Alguns títulos da imprensa portuguesa, na abordagem que fazem da questão do empréstimo dos países europeus à Grécia, são reveladores de uma imensa má-fé, tacanhez de espírito e da ausência de um sentido mínimo do que esse ato representa para o equilíbrio europeu - de que Portugal é o primeiro interessado. Nisso se distinguem, pela negativa, da generalidade da imprensa francesa, onde, por todo o lado, se vê algum cuidado em explicar o que o empréstimo significa e se detalham as razões da taxa escolhida. Porque parece quererem tomar-nos a todos por parvos, alguns dos nossos jornais procuram ainda uma deliberada - e populista - confusão entre o que é um empréstimo com garantias e que (não) é um dispêndio público.
No final de contas, isto quase acaba por ser mais triste do que desesperante.
No final de contas, isto quase acaba por ser mais triste do que desesperante.
7 comentários:
Mas, ironia à parte, há quem fique na idade dos porquês. Eu só pergunto: porque é que os bancos não emprestam directamente à Grécia sem passarem por terceiros para conseguirem o empréstimo mais barato?
Imprensa de hoje, dia 4:
1ª página do PÚBLICO:
"Portugal arrisca ter prejuízo com o empréstimo milionário à Grécia
O Estado vai ter de se endividar para dispor de 2000 milhões de euros. E os juros a pagar podem ficar acima dos 5% que deverão ser cobrados a Atenas".
1ª página do DIÁRIO ECONÓMICO:
"Portugal vai ganhar dinheiro com ajuda à Grécia".
Sem comentários...
Excepção feita à TSF que, ontem, convidou o António Peres Metello a esclarecer que não se trata de despesa do Estado, mas de um empréstimo - não entrando assim para as contas do défice. Tomara que não venhamos nós também a precisar de socorro.
Marina Pinto Barbosa
O problema é que os políticos cavalgam esta onda populista e "I want my money back" vai em breve substituir o Hino à Alegria como cântico da Europa... Por quanto mais tempo teremos Europa?
Memória custa, a do português que só sabe o Padre Nosso até ao "venha a nós".
Depressa se esquece do dinheiro que entrou aos milhões neste pobre país da então CEE.
Será que alguém pensa que caía do Céu?
Seria o S. Pedro que mandava imprimir as notas e as enviava por uma "nuvem de mercadorias", ou seriam outros portugais a ajudar esta grécia de então?
Eu tenho um palpite...
Como se diz por aqui - mais vale ajudá-los ( a versão original é aturá-los) do que ser como eles.
Um abraço
Senhor Embaixador:a chamada comunicão social está infestada por
pessoas que oscilam entre a indigencia de conhecimentos e a má fé.
Para assim concluir basta prestar atenção ao que se ouve e lê
Para o Sr José Barros :
Uma pergunta talvez mais pertinente seria :
Porque que motivo a Grécia não fabrica (ou não pode fabricar) ele própria o dinheiro necessário ?
Na resposta encontrará a... verdade. :-)
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