domingo, janeiro 08, 2017

Viver com a diferença

Uma "amiga" no Facebook deu hoje conta do seu desagrado, no aeroporto de Marselha, por se ver rodeada de "magrebinos".

Reconheço o direito à estranheza: eu próprio, aqui há alguns anos, tive a mesma sensação, numa praça de Marselha. Reconheço mesmo o direito ao desconforto, porque nem todos estamos preparados para viver com a diferença. Não reconheço o direito ao desagrado, e deixei-lhe este comentário:

"Se tivesse chegado à Gare d'Austerlitz nos anos 70 sentir-se-ia  rodeada dos "magrebinos" de então, idos do Minho e de Trás-os-Montes. Com a diferença de que muitos destes, com ar de magrebinos, nasceram já em França, são tão franceses como a "madames" loiras do XVIème. Quem teve impérios e não quer ir para o "bâtiment" ou para o "ménage" paga o preço. "Salamun alaikum!"

13 comentários:

Anónimo disse...

Os portugueses integraram-se em França. Os magrebinos, muitos deles nascidos em França não o fazem e insistem em manter modos de vida diferentes desrespeitando a França que os acolhe, tentando minar sempre a Liberdade de falar e pensar que devem ser um apanágio da Europa.

Jaime Santos disse...

E não se pode 'desamigar'?

Anónimo disse...

O autor deste blog é sempre contra os cristãos e a cultura ocidental (judaica/cristã).

Quando se trata de "crentes" em doutrinas que não respeitam a liberdade e a igualdade são sempre desculpados, os coitadinhos....

Causa antes desconforto,isso sim as "rezas" nas ruas em França.

Gostaria de saber se será permitido nesses países de liberdade/igualdade/fraternidade (?) que defende, um grupo de cristãos desfilar com a cruz de cristo ou ajoelhar-se para rezar na rua !

Estamos no tempo de os europeus crisião e laicos amantes da nossa cultura, história, e tradições abrirem os olhos.




Anónimo disse...

Os tugas são iguais a quaisquer franceses do sul. Os "magrebinos" não são.

E não parece que os tugas tenham andado a fazer as figuras tristes que os "magrebinos" fazem.

Como é que se diz em árabe "haja paciência para os inocentes"?

Anónimo disse...

Quem gosta bastante de magrabinos é o Freitas, por falar nele, anda meio desaparecido. Quanto a religiões, sejam elas quais forem mais valia nunca terem aparecido.

Anónimo disse...

Resta saber se esses que diz nasceram em frança se consideram franceses. Muitos não. Mesmo segundas e terceiras geracoes. Alguns por teimosia propria, outros por que mesmo que quisessem nunca foram aceites como tal pelos franceses (resta saber quais, por que nem todos sao racistas primarios...) . O que é estranho é que os mais novos
parecem por vezes odiar mais a frança que os proprios pais.


Tenho impressão a sua amiga não identifica os magrebinos per si, se vir uma miuda nova bem vestida ou tipo bem arranjado, ela identifica as classes populares (para utilizar o termo frances) magrebinas (e dentro destas uma certa parte) . Como é que se explica a um jovem francês, de segunda ou terceira geração, que têm mais condições que muitos de nos portugueses crescidos em portugal, e que ja era altura de parar de se odiar aqueles que permitem que ele tenha a vida que tem? (havia que dizer algo de similar a alguns franceses...)


Luís Lavoura disse...

no aeroporto de Marselha [...] se ver rodeada de "magrebinos"

É normal e expetável que, num qualquer grande aeroporto internacional, nos vejamos rodeados por gente muito díspare. Ao fim e ao cabo, essas estruturas servem precisamente para transportar pessoas de e para longe.

Se uma pessoa não se quer ver rodeada por gente estranha, então é melhor evitar, em primeiro lugar, pôr os pés num grande aeroporto internacional.

AV disse...

Talvez nos devêssemos lembrar que Marselha é uma das grandes cidades do Mediterrâneo que esteve na encruzilhada de correntes migratórias e do comércio internacional desde a sua origem. Antes das correntes do Norte de África vieram os italianos, os gregos, os russos, os arménios, os espanhóis, os portugueses...enfim...
Quanto ao preconceito da falta de integração da população de origem do Maghreb, supostamente ao contrário dos outros, consulte-se a lista de franceses célebres de origem maghrebina - muitos com um contributo notável para a cultura europeia.
É revelador, e triste, ver este tipo de pensamento num país com tantos emigrantes espalhados pelo Mundo.

Anónimo disse...

Por falar em miscigenação: agora que Trump vai cortar os vistos aos migrantes qualificados vindos da India é talvez hora de Portugal lhes abrir as portas. À atenção de Constança ( não há festa nem dança...).

Luís Lavoura disse...

Eu também me sinto desconfortável, às vezes, nas ruas de lIsboa quando me vejo rodeado de franceses. Isso acontece hoje em dia com cada vez mais frequência - o turismo francês em Portugal está a aumentar enormemente. E é que eu não gosto de franceses, acho-os horrivelmente arrogantes, e sinto-me mesmo mal quando me vejo rodeado deles.

Anónimo disse...

"expetável" é coisa que não existia antes do AO e continua a não existir depois do AO.

As pessoas têm "expetativas" mas as coisas são "expectáveis". Está lá o "c" a ser lido, irra!

António Pedro Pereira disse...

Anónimo das 19:31,
Disse: «O autor deste blog é sempre contra os cristãos e a cultura ocidental (judaica/cristã).»
Duvido que seja, mas sempre lhe digo, a si, que acho muito estranho que os defensores acrisolados dos valores cristãos e da cultura ocidental, à moda do senhor (ou serão coveiros desses valores e dessa cultura?), achem normal que se espalhe o domínio desses valores pelos 5 continentes mas rejeitem o refluxo natural, a outra face da moeda.
Os ocidentais nesses territórios estranhos, como dominadores, não estavam em minoria?
Não se sentiam sufocados pelos magrebinos ou outros?

Anónimo disse...

Até quando dura a dívida? Não, não me refiro à dor orçamento mas sim à histórica.

É que ainda andamos a pagar a dívida da expulsão dos judeus, a dívida da inquisição, a dívida do colonialismo, a dívida dos emigrantes... Parece que estas dívidas nunca estarão pagas e, daqui a 500 anos, se dissermos "ai credo, que não gosto disto", logo aparecerá alguém dizendo "lembre-se do que devemos!"

Eu quero lá saber do que os meus compatriotas fizeram há dezenas de anos! Eu quero lá saber do que os meus antepassados fizeram há centenas de anos! Era só o que faltava que a minha vida, o meu dia a dia andassem a ser determinados por pagamentos de dívidas antigas com as quais não tive nada a ver! Já me basta as dívidas do Estado que me vão ao bolso!

Se a "dívida histórica" é a medida para tudo, então, porque cargas de água se persegue países como a Polónia ou a Hungria, que nem sequer puseram o pé fora da Europa? Também tiveram impérios coloniais? Beneficiaram da escravatura? Oprimiram povos em África ou na Ásia? Mataram índios? Parece que não mas tem de ser...

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