sexta-feira, agosto 05, 2011

Marta Neves

Durante muitos anos, aquela publicidade volumosa, com chavinhas e medalhas plásticas, que nos anunciava sermos potenciais vencedores de sorteios com imensos zeros, chegada da "Reader's Digest", vinha assinada, em letra manuscrita, por uma tal Marta Neves.

Alguém, um dia, me esclareceu que essa "Marta Neves" era, afinal, uma figura virtual, um nome escolhido para dar ares de personalização da correspondência. Uma coisa assim a modos como o "OK! Teleseguro, fala a Marta".

Porém, olhando nestes dias para os jornais, verifico que a informação que me deram estava errada. Afinal, a Marta Neves existe, está bem e recomenda-se. Fica assim provado que há mais vida para além do mundo virtual.

22 comentários:

Teresa disse...

Vou perguntar à pessoa por trás da Marta Neves das Selecções e dessa correspondência volumosa que nos aterrava na caixa do correio se autoriza que divulgue o seu nome. :)

Anónimo disse...

A Marta é ex-Directora de Regulação da PT e nora de Patrick Monteiro de Barros, accionista de referência da PT e lobista da energia nuclear.

Rita disse...

Ssenhor Embaixador: fui durante onze anos a Marta Neves das Selecções do Reader's Digest :-) Pode confirmar com o Jorge Arnoso, administrador-delegado até há uns anos. MN era um pseudónimo da redactora da promoção, que antes de mim era a Luisinha Anahory e depois de mim coube a um homem, Manuel Cruz de seu nome. Que ternura me fez este seu post! Um abraço carinhoso da Rita Ferro (de redactora a escritora)

Mônica disse...

Neste mundo virtual acho que tudo é verdadeiro. O interessante é que a gente esquece se a pessoa é importante ou não.
E trata todos por igual
com carinho Monica

Teresa disse...

Pronto, cá tem a verdadeira Marta Neves, a Ritinha. :)))

Rita disse...

Correctíssimo, Anónimo, a «musa» foi essa senhora :-)

Francisco Seixas da Costa disse...

Cara Rita Ferro: quero agradecer-lhe, duplamente, a gentileza de ler o meu blogue e de ter tido a simpatia de nele deixar um comentário. Não é todos os dias que temos escritores como comentaristas. Volte sempre, "Marta"!

Rita disse...

Obrigada, o prazer foi meu! Beijo grande e até sempre, RF

Anónimo disse...

Que post interessante, quem diria...

Fazem-me sempre sorrir estas revelações, porque atribuem um rosto normalmente bem bonito de gerador de empatia, a quem nos seduz gratuitamente a adquirir e a pagar qualquer coisa que até ou não pode sair cara...

Também espontaneamente faz o Pai do blogue emitir e expressar os niveis de importância(Quase consigo estabelecer uma hierarquia e um organigrama, ) no seu apreço Num convite explicito de contente"Volte sempre"por comentadores mesmo mesmo importantes até pela sua importância , nem quero saber das redundâncias...

Pois claro

Aproveito para convidar a minha velha velha amiga, para ir comigo e com a minha mãe ver o Tony Carreira, sim cá em chaves, o Bon Jovi não quis vir...
Ah e vamos ter a festa de Bornes

La Metéque - Georges Moustaki

Avec ma gueule de métèque, de juif errant, de pâtre grec. Et mes cheveux aux quatre vents. Avec mes yeux tout délavés, qui me donnent l'air de rêver ...

Isabel Seixas

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Rita,

Não fazia ideia que era a "Marta Neves" que nos invadia a casa. A certa altura até pensei que fosse o Gonçalo Lucena.

margarida disse...

Não posso acreditar! A 'minha' Rita era a D. Marta, que queria à fina força que se concorresse a prémios sedutores?
Homessa!
Que mais se irá conhecer...?
;)

Rita disse...

Querida Margarida, bom reencontrá-la aqui, beijo grande! Teresa, obrigada por me ter recomendado este blog, esqueci dizer! Isabel: não percebi se o convite era para mim - era? Querido José Tomás: o GLucena tratava da publicidade da revista :-) Francisco: vou passando, até breve :-)

Helena Sacadura Cabral disse...

Ai! Minha querida Isabel Seixas que desta vez dei uma bela gargalhada com o seu post. Bem haja!

Anónimo disse...

Iiiiii...!!!

Sr.Embaixador está todo contente(...)Fui claramente apanhada por uma mulher também inteligente de esperta...

Cara "Rita"
Obrigada(Por ter dado por mim e acusar a receção) e desculpe pelo meu destilar de despeito chorinhas(de também quero e que sorte, bem sei que é para quem merece), mas o convite não era para Si, posso é torná-lo extensivo com muito gosto e honra...

Já agora permita-me, Velha amiga neste contexto é nome próprio(a SRa. a quem me dirijo,já não me estranharia nada que também fosse Sua amiga)reside aqui no duas ou tres coisas(...) inibida por circunstâncias que só Ela sabe,
não pode dizer o nome e eu como fui seduzida pela originalidade e mérito das suas idiosincrasias respeito o sigilo...
Um cumprimento especial,também e ainda porque gosto de a ler.

Isabel seixas

Rita disse...

Se não me levar a mal espero pelo Bon Jovi - ria-se! Beijo grande também para a minha Velha Amiga Helena :-)

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Rita querida, essa da Velha Amiga deixa-me de rastos. Logo eu, que sempre escondi a idade das amigas e até por algumas delas, estou proibida de dizer a minha, para não revelar a delas.
Agora vão pensar que andas pelos entas adiantados - o que não é verdade. A nossa amizade só é velha porque tudo o resto em nós, em ti, é viçoso como uma flor.

Seixinhas, minha defensora, se você calculasse o que o termo "escritora" tem dado de guerras entre mim e a Rita, partia-se a rir.

Senhor Embaixador, perdoe-me entrar pela sua casa deste modo. Mas ficámos ciumentíssimas da Rita, a quem abriu a porta com um "volte sempre". Eu também quero e a Isabel igualmente. E a Margarida e a Helena de Paris e a Isabel BP e a Mónica e a, e a, ui são tantas!
Não se zangue comigo, que isto é tudo ciumes dos bons, daqueles que animam a vida e nos dão imenso prazer!

Helena Sacadura Cabral disse...

Ó Rita volto à carga.Então foi a Teresa que te recomendou este blogue?!
Lembro-te um jantar na Tasca da Amélia com a Rocha em que durante o repasto só falei deste blogue. tanto e tão bem, que um senhor de uma mesa ao lado deliciado com os meus elogios me passou o telemóvel para eu falar com o Embaixador caso ele atendesse.
Não atendeu. Mas que, com a nossa risota habitual, tu tenhas esquecido de que fui eu que te aconselhei a sua indispensável leitura,há já ano e meio, e seja assim trocada pela Teresasó prova , a importância que dás ao que eu digo.
Pronto. Estou triste. Nunca mais
te digo nada. Mal agradecida. :((((

Helena Sacadura Cabral disse...

Corrijo: Tasca da Adelaide.
Vou-me queixar à Rocha. Prepara-te, que te vaio!
:))

Rita disse...

Helena, tens toda a razão, foste a primeira a falar-me deste blog e foste a primeira em muita coisa na minha vida - Deus te abênçoe!

Isabel, quero ir ao espectáculo convosco, combinado? Bom, livrem-se...!

Senhor Embaixador: já viu a ciumeira que para aqui vai? As mulheres são fogo!

Teresa: atenção ao efeito-dominó do seu gesto, LOL

Outro abraço, RF

Teresa disse...

Ó Helena, assim não vale! :)
Vai agora zangar-se com a Rita por minha causa? :)))

Eu até pensava que ela conhecesse o blogue, o que fiz foi apenas enviar-lhe mensagem no Facebook a desafiá-la a vir cá identificar-se como a verdadeira Marta Neves.

Anónimo disse...

A Mulher Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura

e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.

Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.

António Ramos Rosa, in "Volante Verde"

Citado por Isabel Seixas

José Mestre disse...

Há muito tempo que sei que a Marta Neves das Selecções do Readerś Digest é a neta daquela "miúda" que no final da Monarquia e já nos primórdios da República ficou "distinta" sem favor e que escreveu um belo poema que me emociona sempre que o releio e do qual vou transcrever as duas últimas estrofes:

"Ah! que esplendor!
Que alegria total e sem mistura,
que orgulho, que vaidade!
Olhei de frente o sol e a claridade
não me cegou.
As estrelas fitei-as como iguais.
Melhor: como rivais,
e a Humanidade
pareceu-me um rebanho sem vontade,
uma vasta colónia de formigas...
(As minhas pobres,tímidas amigas!)

Pouco depois, em casa,
a testa em fogo, o olhar em brasa,
gritei, num desafio
à Terra, ao Céu, ao Mar, ao Rio:
- Ó mãe, eu já sei tudo!"
No seu olhar tranquilo, de veludo,
no seu olhar profundo
que era todo o meu mundo,
passou uma ironia tão velada,
uma ironia
tão funda, tão calada,
que ainda hoje murmuro, cada dia:
"-Ó mãe. eu não sei nada!"

Fernanda de Castro

Trinta e nove poemas (1941)

Creio que além da já identificada Marta Neves havia outra personagem Lúcia Lima (curiosamente um dos nomes por que é também conhecida a erva-luisa (Aloysia citriodora)

José Mestre - Entradas - Castro Verde

Os borregos

Pierre Bourguignon foi, ao tempo em que eu era embaixador em França, um dos grandes amigos de Portugal. Deputado à Assembleia Nacional franc...