Há em Portugal poucas pessoas com uma formação académica e uma experiência prática, em matéria de relações internacionais e de políticas de desenvolvimento, que se possam equiparar às de João Gomes Cravinho. Por isso, não me surpreende que a União Europeia tenha reconhecido essas qualificações e, por exigente concurso público, o tenha escolhido para chefe da sua delegação em Nova Deli. Só prova que estão atentos...
Com esta nomeação, há agora portugueses à frente de delegações do Serviço Europeu de Ação Externa em três dos sete países com os quais a União Europeia desenvolve "parcerias estratégicas" (EUA, Canadá, Rússia, China, Japão, Índia e Brasil).
Há quem pense que estas coisas acontecem por acaso, que é apenas pela roda da sorte que um português chefia a Comissão Europeia, que outro é Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados ou que outro ainda dirige a Aliança das Civilizações. O mérito pessoal de todas estas pessoas impôs-se, mas isso só foi possível, tal como a nossa presença no Conselho de Segurança da ONU, porque a nossa expressão diplomática, à escala europeia e global, tem qualidade e prestígio, é respeitada e reconhecida. Por isso, tal como o Porter recomendava para os "clusters" da nossa economia, devemos fazer ainda melhor o que, manifestamente, já fazemos bastante bem.
E, nesta ocasião, um forte e amigo abraço de parabéns ao João!
10 comentários:
Antes de mais, os meus parabéns ao senhor Embaixador Francisco Seixas da Costa. Sou um olhar atento que espreita o seu blogue há muito tempo, sempre com o maior fervor entusiástico. Digo isto expressamente porque creio que, sem dúvida, o "Duas ou Três Coisas" é um blogue que transmite o que o Sr. deve ser na sua vida pessoal. Claro que isto não ultrapassa uma pequena suposição, mas arrisco e acredito não estar errado. Os meus parabéns.
Já li vários textos, artigos e excertos de João Gomes Cravinho. Sou estudante, e creio que a sua linguagem é muito clara. Mais do que clara: precisa. A nomeação que o Sr. Embaixador divulga aqui no seu blogue, é um motivo de grande orgulho para todos os portugueses. O desempenho de mais um cargo de elevada responsabilidade por um compatriota lusitano, é algo que deve ser profundamente apreciado. Mais uma "estalada" em todos aqueles cépticos que não reconhecem ou acreditam no verdadeiro potencial dos portugueses.
As minhas felicitações para João Gomes Cravinho, e que as suas novas competências sejam praticadas com o nível de excelência que lhe reconheço.
Sim, como a História, nacional e não só, nos demonstra à saciedade, os Portugueses são hábeis diplomatas, não só pela inteligência, tolerância e cordialidade no trato com os outros povos, mas também, pelo respeito e (não sejamos modestos) admiração granjeados por esse planeta fora.
É tudo uma questão de aproveitar as nossas características como povo, e as colocar ao nosso serviço, ao invés de nelas ver eternamente um fado...
Parabéns a este nosso compatriota, e mais uma vez ao blog e seu autor.
E abraço a todos.
Senhor Embaixador
Apetece-me, neste caso, dizer que "quem sai aos seus não degenera". E enviar ao João Cravinho pai - com sua licença - um fortíssimo abraço pelo que ele soube transmitir aos seus. Sem depreciar, claro, nem a Anne nem o filho.
Os casos que menciona tiveram todos, `a partida, um trampolim político, que foi bem aproveitado pelos interessados. Há um outro caso, alguém que fez carreira na ONU e chegou ao nível de USG (Secretário-geral-adjunto), sem qualquer apoio de Portugal, nem por efeitos de uma carreira partidária. Sabe quem é?
Cumprimentos, JC
Apenas e só para,com o devido pedido de licença, subscrever na íntegra,o comentário de Rúben Sousa.
EGR
Caro Rúben Sousa: muito obrigado pelo seu comentário. De facto, como dizem os anglo-saxónicos, "what you see is what you get".
Caros EGR e Valdemar: agradeço muito as vossas notas.
Caro JC:
1. Não me consta que João Vale de Almeida ou Ana Paula Zacarias tenham feito carreiras assentes em apoios partidários. Nem é minimamente crível que a escolha de João Gomes Cravinho tenha tido essa base. Caso assim fosse, seria um escândalo e levantaria protestos de outros candidatos. Não confunda com a atribuição de certos lugares a Portugal, depois da adesão...
2. Julgo que o caso que citou é o de Victor Ângelo que, tal como outros portugueses em instâncias multilaterais internacionais, fez uma brilhante carreira por si próprio, com base no seu mérito, sem grandes apoios do Estado português. Veio a fazer parte da cerca de meia centena de "undersecretaries-general", um cargo relevante na estrutura onusina.
Cara Laura C. Ferreira: perceberá, com toda a certeza, a razão peça qual não publico o seu comentário.
Tive o privilégio de conviver com a família Gomes Cravinho, a qual me transmitiu valores fundamentais como a confiança, o profissionalismo, a amizade, a cooperação, a tolerância, a amabilidade, o optimismo e o sentido de humor! Julgo que a competência de João Gomes Cravinho deve-se ao seu desempenho profissional mas sobretudo ao seu carácter e qualidades humanas. Os meus parabéns! Sofia Busse Cerejeira Torres Rosa
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