A Volta à França iniciou ontem a sua centésima
edição. Aquilo que devia ser um momento de feliz comemoração de uma data
histórica, hoje mais não é senão um tempo de dúvida e suspeita, fruto da
inapagável sombra introduzida pela confirmação, a um ritmo incessante, dos
casos de "doping" ocorridos no passado. A "contabilidade"
de vitórias do "Tour" já praticamente se perdeu, tantas são as
eliminações retroativas entretanto ocorridas. A entrevista dada ontem por Lance
Armstrong ao "Le Monde", na qual afirma que ninguém ganha um
"Tour de France" sem recorrer a meios ilegais de ajuda química, dá
bem a medida do nível de credibilidade a que esta modalidade chegou. É o diabo!
O "Libération" trazia a
resposta de um velho "routier" do "Tour", quando perguntado
sobre quem é o favorito da prova deste ano: "Daqui a quinze anos logo
saberemos..."
4 comentários:
De facto que tempos estamos a viver. Que revelações.... que dúvidas vamos passar a ter sobre o que nos dizem passar-se nestes países. Que grandes doses de propaganda recebemos durante tantos anos.... Enfim.
É um fenómeno que dá que pensar.
Quase fenómeno coletivo nas equipas de ciclismo onde o impulso vital para ganhar justifica
o recurso a substâncias acordadas como ilicitas.
Agora nas campanhas eleitorais mais concretamente na corrida ao poder, por analogia, deveria calcular-se "o nivel de doping" que os candidatos injetam levianamente nas promessas, submetendo-os à máquina da verdade e da exequibilidade...
Pena que neste contexto não se consiga obter resultados através de uma objetiva e fidedigna análise à urina...
Também aqui predizer os preferidos como prognóstico, só a curto prazo ou seja no fim do 1º mandato...
O branco é branco porque se convencionou que assim fosse. Passa-se o mesmo com o preto, com o vermelho e com todas as cores. Mas as palavras só dão o sentido às coisas quando todos respeitam as mesmas regras... Quando o branco é branco e é preto; ou ora é branco ora é preto, ninguém se entende e chegamos a esta triste realidade de perda de confiança geral: No ciclismo como na bola; na politica como na banca; no empresariado como como no sindicalismo e começa a afetar, também, as pequenas células empresariais e associativas...
Neste desastre é o salve-se quem puder. Mas todos sabem que na lei da selva há muitos que não têm hipótese...
José Barros
E o diabo subiu às alturas!
Será de desejar que não incomode o helicóptero que nos dá bonitas filmagens das regiões de França.
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