quinta-feira, abril 29, 2010

Os amigos e as ocasiões

A imprensa francesa tem-se feito eco dos mais recentes ataques especulativos contra Portugal e não deixa de assinalar duas evidências: a radical diferença entre a situação portuguesa e a grega e, em alguns casos, o facto dos nossos índices não estarem muito distantes dos da França.

Ninguém tinha dúvidas de que, se a situação grega evoluísse de forma negativa, Portugal seria o próximo ‘target' dos especuladores. Alguns talvez não contassem com um grau tão acentuado de indiferença por parte da Alemanha - o grande beneficiário do mercado interno e o país que sustenta o seu poder europeu à custa do euro, cujas drásticas condições macro-económicas impôs e que hoje são o referente pelo qual são medidos os desvios nacionais. Será que a Europa existe mesmo?

As agências de ‘rating' repercutem a perplexidade colectiva perante a hesitação e falta de solidariedade germânica. A perversidade está no facto de, ao tomarem decisões de ‘upgrading' de risco, agravarem ainda mais a situação, conduzindo os mercados a cobrarem mais pelos empréstimos. O seu lamentável impressionismo na avaliação relativa das situações nacionais confirma-as como os melhores cúmplices dos piores especuladores internacionais. Alguma novidade? 

* artigo hoje publicado no jornal "Diário Económico"

2 comentários:

Anónimo disse...

O título é mesmo sugestivo...
Mas a esta hora...
Isabel Seixas

Anónimo disse...

Ah, já estou a perceber! Afinal está esclarecido. Inteiramente de acordo com o que escreve no D.E. Ás vezes, retiram-se partes de texto de um artigo e provoca-se, "naturalmente de forma inadvertida", alguma confusão. É importante o que aí diz pelas razões que refiro num comentário a outro Post.
P.Rufino

A Europa de que eles gostam

Ora aqui está um conselho do patusco do Musk que, se bem os conheço, vai encontrar apoio nuns maluquinhos raivosos que também temos por cá. ...