quarta-feira, julho 06, 2011

Para a Maria José

E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
Da emoção que a hora tece.

Fernando Pessoa

11 comentários:

margarida disse...

Secundo...

Helena Oneto disse...

Lindo!

Rui Franco disse...

Maldito cancro está a transformar-se na nova "peste negra". Já se perde a conta à quantidade de gente de valor ceifada por ele...

Anónimo disse...

"E a lembrança é que entristece,"FernandoPessoa citado por FSC

Sem dúvida
Mas enaltece, e fica,também.
Isabel seixas

Jose Martins disse...

A morte da jovem senhora que muito a vida esperaria dela

Helena Sacadura Cabral disse...

Uma voz polémica que jamais cedeu naquilo que considerava essencial. Nem sempre concordei com as posições que tomou, mas guardo um enorme respeito por ela enquanto Mulher profissional e practicante de um catolicismo vivido de forma humana.
Sugiro que leiam a sua última crónica de hoje no Diário de Noticias. Exemplar!

Jose Tomaz Mello Breyner disse...

Excerto de uma carta lida ontem pelo Jaime e que a Zézinha deixou para ser publicada no DN.

(...) Nas fraquezas e limites da condição humana, tentei travar esse bom combate de que fala o a´postolo Paulo. E guardei a Fé.
Tem sido bom viver estes tempos felizes e dificeis, porque uma vida boa não é uma boa vida. Estou agora num combate mais pessoal , contra um inimigo subtil, silencioso, traiçoeiro. Neste combate conto com a ciência dos homens, e com a Graça de Deus, Pai de nós todos para não ter medo.E também com a Familia e com os amigos. Esperando o pior, mas confiando no melhor.
Seja qual fôr o desfecho, como o Senhor é meu Pastor, nada me faltará.

Perante esta enorme Fé sinto-me MUITO Pequenino.

Anónimo disse...

Uma homenagem muito bonita!

Isabel BP

Anónimo disse...

Uma boa Amiga; mais uma...

Anónimo disse...

A minha velha senhora, impossível de rezingona chata e impertinente, diz ter adorado a citação mas insiste em que peça a publicação do poema na íntegra, em homenagem ao Poeta e proveito de todos:

Vaga, no azul amplo solta,
Vai uma nuvem errando.
O meu passado não volta.
Não é o que estou chorando.

O que choro é diferente.
Entra mais na alma da alma.
Mas como, no céu sem gente,
A nuvem flutua calma,

E isto lembra uma tristeza
E a lembrança é que entristece,
Dou à saudade a riqueza
De emoção que a hora tece.

Mas, em verdade, o que chora
Na minha amarga ansiedade
Mais alto que a nuvem mora,
Está para além da saudade.

Não sei o que é nem consinto
À alma que o saiba bem.
Visto da dor com que minto
Dor que a minha alma tem.

Fernando Pessoa, 29-3-1931

Anónimo disse...

Sempre soube que a minha velha amiga é sensível.
Isabel Seixas

25 de novembro