Há muitos anos, fingidamente confundido com as diversas vozes que falavam com os EUA em nome do Velho Continente, Henry Kissinger comentou: "Qual é o número de telefone da Europa?". Hoje, com Trump, o problema está resolvido: ninguém nos liga...
sexta-feira, janeiro 31, 2025
Notas breves sobre Belém
1. Luís Marques Mendes anunciou que vai apresentar a sua candidatura. O PSD vai apoiá-la, pressentindo que necessita de tentar segurar o seu eleitorado, de onde sabe que está a fugir muita gente para ir atrás do almirante. É injusto para Marques Mendes que o apoio do seu partido seja feito "faute de mieux". É um homem sério, será um candidato competente e, se acaso fosse eleito, estou certo de que teria um comportamento à altura do sentido de Estado que se exige a um presidente. Mas acho que, nesta fase, ele próprio tem plena consciência de que esta é uma candidatura sem a menor hipótese de sucesso.
2. A candidatura de António José Seguro está muito longe de poder vir a mobilizar o Partido Socialista, isto é, entusiasma apenas aqueles que, dentro do PS, vivem ainda numa espécie de vingança virtual face a António Costa - tal como acontece com o próprio Seguro. Da mesma forma que Marques Mendes, Seguro é uma pessoa íntegra e que sempre revelou um sentido de Estado que, a meu ver, não colidiria, em tese, com o perfil necessário para o exercício da função presidencial, embora o que há semanas disse a propósito de o OGE não necessitar de aprovação parlamentar tivesse revelado uma estranha pulsão propositiva, que se aproximou de alguma irresponsabilidade. As suas hipóteses de ser eleito são próximas de zero, por muito que algumas sondagens ainda o promovam. Diria mesmo mais, algo que julgo não ser necessário explicar: a maioria das pessoas que, num outro circunstancialismo, se poderiam sentir motivadas a votar em António José Seguro já se decidiram pelo almirante.
3. A meu ver, sem mais reflexões que escondem hesitações, o Partido Socialista tem, muito rapidamente, de "fechar" o seu apoio em torno de uma candidatura de António Vitorino. A larga distância de outros potenciais candidatos oriundos da mesma área - e eu votaria, sem a menor dificuldade, em Augusto Santos Silva, Mário Centeno ou Elisa Ferreira -, António Vitorino, embora tendo por ora um evidente défice de notoriedade, dado ter estado afastado do país muitos anos, é, no plano substantivo que importa para o perfil de um chefe de Estado, uma personalidade com preparação e conhecimentos que só António Guterres suplantaria. Vitorino seria um excelente presidente da República. Possui uma experiência internacional que o qualifica como aquele que, a grande distância, melhor representaria Portugal pelo mundo. Quem o conhece, nomeadamente o mundo partidário fora do PS e os setores económicos e sociais, sabe que a sua capacidade de diálogo seria uma garantia de o país poder vir a ter em Belém uma figura moderada e moderadora. O que Portugal bem precisa, nos tempos que se avizinham.
quinta-feira, janeiro 30, 2025
Dois mais dois
Já pensaram que, se o futebol fosse uma ciência exata, o Casa Pia podia dar uma abada à Juventus?
... e não têm vergonha?
Em lugar de se prestarem a promover as óbvias manobras de diversão temáticas que estão a ser montadas pelo Chega, para disfarçar o embaraço do caso do deputado Samsonite, será que as televisões não sabem que nada as obriga a irem ouvir o senhor Ventura, quando a este lhe dá na gana chamá-las?
Será?
Será que as autoridades policiais são realmente incapazes de detetar quem está por trás destas tentativas de vigarice?
De fato...
Sair das mãos
"Faithfull"
Kallas
Admito que Kaja Kallas possa ter sido uma meritória PM da Estónia. Mas a sua prestação à frente da diplomacia da UE tem sido tão fraca que já criou saudades de Borrell e até quase de Ashton. Alguém que explique à senhora que a russofobia é um sentimento, não é uma atitude política.
80 anos de "A Bola"
quarta-feira, janeiro 29, 2025
Ficam a saber
As pessoas que se expressam em termos que revelam que, para elas, a segurança e o bem-estar do povo israelita prevalecem, em absoluto, sobre a segurança e o bem-estar do povo palestino adotam uma atitude que é, muito simplesmente, racista. Se não sabiam, ficam a saber
"DeepSeek"
Decidi experimentar e, numa atitude que admito pode ser vista como algo egocêntrica, mas que me pareceu um teste fácil para avaliar do rigor dessa plataforma, perguntei ao DeepSeek que livros é que eu tinha publicado. E o DeepSeek respondeu assim:
"Francisco Seixas da Costa é um autor prolífico, tendo escrito diversos livros sobre temas relacionados à diplomacia, política internacional, integração europeia e reflexões sobre a sociedade contemporânea. Alguns dos seus livros mais conhecidos incluem:
1. "Crónicas de uma Guerra Improvável" (2003). Uma análise sobre a guerra no Iraque e o contexto internacional que a envolveu.
2. "Portugal na Transição do Milénio"(2004).Reflexões sobre o papel de Portugal no mundo no início do século XXI.
3. "A Europa e os Outros" (2006).Um ensaio sobre as relações da Europa com o resto do mundo, abordando desafios e oportunidades.
4. "Diplomacia"(2007). Uma obra que explora o papel da diplomacia no mundo moderno, baseada na sua vasta experiência como diplomata.
5. "O Fim da Inocência: A Europa depois do Não" (2008). Uma reflexão sobre o impacto do "Não" no referendo ao Tratado Constitucional Europeu e o futuro da União Europeia.
6. "A Europa em Tempos de Crise" (2012). Análise dos desafios enfrentados pela Europa durante a crise económica e financeira.
7. "Diário de Bordo: Crónicas de um Tempo Incerto"(2016). Uma coletânea de crónicas e reflexões sobre política internacional e a sociedade contemporânea.
8. "A Diplomacia de Portugal e os Novos Desafios Globais" (2018). Um livro que aborda os desafios da diplomacia portuguesa num mundo em rápida transformação.
9. "O Mundo em Voo Baixo: Crónicas de um Tempo de Incerteza" (2020). Reflexões sobre as incertezas e transformações do mundo atual, incluindo temas como globalização, populismo e crises internacionais.
Belos títulos, excelentes descrições do respetivo conteúdo. Há apenas um pequeno problema: EU NÃO ESCREVI NENHUM DESSES LIVROS. É tudo falso, tudo inventado!
Se é esta a maravilha da Inteligência Artificial chinesa, vou ali a Xangai e já venho!
terça-feira, janeiro 28, 2025
Um homem com pressa
Regressemos a janeiro de 2017, ao tempo em que Donald Trump iniciou as primeiras funções como presidente. Já poucos recordarão hoje a amálgama de temas que o candidato vitorioso então suscitou, durante a sua furiosa campanha contra Hillary Clinton.
segunda-feira, janeiro 27, 2025
Auschwitz
A Alemanha, país responsável pelo extermínio organizado de milhões de pessoas, durante a 2ª Guerra mundial, e que era então dirigida por um partido de extrema-direita, chefiado por Adolf Schickelgruber, depois chamado Hitler, havia criado, em Auschwitz-Birkenau, na Polónia ocupada, um campo de concentração.
Brasil
O Brasil vive um período de crescente vazio político. Este mandato de Lula não tem sido um sucesso, a sua reeleição oferece muitas dúvidas e não tem um sucessor político óbvio. Com Bolsonaro quase fora de jogo, não emergiu ainda uma figura alternativa à direita. O centro parece que morreu.
Ainda há Europa?
A proposta de Trump de afastar os palestinos de Gaza vai ser um belíssimo teste para se perceber se ainda resta um pingo de vergonha e de decência, no seio da União Europeia, face à questão Israel-Palestina, depois do comportamento miserável da Europa nos últimos meses.
Sob teste
Vai ser interessante observar que Estados da Liga Árabe irão tomar iniciativas, no âmbito do Conselho de Segurança da ONU, com vista a oporem-se ao processo de limpeza étnica dos palestinos de Gaza agora proposto por Trump. E será muito curioso ver a reação da Rússia e China.
Bielorrússia
Lukashenko foi reeleito na Bielorrússia. Está no poder desde 1994. Se a vodka lhe der vida e saúde, ficará até 2030. Ou mais.
domingo, janeiro 26, 2025
O outro Trump
Uma discreta mas nunca assumida simpatia por Trump era detetável numa certa esquerda, que alimentava a ilusão de que, como presidente, ele faria o jogo de Putin na Ucrânia. Agora, Trump parece arrastar os pés no jogo com Moscovo. Essa rapaziada, compreensivelmente, anda agora um pouco triste.
sábado, janeiro 25, 2025
Ramalho Eanes
Os tempos eram difíceis, nesses dias de guerra civil, e o abastecimento de Luanda era muito precário, com a hotelaria a ressentir-se fortemente disso. No Trópico, o vinho servido era português, mas escasso e muito mau. "Deve ser bom para usar como decapante de pintura de carros", ironizava o Sebastião Gomes, um técnico que ali estava destacado pelas OGMA, o qual, com o Hélder Martins e o Alfredo Esteves, da STAR, muitas vezes abancava comigo nas sinistras refeições de peixe frito com arroz, que era o prato nosso de cada dia no Trópico.
Um dia, veio almoçar connosco um amigo angolano. Ao queixarmo-nos do vinho servido, ele saiu-se com esta: "Já sinto saudades dos Ramalho Eanes!". Ficámos a olhar para ele, surpreendidos por aquele plural majestático: "Os Ramalho Eanes"! O que é que ele queria dizer com isso?
A explicação veio de seguida. Pouco tempo antes, o presidente Ramalho Eanes estivera de visita de Estado a Angola, a convite do seu homólogo José Eduardo dos Santos, uma ocasião que teve um grande impacto político. Na ocasião, o governo angolano colocara à venda uma larga importação de garrafões de vinho português. Mas foi sol de pouca dura: acabada a visita, eles logo desapareceram do mercado. Nunca consegui apurar que espécie de vinho traziam esses garrafões, que a voz pública luandense logo crismou como "os Ramalho Eanes"!
Hoje, 25 de janeiro de 2025, dia em que o general António Ramalho Eanes cumpre a bela marca de 90 anos de idade, deixo aqui, com os meus sinceros parabéns e nota de respeito ao aniversariante, esta historieta que liga o seu nome a um leve aligeirar das dificuldades que os angolanos atravessaram nesses anos bem dramáticos.
Mas é necessário sermos rigorosos e justos: o nome de Ramalho Eanes, em Angola, foi muito mais do que isso. Eanes é alguém que, desde o seu histórico encontro com Agostinho Neto, em 1978, em Bissau, tudo tentou para que as relações entre Portugal e Angola avançassem por um bom caminho. Esse caminho, infelizmente, revelou-se muito mais tortuoso e difícil de percorrer do que então parecia possível. Mas ele teve esse indiscutível e assinalável mérito.
Bola
Em termos de "jogo jogado" (adoro futebolês saloio, saído da "cultura de balneário"), o (meu) Sporting está longe de convencer. Mas, vá lá!, o novo "mister" conseguiu inverter um pouco as coisas. E há uma rapaziada que, em outras bandas, tem dado um simpático contributo relativo.
Dar a cara
O PM espanhol vai propor o fim do anonimato nas redes sociais. Há anos que defendo o mesmo. Os riscos decorrentes do uso dos pseudónimos ultrapassam, em muito, a sua suposta "graça", favorecendo os cobardes que não têm coragem de assumir o que dizem com o seu verdadeiro nome.
... e ainda não chegámos à Madeira
O PS deveria estabelecer uma regra de prescrição sobre o número de vezes que está disposto a perder as eleições na Madeira mantendo o mesmo candidato. É que já vai em nove derrotas consecutivas...
Trump e Montenegro
Trump aprendeu bem as lições do caos que foi o início da sua anterior administração. Desta vez, parece estar tudo muito mais oleado, seja em decisões legislativas, seja em nomeações. E, claro, nas demissões de quem estava lá antes. Terá pedido assessoria a Montenegro?
A esfinge do Cairo
Os dois únicos países do mundo que escaparam à suspensão temporária da ajuda americana ontem decidida por Trump foram Israel e ... o Egito. "O Egito?" reagirão alguns. Isso acontece em todos os tempos políticos americanos e nos vários ciclos ditatoriais egípcios. Realpolitik...
Artista
O Brasil está a alimentar uma esperança tal de que Fernanda Torres obtenha um Óscar que, no caso de isso não vir a acontecer, pode converter-se numa tragédia nacional.
Nada mais, nada menos
Por muito que isso custe aos preconceituosos, é preciso afirmar, alto e bom som, que, aos imigrantes, se deve exigir exatamente o que se exige aos cidadãos nacionais: que cumpram as leis do nosso país. Nada mais, nada menos. Tenham eles a cultura, a língua e religião que tiverem.
sexta-feira, janeiro 24, 2025
Afinal...
Fico com a impressão de alguns que, desde há vários meses, estavam convencidos de que a chegada de Trump à Casa Branca significaria a imediata cessação do apoio militar americano à Ucrânia andam já um pouco nervosos com alguma ambiguidade discursiva que agora chega de Washington.
Se eu fosse...
Se eu fosse militante do Partido Socialista, seria obrigado a afirmar, no dia de hoje, o meu desacordo com a forma e, em especial, com a oportunidade das palavras do seu secretário-geral sobre a questão imigratória, na sua entrevista ao "Expresso". Como não sou...
Será respeitinho?
Apelidam-se de extrema-direita as figuras europeias que têm esse iniludível recorte ideológico. Mas por que será que não se usa o mesmo qualificativo para Trump, o qual, aliás, não hesitou em convidar a fina flor extrema-direita para a sua posse? Será que é respeitinho à América?
A sério?
Um país em que os jornaleiros para quem o crime compensa abrem noticiários com um político pilha-malas, um país que está prestes a entregar a chefia do Estado a um fulano que ganhou fama por ter feito uma eficaz distribuição de vacinas, é um país que não pode ser levado a sério.
"Forum Demos"
"Viver com Trump"
Trump tem fortes razões para estar orgulhoso. E isso ficou claro no seu discurso de posse. Regressar ao poder, com a forte legitimidade eleitoral que conseguiu arregimentar, com confortável base legislativa e judicial, deve dar uma muito agradável sensação de poder. Um poder que recuperou depois de ter descido aos infernos, com uma derrota eleitoral sofrida mas nunca aceite, com processos judiciais cumulativos e humilhantes, depois de ter sido exposto como cúmplice de uma agressão constitucional sem precedentes ao Capitólio. Capitólio esse onde agora reentra pela porta principal, sob o olhar impotente dos seus inimigos, com esse passado conflitual recente colocado entre parêntesis. Como vingança, reconheça-se, Trump não poderia ter desejado mais e melhor.
quinta-feira, janeiro 23, 2025
quarta-feira, janeiro 22, 2025
Trumpe
Tenho sincera inveja do modo como Nicolás Maduro pronuncia o nome de Trump. Em vez de se subordinar, como todos disciplinadamente fazemos, à forma anglo-saxónica de dizer a palavra ("trâmpe"), o patusco ditador dos fatos de treino coloridos fala de "trumpe" sem se rir. Valente!
terça-feira, janeiro 21, 2025
Davos
Deve ter graça estar em Davos, por estes dias. Os maluquinhos das teorias da conspiração, os mesmo que acham que Bilderberg tem qualquer importância, devem estar rapidamente a perceber que quem de facto manda não anda por ali.
segunda-feira, janeiro 20, 2025
Pensem nisto
Trump talvez conseguisse assegurar um lugar na História se, do alto da posição de força de que agora dispõe, levasse a Rússia a envolver-se numa nova arquitetura de segurança, da qual a NATO europeia fizesse parte. Mas não estamos com gente disso, como se diz na minha terra.
domingo, janeiro 19, 2025
Uma descoberta e um agradecimento
Pessoa amiga chamou a minha atenção para esta lista, datada do início de dezembro de 2024, que me tinha escapado.
Fico muito grato pela simpatia do blogue de João Eduardo Severino, "Pau para toda a obra".
Palestina e Israel
"Fago" (Marvão)
Se estiverem interessados, pode ler aqui a minha apreciação sobre uma visita ao restaurante "Fago", em Marvão
sábado, janeiro 18, 2025
Lynch
Na morte de David Lynch, espero não ser "linchado" se revelar que não vi nenhum episódio do Twin Peaks e que não faço a menor ideia de quem era a tal de Laura Palmer que parece que morreu. Mas nunca lhe agradecerei suficientemente o Blue Velvet.
Trump - the movie...
Serei só eu que, no "remake" de Trump, sinto ainda e já saudades dos cromos da sua anterior presidência - do Sean Spicer que divertia os jornalistas, dos "factos alternativos" de Kellyanne Conway, do patético e breve Anthony Scaramucci e do "strangelove" de comédia Michael Flynn?
Marvão
sexta-feira, janeiro 17, 2025
Vítimas da estatística
A propósito da demissão do diretor do SNS, temos de ser justos: com tanta gente que tem vindo a ser saneada pelo governo PSD, torna-se estatisticamente mais provável que apareçam cada vez mais falcatruas. Este governo, no fim de contas, é apenas uma pobre vítima da estatística.
PSF bem
A partilha pela esquerda francesa da obsessão presidencial de Jean-Luc Mélenchon começava a ser um tapete vermelho para Marine Le Pen entrar no Eliseu. Em nenhuma circunstância Mélenchon teria o voto de 51% dos franceses. Mesmo para derrotar Le Pen. O PSF fez bem em afastar-se.
Biden
Não é muito popular lembrar que Barack Obama deixou uma herança desastrosa em matéria de política externa. Contudo, isso não nos deve coibir de dizer que Joe Biden disputa fortemente aquele "benchmark" negativo. Salva-se a sua prudência ao ter procurado evitar um conflito global.
A solidão socialista
Ontem, o PS francês decidiu arriscar. Viabilizando o governo Bayrou, rompeu a aliança à esquerda, ficando numa "terra de ninguém". Ganharam em credibilidade, mas, se houver novas eleições, Mélenchon colocará candidatos contra eles e podem voltar a desaparecer.
quinta-feira, janeiro 16, 2025
Estudem!
Repita-se, para que não fiquem dúvidas: Portugal fez muito bem em não estar representado na transição presidencial em Moçambique pelo presidente da República e fez igualmente muito bem em fazê-lo através do ministro dos Negócios Estrangeiros. Quem não percebeu, estudasse!
Radicais à solta
Já se percebeu que a linha argumentativa do PSD para combater a liderança do PS, com a luta pela câmara de Lisboa como passo intermédio, é vir acusá-la de radicalismo.
Para um partido que anda a mimetizar o Chega em matéria de segurança, isto não deixa de ter alguma graça.
Mistério
Alguém me há-de um dia explicar a razão pela qual este blogue, depois de ter suspendido a publicação de comentários, ter passado a ter mais visitantes: estamos numa média de três mil / dia.
quarta-feira, janeiro 15, 2025
Diplomacia
terça-feira, janeiro 14, 2025
A segurança da Europa
O novo secretário-geral da NATO disse no PE que, para se poder substituir militarmente aos EUA, a Europa precisaria de gastar 10% do seu orçamento em defesa. Por muito grande que possa ser o susto europeu, depois da Ucrânia, não há a mais longínqua hipósese de isso vir a suceder.
A União Europeia não é um país, são 27 opiniões públicas com agendas de interesses e perceções de risco diferentes, que jamais conseguiriam acordar simultaneamente numa medida dessa dimensão - nem sequer metade disso.
Porque nunca poderá ter uma defesa autónoma, a União Europeia vai continuar a "comprar" segurança aos Estados Unidos. O preço que Trump vai exigir vai ser elevado, em termos comerciais, de venda de armamento, de gás e outras concessões. A Europa vai esbracejar, mas vai ceder.
Trump, tal como fez no passado, vai desprezar a União Europeia como um todo e vai "pescar à linha" no seu diálogo com os Estados europeus que lhe convenham. Estes, como se viu já com Meloni, irão, um por um, comer à mão de Washington e, com isso, enfraquecerão a capacidade da UE.
E cá?
"Público"
Tenho pena de ver José Alberto Lemos sair do cargo de Provedor de Leitor do Público. Acompanhei a sua tarefa com admiração. Essa admiração foi aumentando à medida que constatei que o seu trabalho se foi tornando mais difícil, perante a crescente resistência de setores da redação.
Alexandra Leitão
Dificilmente o Partido Socialista poderia ter encontrado um melhor nome do que Alexandra Leitão para candidata a presidente da Câmara de Lisboa. A atual líder parlamentar, que foi ministra no primeiro governo de António Costa, é um dos quadros mais qualificados do partido.
segunda-feira, janeiro 13, 2025
Fernanda Maria
Com 87 anos, morreu hoje Fernanda Maria, um imenso nome de um fado de que eu gosto.
Assim tem de ser
Atendendo seguramente a uma avaliação prudente da atual conjuntura política no país, acho de muito bom senso que Portugal se faça representar na tomada de posse do novo presidente de Moçambique apenas pelo ministro dos Negócios Estrangeiros.
Europa, querida Europa
Xenofobia
Devemos ser o único país do mundo em que um conflito de rua que provoca sete feridos mobiliza todas as televisões. A menos que achemos natural que essa atenção se deva ao facto dessas pessoas serem estrangeiros. Ao atuarem como atuam, as nossas televisões ajudam à agenda xenófoba.
domingo, janeiro 12, 2025
Pensem bem!
Salvo para os "maduros" que apostam na China ou mesmo na Rússia, e partindo do princípio óbvio de que a Europa e o resto do mundo afim serão incapazes de travar as loucuras que Trump venha a tentar, já pensaram bem que só há uma entidade que o pode vir a suster? O povo americano.
Ofensa
Com o respeito institucional que qualquer primeiro-ministro do meu país me merece, por estar lá pelo voto popular, gostava que o Dr. Luis Montenegro soubesse que, como cidadão e como democrata, me sinto insultado ao ouvir-lhe a barbaridade de chamar extremistas quantos, no sábado, saíram à rua a condenar o racismo e a xanofobia.
Os presidentes da Junta
Em 2011, a "troika" mandou reduzir o número de freguesias. O país obedeceu. Passados todos estes anos, o bloco de interesses partidário resolveu retalhar de novo a geografia administrativa. Quantos mais vão agora poder dizer "eu é que sou o presidente da Junta" ? Que país este!
Ditadores e ditadores?
O mundo indigna-se com a posse do ditador Maduro, depois de eleições que quase todos concluíram terem sido fraudulentas. Mas por que será que ninguém mexe uma palha, por exemplo, face à Arábia Saudita, outra ditadura. Quando serão as eleições por lá? Há ditaduras boas?
Daniel Ribeiro
sábado, janeiro 11, 2025
Simplesmente Coimbra
Na rua
Nunca fui muito dado a participar em mobilizações de rua, mas, se pudesse estar hoje em Lisboa, iria com muito gosto e convicção a esta manifestação. As coisas estão a chegar a um ponto em que a indiferença e a neutralidade acabam por ajudar à festa dos outros. E eu não gosto, mesmo nada, da festa dos outros.
sexta-feira, janeiro 10, 2025
Coisas à letra
Mas calei-me, para evitar confusões, porque o mundo anda perigoso e nem tudo o que, no passado, parecia óbvio e natural, é hoje tomado de forma benévola.
Schutt...!
Não poderia a CP lançar uma campanha de educação comportamental básica, com vista a fazer perceber aos passageiros dos seus comboios que é de uma extrema falta de respeito falarem alto ao telefone durante as viagens? Ninguém pode ser obrigado a ouvir as conversas dos outros.
E se...?
Na imprensa francesa, perante a ausência, por doença, da presidente da Comissão Europeia, fala-se que a Europa está "aux abonnés absents", a clássica expressão para significar incontactável. Mesmo sem forçar cizânias, não quererá o Conselho Europeu ir a jogo?
Não sou de cá
Havia uma expressão, muito usada em outros tempos, que transpirava uma atitude de desinteresse: “Não sou de cá, eu só vim à bola!”. Era assim a modos de um “não tenho nada a ver com isto!” A frase renasceu-me, na cabeça, a propósito de Lisboa e da rua onde vivo. Para concluir, precisamente, o seu contrário.
Preto
Hoje, apetece-me falar de coisas sérias. Aqui fica uma rara imagem de um pinguim preto. Digam lá se não tem elegância e distinção!