quarta-feira, maio 25, 2016

Portos


A escolha de Lídia Sequeira para dirigir o porto de Lisboa foi uma excelente decisão. A gestora, que já fez uma obra notável no porto de Sines, é um nome de qualidade indiscutível, que merece toda a confiança. Conheci-a, há três anos, num trabalho conjunto e deixou-me a melhor impressão em matéria de competência.

Porém, e para além disso, a tensão em torno da greve dos estivadores introduz alguma dificuldade na conjugação de apoios que sustenta o governo. Num contexto diferente, o executivo estaria de mãos mais livres para promover soluções duras e confrontacionais, à altura daquilo que os estivadores necessitariam, tendo em conta os elevados custos do seu boicote à economia nacional. Nas atuais circunstâncias, embora o PCP não tenha ilusões de que o governo venha alguma vez a alinhar com o seu seguidismo face aos sindicatos, é óbvio que António Costa não tem as mãos completamente livres para uma intervenção musculada no conflito. E é pena! É esse o preço inevitável da "geringonça"...

13 comentários:

Luís Lavoura disse...

Questiono, o que sabe o Francisco sobre aquilo que os estivadores pretendem, e aquilo que os seus patrões pretendem, para desta forma tomar tão claramente partido a favor dos segundos e contra os primeiros?
Eu o que sei é que os estivadores apenas se recusam a trabalhar horas extraordinárias, bem como a trabahar aos domingos e aos feriados. A mim parece-me que isso são direitos de todo e qualquer trabalhador. Que raio de profissão é essa que exige que os trabalhadores façam sistematicamente horas extraordinárias, domingos e feriados para que o trabalho fique feito? Que raio de organização do trabalho é essa, que depende do trabalho fora de horas para que tudo fique feito?

Se o Francisco sabe algo sobre as reivindicações dos estivadores, e sobre as reivindicações dos seus patrões, que lhe permita, e nos permita, perceber bem a justeza de cada parte, por favor explique-nos.

Anónimo disse...

Seixas da Costa não faz a mínima ideia do que os estivadores querem.

Tanto quanto a comunciação social não diz,

Querem impedir novas contratações ao abrigo de contratos individuais de trabalho, que façam perder direitos.

Assim, fizeram durante muito tempo greve às horas extraordinárias, enquanto os patrões recusavam contratar colectivamente gente que ocupasse os horários dessas hors necessárias.

Ou seja, prejudicavam o país por cumprir o horário de trabalho, recusando trabalhar além das horas previstas - trabalho que existia, mas que os operadores portuários recusavam ocupar contratando gente para trabalhar nesses horários.

Informe-se antes de se colar às Cristas e aos Passos Coelhos.

Manuel do Edmundo-Filho disse...

O Luis Lavoura sabe muito bem o que quer o sindicato:
1)quer o monopólio de todo o trabalho da área portuária (o que não acontece nos outros portos)encerrando-se a empresa PORLIS.
2)Quer progressões automáticas na carreira
Nós também sabemos o que quer o Luis Lavoura: tudo quanto possa destabelizar a "geringonça".

Não sou fã desta. Embora seja intocável a sua legitimidade democrática, coisa que a "caranguejola" nunca aceitou, o que levou muita boa gente, como eu, a preconizar esta solução só para mostrar à direita que o jogo democrático tem regras e uma delas é da maioria que se forma no parlamento.

Acho, no entanto, que o preço a pagar pela "geringonça" está a ser, em minha opinião, demasiado alto: o revigoramento do sindicalismo radical da CGTP (transportes, fenprof, enfermeiros) e, em consequência, do PCP (que tantos males e prejuízos já causou ao país,) que estava visivelmente em declínio e que a privatização dos transportes (revertida pela "geringonça") daria a estucada final e representaria um saudável definhamento do PCP (e foi por essa razão que este se apressou a viabilizar oum Governo Costa)e, por último, a consolidação do Bloco, um partido cujos radicalismo fracturante eu e uma boa parte do país dispensa.

Ai Costa! Costa! Estás metido numa camisa-de-onze-varas!

Anónimo disse...

O que edmundo oculta e que a porlis foi criada pelos operadores para ter estivadores nas condições de precariedade que eles exigem aos que estão em greve. Papagaios que defendem o trabalho sem direitos e o quebrar a espinha a quem os quer ter. Pior,

Anónimo disse...

lamento dizer-lhe mas não domina o assunto minimamente para poder escrever o que escreveu.
Insto-o a informar~se primeiro, não é fácil, pelo menos não através dos jornais, mas é possível...
Já agora, poderia informar-nos de qual é a fonte original ou o estudo dos ditos custos para a economia do país? não vale repetir o que outros, sem fontes, dizem.
Bom trabalho e obrigado pela atenção.
P.s. quando quiser escrever sobre a concessão atribuída à Mota engil, por 30 anos!!!do porto de Lisboa e agora vendido a uma empresa Turca, grande defensora dos interesses nacionais...pela actual ministra.
MM

Manuel do Edmundo-Filho disse...

O que eu sei é que essa empresa labora nos termos da lei, ou não? E que nos outros portos há igualmente outras empresas a laborar, ou não? A competição e uma maior oferta (dentro das regras estabelicidas), não faz mal a ninguém.

A JOGATANA disse...

O Costa arranjou-a bonita.

Sem programa de governo o PS tem que se entender como as prioridades da tripeça.

Pior que os estivadores agora é a prioridade da mudança de sexo aos 16 anos.

Ainda se ao menos fosse aos 17...!

Ai-costa-costa! que lentes que me arranjaste, só vejo malandragem à minha frente!

Anónimo disse...

Lá está, o que Edmundo lamenta a António Costa é não poder reestabelecer a velhinha Praça de Jorna - coisa que até o Professor Lavoura rejeita.

Também Passos Coelho e Portas reduziram salários e direitos laborais pela lei, de modo a tornar-nos competitivos com a China e com a Índia. Há oitenta anos também havia uma lei que impedia férias, quanto mais férias pagas. Antes houve outra que permitia o trabalho escravo - o supra-sumo da competitividade. Também a lei permite que Luis Albuquerque seja não sei o quê em empresas financeiras depois de ser ministra das finanças.

Para que todos percebam. Havia uma empresa de embaixadores, com salários, direitos, carreiras. O dono não gostava e criava outra ao lado, para fazer a mesma coisa, paga à tarefa e sem direitos e não voltava a admitir ninguém para a primeira empresa. E a primeira empresa ficava-se, que não era nada com ela, que os direitos dos que estavam já serviam muito bem. Até aqui já li remoques aos embaixadores políticos, por falta de adequação ao tipo de serviço exigido...

Luís Lavoura disse...

Manuel Edmundo,

essa empresa labora nos termos da lei

Isso é irrelevante. Se a lei fôr iníqua, se a lei fôr contrária ao bem-estar dos trabalhadores e das suas famílias, então o facto de empresas laborarem de acordo com a lei não as torna necessariamente boas.

A mim não me interessa se a empresa labora nos termos da lei ou não, interessa-me se ela oferece condições de trabalho condignas e justas a todos os trabalhadores ou não.

Luís Lavoura disse...

Manuel Edmundo

sabemos o que quer o Luis Lavoura: tudo quanto possa destabelizar a "geringonça"

Julga saber mas não sabe e diz falsidades. A minha posição é a mesma que a de Marcelo Rebelo de Sousa: que o governo tenha muito sucesso é o que eu desejo. Embora não tenha votado em nenhum dos partidos que o sustentam.

Anónimo disse...

A iníqua greve dos estivadores do Porto de Lisboa é inaceitável e só está a fazer mal a Portugal.

O Governo já deveria ter imposto uma requisição civil, pois esta gente não pode fazer o que está a fazer.

Para a semana vão ser despedidas mais de 200 pessoas, por culpa dos próprios estivadores e dos sindicatos. Já vão tarde.

Anónimo disse...

Fala-se muito de cor, como se vê no post, nos comentários de Manuel Edmundo, ou do anónimo das 26 de maio de 2016 às 21:45.

Informem-se em para verem o que está em causa.

http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.pt/2016/05/estivadores-informacao-necessaria.html
e em http://ladroesdebicicletas.blogspot.pt/2016/05/o-minimo-que-podemos-fazer.html

Já que com os jornais não se chega lá. Triste é quando alguns preferem estar ao lado da praça de jorna, das Cristas e dos coelhos, em vez do trabalho com direitos.

Septuagenário disse...

Estamos num país e num Continente em que é fácil formar doutores, difícil é formar estivadores.

Mas que situações e em que buraco está metida a Europa!

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...