Janus é um deus romano com duas faces - que olham simultaneamente para a frente e para trás. Desde há dezasseis anos, sem falhas, o Observatório de Relações Exteriores da Universidade Autónoma (até ao ano passado em associação com o "Público) edita um anuário a que dá o nome de "Janus" (podem aqui ser consultadas todas as versões informáticas dos anuários de 1996 a 2012). É um trabalho sempre de grande interesse, onde se inserem análises sobre a conjuntura e as grandes questões internacionais, bem como sobre a política externa portuguesa. Tal como em alguns anos passados, também eu colaborei na edição de 2013 do "Janus" (com este texto), a qual teve como temática central "As incertezas da Europa".
Há dias, num fim de tarde, na FNAC do Chiado, a convite do professor Luis Moita, fui convidado a fazer a apresentação do número do "Janus" correspondente a 2013. Na minha intervenção, para além de destacar alguns dos principais textos inseridos no anuário, notei o facto de nele ser inserido um interessante - e julgo que inédito - conjunto de estudos sobre as Forças armadas nos PALOP.
Aproveitei o ensejo, seguindo um pouco alguns dos textos publicados mas dando também algumas sugestões para futuras edições, para fazer um greve bosquejo das grandes linhas da política externa portuguesa, procurando detetar continuidades mas também certas inflexões conjunturais, fruto dos tempos e de algumas decisões menos felizes.
Recomendo vivamente a leitura do "Janus" 2013, agora com uma dimensão mais "friendly", a qual, contudo, não afetou a originalidade gráfica que é a sua imagem de marca. E, para os cultores de relações internacionais, aconselho também uma visita ao boletim bilingue janus.net - e-journal of International Relations, de cujo Conselho consultivo me orgulho de fazer parte desde a sua criação, em 2010.
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