Nestes tempos de diabolização mediática do regime de Mouammar Kadhafi, vale a pena ter alguma memória.
A chegada ao poder de Kadhafi, em 1969, foi, à época, lida por muitos observadores como o percurso lógico de uma certa linha de evolução política no norte de África, que já tinha criado figuras como Nasser, Ben Bella e Boumédiène. Se bem que a bizarria do seu "Livro Verde" rapidamente tivesse dado um tom algo caricato à personagem e à sua doutrina, mais tarde agravado pela criação da fantasmática "Jamahyiria", a verdade é que, na altura, poucos verteram lágrimas pelo velho rei Idris, que Kadhafi tinha derrubado. E, em diversos e respeitáveis círculos, é sabido ter havido mesmo uma discreta alegria pela saída dos EUA da base que detinham na Líbia.
Mouammar Kadhafi, no seu longo reinado, teve vários tempos, aos olhos da comunidade internacional, desde um período inicial esperançoso, de pendor desenvolvimentista - em que enviou para o Reino Unido e EUA milhares de jovens, para formação técnica - até a uma época em que protegeu e fomentou abertamente o terrorismo internacional. Sob intensa pressão, viria a mudar um pouco de rumo e a ganhar alguma complacência de ocasião, ao tomar atitudes que ajudaram o mundo ocidental na luta contra o fundamentalismo islâmico e, muito em particular, contra a imigração descontrolada para a Europa.
Mouammar Kadhafi, no seu longo reinado, teve vários tempos, aos olhos da comunidade internacional, desde um período inicial esperançoso, de pendor desenvolvimentista - em que enviou para o Reino Unido e EUA milhares de jovens, para formação técnica - até a uma época em que protegeu e fomentou abertamente o terrorismo internacional. Sob intensa pressão, viria a mudar um pouco de rumo e a ganhar alguma complacência de ocasião, ao tomar atitudes que ajudaram o mundo ocidental na luta contra o fundamentalismo islâmico e, muito em particular, contra a imigração descontrolada para a Europa.
Mas Kadhafi era, de há muito, um sinistro ditador, pelo não foi surpresa para ninguém "descobri-lo" como tal. Como acontecia com Ben Ali ou Moubarak, diga-se. Tirou a vida a muitas pessoas e arruinou-a a muitas mais. As práticas do seu regime eram conhecidas, as organizações de direitos humanos denunciavam regularmente as suas ondas de repressão. Mas era, como outros, um ditador recebido por todos os grandes dignitários mundiais, por casa de quem passeava folcloricamente as suas tendas, que queriam o seu petróleo e procuravam vender-lhe os seus produtos. E que, entre si, disputavam as suas aquisições de armamento, que ele pagava, com o dinheiro de um país rico que a Líbia era. As mesmas armas que agora utilizou para reprimir selvaticamente o desejo do seu povo à liberdade. E que o fez cruzar uma "red line", a qual, no entanto, já não é tão imperativa para outros, protegidos que estão por diferentes teias estratégicas.
Em tempo: aproveito notar que, carregando no marcador lateral "Líbia", pode ser consultado o que por aqui já foi publicado sobre aquele país.
6 comentários:
Interessante , mas não consegui codificar na integra a apreensão final...
Isabel seixas
caro embaixador
e o bouteflika, mora em aveiro?
isto das pessoas serem ditadores, tem muito que se lhe diga.
no ocidente so nao ha por nao terem hipotese.
Mas deem um exercito ao alberto joao...
E ja agora porque nao um conselho nacional de transicao... na china!
bora la! ...
bem haja
Os paradeiros de gadafi e dos filhos e filha, etc.
Pergunto-me no entanto que será feito das 40 mulheres guarda-costas, esse corpo pretoriano feminino de virgens - era uma das condições para serem admitidas - que o acompanhava e protegia.
Uma famosa fotografia mostra berlusconi, radiante e encantado, a cumprimentar uma, com gadafi ao lado, numa qualquer ocasião oficial.
Sim, onde estarão neste momento essas guarda-costas, as noticias são omissas quanto a isto.
Pois agora foi a vez de Kadhafi e, eu pergunto a mim próprio, quando será a vez de tantos outros Kadhafi's que existem por esse mundo fora ?
É atavismo,
a cada morte de Um Cristo Povo nasce a necessidade de Outro e consequentemente dos seus processadores de guilhotina em forma de crucifixo de tortura para mortes arrastadas...
Isabel Seixas
memeA ditadura é muito má mas a democracia que temostambem não é melhor, se não vejam! o que pçodiam fazer antes desta democracia, qual a segurança que tinha-mos na rua e em casa, qual osimpostos que pagava-mos, quem tinha um pouco deterra podia construir, quem queria agua faziaum furo ou umpoço, o imposto camarário IMI qual era? E OUTROS TANTOS que não existiam, até para se pescar com umacana no mar que devia de ser de todos é preciso pagar licença, e já há quem queira colocar um pagamento para quem vai à praia, dizem que é para pagar a segurança, não havia os desvios que há hoje porque havia justiça para todos. oensem bem e digam-me se estamos melhor,se não podia-mos estar melhor com ujma ditadura mas aberta à inovação como começava desenhar-se.
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