Leio que a Artur Barrio foi atribuído o Grande Prémio Arte da Fundação EDP.
Logo nos primeiros dias da minha chegada a Brasília, em 2005, dei-me conta de que a embaixada, na chancelaria e na residência, dispunha de um acervo muito interessante de pintura e gravura, de autores contemporâneos portugueses, muito maior do que em qualquer outra nossa missão diplomática no mundo. E julgo que assim continua a ser.
Ao visitar, por esses tempos, algumas casas de portugueses residentes em Brasília, ou de brasileiros com ligações ao nosso país, constatei que por lá havia também muitas outras obras bem interessantes.
Surgiu-me então uma ideia: e se organizássemos, na área de exposições da embaixada, uma mostra selecionada dessas obras? Lembrava-me de que, há muitos anos, em Maputo, o embaixador Paulouro das Neves tinha tido uma iniciativa similar, baseada nas obras na posse dos diplomatas da nossa embaixada. Ora, ali em Brasília, havia condições para fazer algo parecido, mas com muito maior dimensão e representatividade.
De há muitos anos que sou um adepto da "sopa-da-pedra", isto é, procurar organizar coisas sem ou com muito pouco dinheiro. O orçamento do Instituto Camões em Brasília era ínfimo e o que havia estava maioritariamente consignado. Havia, assim, que trabalhar "no osso". As obras seriam cedidas sem custos - e isso era já um bom ponto de partida. O nosso conselheiro cultural, Adriano Jordão, meteu mãos à obra. A diretora de uma importante galeria de arte de Brasília, Karla Osório, encarregou-se da curadoria e obtivemos, para as inevitáveis despesas de estrutura e para o excelente catálogo, da ajuda da Vivo, a operadora telefónica controlada pela então pujante PT (onde isso vai...).
Quando a Karla me trouxe a lista das obras selecionadas, deparei com o nome de Artur Barrio. Confessei-lhe - faço sempre gala de ser muito franco sobre aquilo que não sei - que nunca tinha visto nenhuma obra de Barrio, embora soubesse que ele tinha feito uma exposição em Serralves. Barrio, aprendi então, era um português que tinha ido viver para o Brasil com 10 anos. Esteve depois algum tempo em França, mas manteve sempre a nacionalidade portuguesa.
A escultura de Barrio que a Karla havia desencantado era, de facto, uma bela peça. E integrou as cerca de 70 obras com que, no dia 10 de junho de 2005, inaugurámos a exposição "Arte Portuguesa em Brasília".
4 comentários:
O maior monumento da embaixada portuguesa em Brasilia é aquela senhora do SEF. hiiiii. Bem vamos agora falar de assuntos sérios; toda a gente preocupada com o Trump, toda a gente preocupada com o Brexit, toda a gente preocupada com a Le Pen. O que por aqui vejo pouo é pessoas preocupadas com os execráveis a nivvel mundial que levaram ao aparecimento destes que atrás citei. Bem pelo contrário o que eu vejo é ainda adolar alguns deles.
uma iniciativa muito legal Sr. Embaixador !
"Uma de suas obras mais conhecidas é justamente a intitulada Livro de carne, um pedaço de carne talhado em forma de livro que, após alguns dias, decompõe-se diante do público e tem de ser reposto a cada 3 dias. O livro de carne participou de exposições em Paris e na Bienal de São Paulo."
A "arte" decadente das elites actuais...adorada por mentecaptos, cérebros ao serviço do multiculturalismo, filho das causas fracturantes que querem impor na civilização ocidental e destruir a democracia.
Depois queixam-se dos fundamentalistas políticos de esquerda e de direita.
Gostei de ler...
Adoro arte, incluindo a plástica.
Ótima semana.
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