A pequena história que anteontem contei, sobre um percalço familiar de um meu conterrâneo, suscitou algumas indignações femininas. Nada de que se não estivesse à espera!
Isto acicatou, devo dizer, o meu pendor para, neste tempo "light" estival, provocar o "politicamente correto" e trazer à memória uma outra historieta, de que há muito ouvi falar.
Tratava-se de um cavalheiro, bem apessoado, figura de elevado nível na administração pública de Vila Real, o qual, por razões funcionais, era obrigado a deslocar-se "lá baixo", a Lisboa, com alguma regularidade. Nesses tempos dos anos 60, essas viagens eram longas, obrigando a estadas de mais do que uma noite.
Um dia, uma amiga da mulher desse oficioso viajante perguntou-lhe:
- Ouve lá! Tu não achas que o teu marido, com todas essas viagens a Lisboa, não pode ser tentado a ter por lá algum "caso"?
A senhora, pessoa serena e muito educada, respondeu-lhe:
- Sabes?, se calhar tens razão. Mas se há coisa que eu não posso controlar é isso. Ele fica lá por Lisboa no Suíço-Atlântico e tudo pode acontecer. Mas, olha!, se alguma coisa ocorrer, ao menos tenho a esperança de que ele não faça "fracas figuras"...
Estou certo que mesmo as mais empedernidas feministas do meu "quadro" de comentadores não deixarão de achar tocante esta preocupação com o prestígio familiar.
21 comentários:
E há a estória de um casal que seguia no seu carro e cruzou-se com um descapotável conduzido por uma loiraça. O senhor acenou amigavelmente à jovem e a cara metade perguntou-lhe, ora essa, tu conhece-la?
Claro, é a amante do Teixeira, o meu sócio; ah sim?, não sabia que ele tinha uma amante...
Passa outra bomba conduzida por outra loiricíssima, e o cavalheiro, zás, manda-lhe beijinhos, ao que ela corresponde.
E esta também é amante do Teixeira? Não, filha, esta é a minha amante... Silêncio sepulcral.
Um pouco adiante a amantíssima esposa: ó João, a nossa é muito melhor do que a do Teixeira, não é querido?
Anos sessenta.
E ela lá saberia porque mencionou semelhante...
( o "empedernidas feministas" não era comigo, pois não?... é que não é nada disso..., por acaso até tenho uma compreensão extensíssima no que ao amor concerne (que é todo um outro interessantíssimo e pluridisciplinar tema); já quanto à imposturice e à mentira no campo das conjugalidades, a coisa fia mais fino.
O que se diverte com o 'quadro' de comentadores, hã?...)
Independencia ou morte já dizia Dom PedroI...ai...ai
Morte claro
Abraço
Bom dia,
Se me for permitido juntar uma historieta verídica, convidaria a ver o que contei em:
http://umjeitomanso.blogspot.com/2011/05/dominique-strauss-kahn-sexo-no-quarto.html
onde recordo um episódio de sexo no escritório, devidamente 'desculpabilizado' pelos colegas (grupo no qual, como única mulher, me incluía, à altura dos factos).
Cumprimentos.
Creio que, na realidade, as senhoras também lá tinham as suas aventuras, mas mantinham-se muito mais compostas e discretas...
Este post, Sr. Embaixador, fez-me, de imediato, lembrar a recomendação que uma amiga minha faz (e continua a fazer) ao marido: "Tu faz o que quiseres, mas vê lá com quem o fazes. Não me envergonhes que isso é que eu não te perdoo."
Historieta verídica, ao que consta, respeitante a um dos meus patusquíssimos antepassados, um velho tio-avô duriense que ainda cheguei conhecer.
Titi posiciona-se, ferozmente, em frente do “malandro” e fulmina: “João consta que, de há uns tempos a esta parte, uma tal Aurora tem sido muito condescendente para contigo! Exijo explicações! Como te atreveste?”
Titiu, com a fleuma – e sobretudo o cavalheirismo que sempre o caracterizou (e ficou célebre na família) -, respondeu-lhe, com toda a calma: “Não é verdade. Sou eu que tenho sido condescendente para com a Srª D. Aurora!”
P.Rufino
Caros comentadores
Pois eu conheço quem diga à cara metade:"tu faz o que quiseres. Mas ao menos aprende alguma coisa mais. Assim o benefício já é para os dois".
Ele há que tenha verdadeiramente sentido prático na vida!
Cara Helena,
Até acho as historietas bem humoradas do Sr. Embaixador bem comedidas e datadas. Há mais de uma década que sei que a legítima do Barão Haussann (nome inventado) vende fruta em espécie para equilibrar o bom estado de conservação da sua moradia de quatro andares em Cascais e os excessivos vícios do marido. Haja boa disposição e parcimónia ética para aguentar qualquer silly season...
Gostei imenso da tia e do tio do P. Rufino, Com Classe está bem.
Isabel Seixas
Meu caro Paulo
A essa "piquena" que tão preciosa colaboração dá ao património familiar, não se lhe pode negar o ápodo de que "faz pela vida", o que evita, assim, aquele outro muito em voga, de que "subiu a pulso"!
Aproveitando a boleia deixo aqui, também, uma história protagonizada por um conterrâneo (já defunto): Constantino (nome fictício), homem de fraca figura (o homem não se parecia com ninguém), desposou uma senhora de boas cores, bem apessoada e de carácter alegre e extrovertido. Ou seja, eram, em tudo o que se via e ouvia, a antítese um do outro. O Constantino tinha tanto de taciturno, como a sua cara metade tinha de extrovertido.
Certo é que correram vozes que a consorte do Constantino se ia dando a variadas liberdades.
Num meio pequeno, o escândalo correu de boca em boca, chegando aos ouvidos do Ramiro (nome fictício) que, era nem mais nem menos que o melhor amigo do Constantino.
De ar grave (presume-se), uma vez que mais ninguém assistiu à conversa, o Ramiro desfia o rol de infidelidades da consorte do deu amigo Constantino!... Que, em face de tão crua notícia, se demorou calado por longo tempo!
Interrompeu o silêncio e encerrou o assunto logo ali, com a seguinte tirada: Pois meu caro amigo, se os outros gostam dela, porque é que eu também não hei-de gostar?!
A felicidade tem inúmeras faces!
Oh "Helena" Oh Doutora Helena
( Fico agora encabulada Inibida e pouco à vontade em tratá-la pelo nime próprio aliás lindo, quando me lembro da Sua Maternidade especifica "se calhar parece mal" ainda por cima inerente ao titulo do post, oh vida precisamos de um código de ética... Vou-me ficar pela sua autorização formal )
Que interessante a perspectiva da Sua amiga em prosseguir para a partilha de saberes...
Agora o sr. Constantino ... que Homem! Assim Sim, pelos vistos "exótico" em tudo, pena esta pequena homenagem ter de ser póstuma.
Mas que vou contar a história cá em chaves oh se vou subrepticiamente quando houver quorum masculino... só para ver...
Isabel Seixas
Empedernir
"Hacerse insensible y duro de corazón"
Insensível, desapiedado(...)
Credo...
Realmente...
Deus nos livre
Não pode ser para nenhuma de Nós...
Nem a minha velha Amiga Nos perdoava e dava era origem a alguma verborreia sem apelação...
Fique descansado Sr. Embaixador
Isabel Seixas
Até porque de quem gostei mais mais , mesmo muito muito, reforço(Ah paira um acento agudo a abrir no o da segunda silaba de reforço), foi do Sr. Constantino.
Cara Isabel Seixas
Parece que aqui a senhora não sabe resistir a uma provocação sua - e sai verborreia (não lhe disse que chamava isso às rimas dela, porque senão o que saía era palavrão):
'amai-vos uns aos outros'
foi só o que alguém disse
descriminar os outros
digo eu é uma tolice
fôssemos todos todas
como esse constantino
ai que mundo de rosas
ai que lindo destino
que um sino toque o hino
do amor universal
sem tino me ilumino
ressurreição final
e viva o constantino
neste sortido fino.
Agora...
Ai do Sr. constantino que fosse Meu marido e agisse com esse fair play pronto também assim tão tão displicente!...
Oh Por favor...
Brincamos, não?
Já agora.
Isabel Seixas
Teremos por ventura chegado à Madeira?
A velha senhora é de ideias fixas:
querida isabelinha
no amor e no prazer
não há meu não há minha
há só fruir viver
não seja pequenina
melhor ser constantina.
Em tempo (ou a destempo já):
Só agora reparo que, no terceiro verso das rimas de ontem, escrevi 'descriminar' em vez de 'discriminar'. Se a velha senhora soubesse (não sabe porque não vê), afogava-me em palavrões.
Sr. embaixador posso?
Cara amiga velha amiga...
Pois a sua rima é deliciosa adoro-a, cheia de sentidos...
Mas a impulsividade gerada pela sua capacidade de integrar algum vernáculo é tão excitante, mais a sua incursão pela benevolência do pai do blogue isso é que me deixa em parampas e confesso curiosa por desvendar o seu anonimato, até porque adoro sabores agridoces...
Isabel Seixas
Também...Até era mais para saber se tinhamos chegado mesmo à Madeira...
Agora faltam aí é Constantinas...
Voluntárias à força , com ou sem alternativa de mudança ou não lhe vendo a vantagem.
Ohhhhhhhh...
Se fosse por ser melhor, também eu queria...
Mas a inovação face à reduzida incidência é Constantino não na, pensei que tivesse percebido.
Isabel Seixas
Pronto! Acabou! OK?
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