domingo, outubro 30, 2016

A hora dos mencheviques

Mudou hoje a hora. Nem sempre tivemos este regime horário. Por exemplo, entre 1992 e 1996, a nossa hora acompanhava a da Europa central. Foi o primeiro governo de António Guterres que decidiu reintroduzir o modelo da hora atual. A decisão não foi totalmente pacífica, no Conselho de Ministros em que foi tomada. Eu estava casualmente por lá, substituindo Jaime Gama, e manifestei-me contra, com base num conjunto de argumentos que não vêm para o caso. A defesa da medida que acabaria por ser adotada foi feita, com brilhantismo, por Eduardo Marçal Grilo, ministro da Educação e do Ensino Superior. Guterres era um grande adepto da alteração mas, nem por isso, havia conseguido convencer pessoas que lhe eram muito próximas, como foi o caso de António Vitorino e Joaquim Pina Moura. Fomos, recordo, as três vozes postas em minoria naquele Conselho de Ministros. À saída, Pina Moura, com o seu imenso humor, de que sinto muita falta, disse-me: "Por uma vez, fazemos parte dos mencheviques".

10 comentários:

Anónimo disse...

Pois é.....Só neste blog é que ainda há quem se lembre quem foram os mencheviques. A malta nova nem faz uma ideia de quem foram... Mas prontos... ele é assim.

Francisco Seixas da Costa disse...

Quem acha que não tem qualquer importância saber quem foram os mencheviques, "prontos", está qualificado...

Anónimo disse...

Estão todos no mesmo saco de comunistas e "assalariados" , basta ver o que se passou em Portugal 75, só para rir (ver a diferença...) se não fosse dramática a nossa situação actual......

Anónimo disse...


O prontos... é porque estamos prontos a saber que ele é assim.... o que às vezes faz pena porque se aprende muito aqui. Principalmnte como se passou tudo neste país de há 40 anos para cá.

António Pedro Pereira disse...

Ontem comprei vários Prontos limpa móveis cá para casa.
Mas sem aspas (não me refiro, portanto, ao «prontos» do senhor embaixador, devidamente enquadrado pelas ditas).

Anónimo disse...

Este blog está a ficar divertido. A correcção do prontos até pareceu aqueles comentários numa sessão de defesa de uma tese de doutoramento, na qual ninguém do júri sabe nada e então começam a perguntar: o senhor porque colocou esta virgula no parágrafo segundo, na linha quatro, da página 809, do 4º volume? Enfim.... É o que há.

Anónimo disse...

Só para lembrar que a chamada hora de inverno é a que mais se aproxima da hora solar; a chamada hora de verão está uma hora mais afastada da hora solar.

António Pedro Pereira disse...

Teses de doutoramento com, pelo menos, 4 volumes, e em que o 4.º volume tem, pelo menos, 809 páginas, como indica o Anónimo (como eu adoro este nome com que baptizaram tantos Portugueses), é absolutamente do reino da ignorância sobre os meandros académicos e as suas regras.
Tanto mais que nos regemos há anos pelo Acordo de Bolonha nesta matéria.
Enfim, é o que há em matéria de comentadores.

Anónimo disse...

Um embaixador em tão más companhias quanto a posição que defendia.

Anónimo disse...

Ó Silva, O anónimo há-de ter dado com teses daquelas. Não imagino de onde se discorre que está a falar do pós-Bolonha - Ou acha o Silva que o antes se acabou e que nunca foi feito? Ou só somos capazes de imaginar com o presente?

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