinais vitais do Sr. embaixador tensão arterial e frequência cardiaca nomeadamente pela tónica do ão e ido, mas de facto a Nossa Senhora tem o poder de suscitar tolerância...Sim Senhor, deixe-me dizer-lhe que superou de longe o O'Neill nessa associação de pujança e ternura.

Agora tenho a certeza que a Ser a nossa amiga a inquirida lhe botava ao infeliz o epitáfio de
Robespierre:
Passant, ne pleure pas ma mort Si je vivais tu serais mort.
Isabel Seixas

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...