quinta-feira, abril 08, 2010

Boatos

Há bem mais de uma década, uma revista política britânica de circulação muito limitada, "Scallywag", publicou um rumor sobre um falso "affaire" do então primeiro-ministro conservador britânico, John Major. Durante alguns dias, ninguém mais tocou no assunto. Major não desencadeou qualquer ação judicial contra a revista.

Passadas breves semanas, a revista "New Statesman", uma publicação bastante lida, muito próxima dos trabalhistas, retomou o tema, comentando o conteúdo do artigo do "Scallywag", embora não credibilizando necessariamente o boato. Porém, porque o "New Statesman", ao falar no assunto, amplificou a divulgação da mentira, Major (e a senhora envolvida no boato) processaram a revista. E depois, naturalmente, também o "Scallywag".  Para a História: ganharam os dois processos.

O comportamento inicial de John Major mostra que seguiu uma regra básica da comunicação: quando as mentiras têm uma difusão restrita, reagir contra elas, em termos públicos, acaba por ser contraproducente.

8 comentários:

Anónimo disse...

A melhor forma de multiplicar o conhecimento... É dividi-lo.

Também pode adaptar-se ao boato...

Um juiz atribuía a um alguém uma dura pena por ter concebido um boato, explicando o facto de uma boa desculpa não indemnizar o prejuízo...

Da mesma forma que espalhou o boato, vai espalhar ao vento as penas de uma galinha, a remissão só será válida se conseguir recolher novamente as penas todas...
Isabel Seixas

Julia Macias-Valet disse...

"Os caes ladram e a caravana passa" - Ditado arabe.

Anónimo disse...

Quem conta um conto, acrescenta um ponto. Quando andava no Liceu, um dia correu um boato de que fulano, um colega, “andava” com sicrana, o que não sendo verdade, como se veio mais tarde a contactar, nem por isso o incomodou. Muito antes pelo contrário, visto ela ser uma belíssima pequena! Comentava-nos ele, em jeito de gozo: “posso não ter o proveito, mas fico com a fama de a ter namorado!” Ela é que não gostou, quando lhe chegou igualmente aos ouvidos e quis um desmentido. Que ele nunca se dignou fazer. A bem da tal “fama”! Tipo divertido.
Aqui há uns anos, quando a vida nos permitia a nós irmãos, juntamente com uns amigos, juntarmo-nos no casarão lá da Beira-Alta, costumávamos praticar um jogo que consistia em alguém começar por contar uma história, relativamente curta, que só se referia uma vez e depois aquele que a escutara transmitia-a a outrem e assim por aí fora. Até que o último, depois de mais de uma dúzia ter escutado a história contada e recontada, relatava o que ouvira. E nada tinha a ver com o que o primeiro tinha mencionado ao segundo. Chegava a ser hilariante! Ainda hoje acho imensa graça a essa brincadeira.
P.Rufino

margarida disse...

Já que teve a fama, mais valia que tivesse tido o proveito. Afinal, esta vida são dois dias. E o amor é uma luz.
...a consciência?... ah, pois é..., hmmmm; que maçada, isso...

Anónimo disse...

Pois é Margarida, mas ela não queria o "proveito", achava-o desinteressante. Eu e outros amigos ainda tentámos, junto dela, que mudasse de opinião, com "loas" ao rapaz, mas nada!
Mais tarde reencontrei-a...bem com a vida e a vida com ela. E almoçámos e conversámos, entre outras coisas, sobre o episódio. E, imagine, um dia veio a "cair-lhe" na empresa onde ele "pontificava"! A vida ás vezes!
P.Rufino

margarida disse...

...a vida, sempre, 'P.' !
- quando escrevi ainda não o havia lido, está a ver? :)
E o que mais existe por aí são equívocos (para não dizer maledicências).
Se o mandamento precioso "Não faças aos outros aquilo que não gostarias que te fizessem a ti" fosse seguido...

Anónimo disse...

Cós Diabos! Oh Margarida!!!
P.Rufino

Helena Sacadura Cabral disse...

Tenho mestrado e doutoramento em matéria de boatos no que diz respeito à família. Se lhes desse vencimento seria mãe de, pelo menos 20 filhos de pai incógnito, tal a variedade de figuras criadas como sendo meus descendentes!
A última que acabo de ler é que o infante mais novo é propietário de um monte alentejano, onde eu, sua magnífica mãe, passaria os fins de semana a descansar.
Este é, provavemente, o 21º filho que ainda irei conhecer...

Davos

Deve ter graça estar em Davos, por estes dias. Os maluquinhos das teorias da conspiração, os mesmo que acham que Bilderberg tem qualquer imp...