terça-feira, junho 04, 2013

A via farmacêutica para o socialismo

"Há aqui uma única preocupacão que é a sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde a todo o custo, apontando todas as baterias para o setor privado, quando, em tudo quanto é de responsabilidade de gestão do Ministério da Saúde, não há dúvidas que aí é muito permissivo" (...) "O que se passa é que muitas vezes o setor privado tem medo e não enfrenta o Estado".

Quem disse isto hoje numa entrevista ao "Diário de Notícias"? Algum conservador radical desiludido com o facto do Governo não estar a ir suficientemente para "além da troika"?

Não! O candidato do PS à Camara Municipal de Cascais!

Em tempo: também no "Diário de Notícias", mas de 5 de junho, vem publicado o seguinte: "O secretário de Estado adjunto da Saúde, Leal da Costa, disse ontem que Portugal vai precisar de um Serviço Nacional de Saúde "eminentemente público", "por muitos e longos anos". É muito interessante contrastar esta declaração de um político de um governo conservador com a posição de um candidato autárquico do PS.

9 comentários:

Helena Sacadura Cabral disse...

Está, logicamente, a defender o interesse das farmácias que é, também, o dele...
Estes rapazes vêm sempre muito longe. E o Dr Cordeiro já está a antecipar o resultado das autárquicas!

Alcipe disse...

Inacreditável!

zpf disse...

A candidatura de João Cordeiro à Câmara de Cascais enferma de vários males - muitos mesmos... A sorte para os que somos cascalenses é que esse monumental erro de "casting" e - diga-se de passagem - essa brutal falta de respeito por um passado bem recente do próprio Partido Socialista, vai desaguar num enorme fracasso eleitoral. E aí o dr. Cordeiro poderá então dedicar-se de alma e coração à sua ANF e a aviar receitas ao balcão das suas farmácias.

Zé Paulo Fafe

Ana Matos Pires disse...

Coerente, a incoerência é de quem o escolheu

Anónimo disse...

Eu sou do Norte. Mas é por essas e por outras que as pessoas perdem o Norte!
José Barros

Anónimo disse...

Este cordeiro é pior que cabra velha, nem para chanfana dá.
O PS com este menu não vai longe!

Anónimo disse...

No final de um livro do Orwell há uma cena em que se confude uns com outros .....

O sistema nacional de saúde é, mais que uma conquista, uma necessidade da e para a existência de um Estado Moderno.

N371111

EGR disse...

Senhor Embaixador: há escolhas que, para não dizer mais, são totalmente incompreensíveis e representam um branqueamento dum passado bem recente que deixa indignado.

João Cordeiro disse...

Caro Francisco Seixas da Costa, permita-me partilhar algumas reflexões no seguimento do seu post.

Defender o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não passa por fazer manifestações, greves e gritar alto e bom som que se é a favor do SNS. Na minha opinião, defender o SNS é, sobretudo, rigor, exigência, qualidade e avaliação.

Defender o SNS é cumprir orçamentos, ser exigente junto do poder político para que esses orçamentos sejam realistas e não documentos de ficção, de forma a permitir sempre que haja desvios exista a responsabilização dos gestores, não só responsabilização política mas também pessoal.

Para mim o centro e a razão de existir do SNS são os doentes. São os Portugueses. Independentemente do SNS ser prestado por unidades privadas, por parcerias público-privadas ou hospitais públicos.

Defendo o mesmo rigor de avaliação, qualquer que seja o sistema em que a unidade se encontre integrada no SNS.

Não acredito num SNS em que os funcionários dizem defendê-lo mas que depois esses mesmos funcionários têm como sistema de saúde a ADSE. Não acredito num SNS que não seja capaz de identificar os abusos e de tomar decisões inadiáveis.

Acredito num SNS em que o doente tenha o poder de escolher a unidade de prestação dos seus cuidados e num sistema que esteja disponível para assumir responsabilidades na gestão dos problemas de saúde.

Junto em anexo alguma documentação que veio publicada na comunicação social relativamente ao Fórum Saúde organizado sob a égide do Diário Económico. Contém algumas intervenções de pessoas que conhecem os problemas, que os viveram e que julgo será importante uma leitura atenta que sirva de meditação.

http://economico.sapo.pt/noticias/reforma-do-sns-passa-pela-liberdade-de-escolha-dos-doentes_170798.html

A solução do problema n.º 1 do SNS é libertar-se das ideologias e centrar-se apenas nos interesses dos doentes.

P.S. Posso garantir-lhe que não levantei um dedo para ser convidado para candidato do Partido Socialista à Câmara Municipal de Cascais. Julgo também que se tivesse lido as minhas posições sobre esta matéria não teria nenhuma surpresa. Acrescento ainda que o PS ao convidar-me não pediu qualquer mudança na minha forma de pensar e de agir. Porque se o tivesse feito, obviamente não aceitaria este desafio.


Com os melhores cumprimentos,
João Cordeiro

Agostinho Jardim Gonçalves

Recordo-o muitas vezes a sorrir. Conheci-o no final dos anos 80, quando era a alma da Oikos, a organização não-governamental que tinha uma e...