A imprensa francesa tem-se feito eco dos mais recentes ataques especulativos contra Portugal e não deixa de assinalar duas evidências: a radical diferença entre a situação portuguesa e a grega e, em alguns casos, o facto dos nossos índices não estarem muito distantes dos da França.
Ninguém tinha dúvidas de que, se a situação grega evoluísse de forma negativa, Portugal seria o próximo ‘target' dos especuladores. Alguns talvez não contassem com um grau tão acentuado de indiferença por parte da Alemanha - o grande beneficiário do mercado interno e o país que sustenta o seu poder europeu à custa do euro, cujas drásticas condições macro-económicas impôs e que hoje são o referente pelo qual são medidos os desvios nacionais. Será que a Europa existe mesmo?
As agências de ‘rating' repercutem a perplexidade colectiva perante a hesitação e falta de solidariedade germânica. A perversidade está no facto de, ao tomarem decisões de ‘upgrading' de risco, agravarem ainda mais a situação, conduzindo os mercados a cobrarem mais pelos empréstimos. O seu lamentável impressionismo na avaliação relativa das situações nacionais confirma-as como os melhores cúmplices dos piores especuladores internacionais. Alguma novidade?
* artigo hoje publicado no jornal "Diário Económico"
2 comentários:
O título é mesmo sugestivo...
Mas a esta hora...
Isabel Seixas
Ah, já estou a perceber! Afinal está esclarecido. Inteiramente de acordo com o que escreve no D.E. Ás vezes, retiram-se partes de texto de um artigo e provoca-se, "naturalmente de forma inadvertida", alguma confusão. É importante o que aí diz pelas razões que refiro num comentário a outro Post.
P.Rufino
Enviar um comentário