"Em Portugal, país posto à prova pelos mercados e pelas agências de notação, o Governo elaborou um programa de estabilidade baseado em hipóteses de crescimento manifestamente muito prudentes e submeteu-o ao Parlamento, onde não dispõe senão de uma maioria relativa; este pequeno país, depois de ter realizado um primeiro ajustamento orçamental que fez passar o seu défice público de 6,5% a 2,5% do produto interno bruto (PIB), tem agora de se empenhar em retomar um esforço idêntico.
E, contudo, Portugal é injustamente inscrito na lista injuriosa dos PIGS (porcos) (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) pelos operadores do mercado. Nem crise financeira, nem crise imobiliária... Apenas uma redução forte das exportações para a Espanha, país que conhece uma verdadeira crise do modelo económico e cujas dificuldades são de uma outra ordem...
Se se compararem os dados orçamentais ou macroeconómicos de Portugal com os da França eles aparecem mais ou menos idênticos. E, contudo, graças a Deus, as condições de financiamento da dívida francesa permanecem estáveis nos mercados internacionais, enquanto que as de Portugal conhecem uma nítida deterioração... Porque os que nos observam do estrangeiro acham que a França tem mais hipóteses do que Portugal de recuperar e de melhorar a sua competitividade internacional na fase da saída da crise".
Quem escreveu isto, num artigo no "Le Monde" que pode ser lido aqui, é o relator-geral da Comissão de Finanças do Senado francês, Philippe Marini.
5 comentários:
Senhor Embaixador
O problema - pequeno - é que as previsões de crescimento do Banco de Portugal para o ano que vem são 0,4% e as do governo são 0,7%.
Uma pequena diferença!
Caríssima Helena
Marcamos encontro lá mais para o final do ano (ou talvez Jan/Fev de 2011) para podermos comparar ambas as previsões com a realidade? E olhe que nem sequer aposto...
Nos últimos tempos temos assistido a um sem número de previsões, vindas dos mais diversos quadrantes politicos, doutas instituições e competentissimos economistas que, invariavelmete se auto-corrigem pouco tempo depois, com despudorada desvergonha.
Estou com o João "a ver vamos como diz o cego" ou parafraseando um outro Juan "porque non te callas"?
Faço parte do povo, que ouve "abesbilico" e sem conseguir perceber a complexidade desta análise embora perceba bem a subtração...
Mas se a maioria continuamos a trabalhar tanto que já preterimos o tempo familia o tempo promenade de saúde mental, estaremos a fazer a nossa parte!?...
Isabel Seixas
Caro João
Armada em Zandiga, acredito que se chegarmos aos 2% será já uma espécie de milagre.
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