segunda-feira, março 07, 2011

... e a Líbia aqui tão perto

A embaixada portuguesa em Paris ocupa, quase por completo, um pequeno quarteirão triangular (poderá dizer-se isto?). E escrevo "quase" porque um dos cantos não nos pertence, é um edifício propriedade do governo líbio. Até há meses, funcionou ali a sua embaixada em França, que entretanto se mudou para outras instalações. Como curiosidade, note-se que a Líbia é o único país do mundo que não designa por embaixadas as suas representações diplomáticas. Aqui em Paris, por exemplo, é o "Bureau Populaire de la Grande Jamahirya Arabe Libyenne Populaire Socialiste".

Há dias, no edifício, aparentemente não ocupado, surgiu pendurada uma estranha bandeira, que causou perplexidade no nosso pessoal. Acabo de passar por lá e verifiquei que se trata da velha bandeira líbia, usada após a independência e anterior à revolução de 1969, que levou ao poder o coronel Mouammar Kadhafi. Essa é a bandeira que tem sido utilizada pelos revoltosos no país e dela deixo aqui registada a imagem.

6 comentários:

Anónimo disse...

As bandeiras de facto têm conotação...

estou em crer que cada vez mais haveria de haver agências de acreditação dos governos, que fizessem a submissão através de critérios idóneos de desempenho , também face ao grau de satisfação pessoal dos seus governados, anualmente como exame época de recurso...

até gostava de calcular a taxa de sucesso escolar...

como assim para promover a morte já temos a doença incurável, as catástrofes naturais, e a própria morte...

Isabel seixas

de qualquer forma a bandeira é bonita... tem verde

gherkin disse...

Como sempre, apontamento muito oportuno! Vejamos se a ressurreição da bandeira vai perdurar e a ação dos insurretos será bem sucedida! Pelo mesno é assim que se deseja a fim de que se ponha termo a mais - e desnecessário! - derramamento de sangue. Cumprimentos.

Olindo Iglesias disse...

E esperemos que não se fiquem apenas pelo "pendurar" da velha bandeira monárquica, mas que recuperam juntamente com a bandeira e o hino também a Monarquia.

ARD disse...

Em Fevereiro, comentando um outro post seu, escrevi:

"Ouvi dizer, há muitos anos, que a Embaixada da Líbia, literalmente paredes-meias com a nossa, foi, em tempos, parte desta última.
Terá sido vendida à Líbia depois da independência daquele país, no pós-guerra, por abundância exagerada de espaço e, também, por razões financeiras.
Essa transação, efetuada coma então monarquia líbia do Rei Idriss, viria a causar alguns engulhos com a chegada ao poder do Coronel Kahadafi e as exigências em matéria de segurança que isso acarretou.
Durante os anos 80, com os atentados terroristas em Paris, não era raro que o acesso à Rue de Noisiel fosse, de vez em quando, muito dificultado, para gáudio, lamento dizê-lo, de alguma boa gente que nisso encontrava um bom pretexto para o incumprimento de horários.
Talvez o Senhor Emabaixador possa confirmar esta estória."


Voilà...

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro ARD: De facto, tinha lido o que escreveu e só lhe não respondi porque não tinha, como não tenho, nenhuma informação que lhe possa prestar sobre a suposta transação.

Geopedrados disse...

Bem bonita a Bandeira monárquica da Líbia...

Poder é isto...

Na 4ª feira, em "A Arte da Guerra", o podcast semanal que desde há quatro anos faço no Jornal Económico com o jornalista António F...