terça-feira, agosto 06, 2013

Concertação

Acho cada vez mais curiosas as reuniões entre o secretário de Estado da Administração Pública e os sindicatos. E, confesso, interrogo-me para que servem.

Se aquilo que o governo tem a "propor" são apenas cortes e redução de direitos, que sentido tem estar a chamar as estruturas sindicais para com elas ter um "diálogo"? Que diálogo? Passa pela cabeça de alguém que um sindicato vá estar de acordo com cortes nos salários ou nas pensões ou esteja disposto a aceitar reduções de direitos laborais ou despedimentos, qualquer que seja o eufemismo lexical de que estes venham travestidos? E o que vão ali fazer os sindicatos quando, no final, o governo imporá sempre aquilo que quiser, independentemente do parceiro no "diálogo"?

Posso ser eu que estou a ver mal as coisas, mas isto parece-me mais um jogo de "faz-de-conta".

15 comentários:

Helena Oneto disse...

Mas tem duvida(s), Senhor Embaixador?

Anónimo disse...

Mas agora, temos o vice em primeiro, e como ele é o grande defensor dos reformados, já não haverá cortes, podemos dormir descansados!
Apetece-me gritar,gente reles!...

Anónimo disse...

Fiz descontos para a caixa geral de aposentações durante quarenta anos.

Onde está o dinheiro?

Como diria o poeta, "está no estrangeiro, está no estrangeiro"...

Se os sindicatos querem ganhar alguma credibilidade retirem-se destas pseudo negociações.

Guilherme.

Anónimo disse...

Não, não é faz de conta. O governo presta-se a esta cena a fim de mostrar que “está cheio de boa vontade” e que, se as coisas “falharem”, a culpa é dos sindicatos. É uma estratégia maquiavélica, de má fé, inqualificável, que só vem revelar que tipo de governo nós temos hoje em dia. Um governo que despreza, em absoluto, qualquer diálogo social, qualquer concertação social. Isto é gente que não deveria existir.
O Helder Rosalino é o homem de mão dos MF, antes Gaspar, agora a Albuquerque e, acima de tudo, do PM.
O que muita gente, por estranho que pareça, não se dá conta, ou tão só nem quer saber, é que o governo, em momento nenhum, quer com estas negociações, quer com outras, está-se completamente nas tintas para o que possam dizer os sindicatos (por vezes mesmo as entidades patronais). Como é, em princípio, “obrigado” a consultar os sindicatos, numa “tentativa de concertação com os parceiros sociais”, senta-se com os mesmos e diz-lhes: “isto é o que temos para vos impor. Aceitam, ou não? Se não, impomos e ponto! Ok?”
Vivemos hoje momentos muito preocupantes. Com um governo sem respeito por quem trabalha, com um ódio aos funcionários do Estado (como se pudesse existir Estado sem esses mesmos funcionários), aos pensionistas, reformados, pequenos e médios empresários, etc.
Mas, pronto a resgatar os crimosos da banca individada!
a)Boa-Noite!

EGR disse...



Senhor Embaixador: é caso para dizer que, infelizmente, V. Exa não está a ver mal; está a ver mesmo muito bem.
Ocorre-me sempre a mesma pergunta: até quando esta gente vai continuar a brincar com os portugueses(aos que não usam emblema na lapela com a bandeira nacional)mas sim aos outros milhões que sofrem as consequências dos comportamentos deste grupo de irrevogáveis incompetentes,amantes do "Execel", autores de declarações que revelam "inconsistências problemáticas"-Pedro Lomba "dixit"-
etc. etc.
E a pergunta seguinte é: quem os derruba? ou será uma fatalidade continuar a aguenta-los?

Anónimo disse...

A questão é esta: a falta de audição dos sindicatos é formalmente inconstitucional. Não fora isso nem se davam ao incómodo de fazer de conta que têm postura negocial.
O papel dos sindicatos é ir e denunciar lá dentro e cá fora, com paciência e perseverança, as manobras do bando que está a destruir pedra por pedra o país que se deixou enganar.
E. Dias

opjj disse...

Caríssimo, tanto comentário a despropósito. O DINHEIRO! qé dele?
Quase tudo é pago com o dinheiro dos outros, salários,pensões etc, etc,
Exemplo:Fui fazer visitas a vários hospitais, o pobre com pensões baixas está isento.Uma operação no hosp. da Luz custava 20.000 € no SNS custa '0' ao utente.Quem paga?
A máquina em 24 horas;médicos enfermeiros, limpezas,cozinha,sala operações,administrativos, maquinaria(electricistas, mecânicos, técnicos de ar,comida, analistas,análises(algumas custam 500€)materiais, etc,etc. Na verdade o pobre está isento, mas alguém paga os custos.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Não concordo mesmo nada. E até estranho que esse cepticismo venha de um diplomata com tanta experiência. O que é a diplomacia senão uma concertação internacional?

A chamada concertação social é um mecanismo útil para as confederações de patrões e trabalhadores conhecerem os planos do governo e as posições dos outros parceiros, pedirem mais informações, discutirem as medidas, mostrarem o seu acordo ou desacordo e até minorarem alguns danos. É um mecanismo proveitoso para o governo exactamente pelos mesmos motivos, ainda que se preste também a manobras de manipulação e propaganda - aliás sempre denunciadas. Mesmo que não haja cedências nem acordos, a instituição é sempre útil para as três partes. De resto, quando os sindicatos não são consultados, são os primeiros a protestar. E se houver um acordo e o governo não o cumprir, os sindicatos têm muito mais legitimidade para ir para a greve.

Anónimo disse...

Os sindicatos devem ser informados do que se está obrigado a fazer, tal como os outros parceiros sociais, para ultrapassar esta situação de falência do Estado. É importante que percebam bem isto. Mas nada os impede de não estarem de acordo e espalharem a revolta. A escolha é deles.

Guerra disse...

Boa tarde Sr. Embaixador,

Lembro-me que alguém terá escrito sobre este assunto ( Funcionários públicos, aposentados e outros)que se recordava do anuncio na TV do totobola " É fácil, é barato, dá milhões". É de facto assim que o poder tem tratado estas pessoas há pares de anos. Lembro também o que Sartre escreveu sobre os "bandalhos", muito embora a minha cultura esteja uns pontos abaixo da "cultura de almanaque".
É verdade que muitos dos políticos que estão no poder e outros que o pretendem são pessoas sem vergonha com comportamento desprezivel.

Cumprimentos cá da Bila

Anónimo disse...

Sindicatos! Manifestações! Isso é só burocracia. É o faz de conta... Enquanto a maioria estiver lá no que é chamado assembleia, o que é que nós poderemos esperar? "comer e calar"...

Anónimo disse...

carissimo opjj

quem paga é quem foge ao fisco
é a pequena cultura de corrupcao e amiguismo que teem demasiados portugueses.
(claro que os sindicatos sao so virtudes...)
um presidente de camara faz 800 rotundas numa terra com 80 pessoas, quem é condenado?
o bpn quem paga?

o pobre esta isento? o meu caro julga que as pessoas sao pobres porque que querem?

e se puder seja um pouco mais moderado a falar de pobres.



bh





opjj disse...

Permita V.Exª q responda ao anónimo acima.
Ninguém falou contra os pobres (até sei o q isso é). É favor ler o texto sem deturpação! Tudo o q digo ou escrevo é com conhecimento de causa.
Repito; um Hospital é uma máquina complexa e q consome grandes recursos e os pobres estão isentos.
Agradecido

patricio branco disse...

pura hipocrisia, portanto, e má qualidade do dialogo democratico, de parte duma das partes...

Anónimo disse...

Tudo isto começou há já uns bons anos. As pessoas continuam a ser trocadas por qualquer coisa. Até quando? A história faz-se de constantes clássicas e barrocas alternadamente. Ultimamente não tem havido alternância que promova um equilíbrio geracional. Cá por mim, já não percebo bem o que se passa de verdade. Acho que não nos dizem tudo. Isto é tema para um novo Samuel Beckett!

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