"O senhor chama-se Costa? Um português com o nome de Costa acaba de ganhar a etapa do "tour" - ouvi do empregado de balcão, ao registar-me num hotel de Rouen, ao final da tarde de ontem. Ganhou um sorriso meu, do tamanho do mundo.
É muito bom ser testemunha privilegiada dos êxitos de portugueses em França.
28 comentários:
Não lhe querendo tirar o sorriso, esse Costa não fala português...foi entrevistado e falou em Espanhol!
:)
É português... mas falou em espanhol numa entrevista que deu à televisão após a vitória. Talvez seja um «complemento» àquela «brilhante» campanha do turismo nacional em Espanha, «Conquista el Alentejo», em que não falta uma bandeira vermelha e amarela na paisagem lusa.
Pois e também ter Costa.
Isabel seixas
Rui Costa falou em espanhol, como tinha de falar. A sua equipa, a Movistar, é espanhola e os jornalistas que o estavam a entrevistar eram de orgãos de informação espanhóis. Alguém estranha que Mourinho fale em espanhol nas conferências de imprensa em Madrid?
Caro embaixador,
Lá voltamos ao mesmo de sempre, sem ofensa – longe de mim, conhecendo-o – como no “antigamente”, aquilo que se tende a realçar é o raio do Futebol e do Ciclismo, este quando chega o Verão (ou seja, a Volta a França e a de Portugal) e depois o Atletismo - de quando em quando. Nada mais. Outros Desportos pouco contam. Para si e outros. Como o Automobilismo. O Embaixador, já que fala neste ciclista, não teve uma palavra sobre o Pedro Lamy, um dos nossos melhores “volantes”, que terminou em 2º lugar nas 24 Horas de Le Mann, recentemente, e por um das mais pequenas margens de diferença, na História daquela competição! O mesmo para com o nosso jovem, apenas 16 anos, Miguel Oliveira, no Motociclismo, que, aos poucos lá vai singrando, no Mndial de Moto GP 125. O Embaixador, a exemplo de muitos outros, prefere optar pelos desportos chamados populares. Pena, pois no caso de Lamy, para quem está sempre “atento” no que se passa aí em França, fiquei à espera de uma palavrinha sobre o nosso excelente Lamy. Que não veio. Que já não tinha vindo antes. Enfim, como sempre, o que conta é o Futebol,o ano inteiro e Ciclismo no Verão! Lamentável.
P.Rufino
Por acaso... eu ainda estranho. José António Camacho e Quique Flores nunca deixaram de falar espanhol nas entrevistas e nas conferências de imprensa do Benfica.
Infelizmente, senhor embaixador, no nosso país arruinado, as nossas televisões têm dinheiro e correspondentes para irem ao Mónaco aos casamentos, aos escândalos do DSK a Nova Iorque e a Paris, ao Benfica a jogar com uma coisa qualquer na Suiça, aos pseudo-julgamentos do Vale e Azevedo a Londres, ou sei lá aonde, mas não têm para a volta à França... aqui, no Tour, teriam adiantado certamente qualquer coisa, ao menos punham o Costa, se calhar, a falar português! Em Nova Iorque com o DSK, ou em Paris, com enviados especiais nas duas cidades, na mesma altura, por causa do DSK, não sei se adiantaram algo, a não ser despesa e mais défice, para além das autoestradas onde ninguém circula e um aroporto em Beja para um voo por semana... é assim a nossa triste terrinha...
Sr. Embaixador, e porque razão os hispânicos vivendo em Portugal não falam Português? Quantos dos jogadores do Benfica, Porto e Sporting se dão ao mínimo esforço para falar a nossa língua (e ganhando ordenados milionários...)? Parece-me que nascemos já com uma espécie de hierarquia: nós, claro, estamos por baixo...
Também temos aquela "senhora" que é presidente de uma fundação portuguesa, foi casada 20 anos com um português, viveu em Portugal, era tradutora das obras do marido mas também se recusa a falar Português...
E também há o anónimo cidadão português que ainda hoje falava em Francês com o seu filho.
Eu já estava de dedo em riste para protestar. Eis senão quando o (Exmo.) dono do blog pôs os pontos nos is... uf! que alívio!
xg
Caro Paulo Rufino: este blogue, pela sua natureza, é "de luas". Fala daquilo a que o respetivo dono é sensível. E ele - desculpe lá! - está-se "borrifando" para os desportos motorizados. Porque não faz você um blogue... a gasolina?
Cara papoila,
Além de ts patética, a velha rimalhadeira é muito patrioteira e não aprecia críticas precipitadas aos nossos heróis (e a aproveita seja o que for para evocar, com raiva e saudade, outras coisas):
de velha cansada conselho dou gratuito
devagar regada mais viçosa é a rosa
papoila apressada curiosa goza
goza devagar se queres gozar muito.
A velha senhora que não aprecia precipitações precipitou-se. Diz ter-me dado uma rimadilhice que não está bem e que a versão correcta é assim:
devagar regada mais viçosa é a rosa
papoila apressada curiosa ai goza
mas goza devagar se queres gozar muito
de velha cansada conselho tens gratuito.
O que o Rufino quis dizer foi, simplesmente, que esperava que num blog apresentado como sendo de notas do embaixador nacional em França e o qual este usa para fazer público (e justo) alarde das suas atividades em prol do nosso Estado, houvesse igual atenção a todas as "conquistas" dos nossos desportistas em terras gaulesas. Ou seja, para ele (Rufino), este blog não é assim tão pessoal e, consequentemente, sujeito a luas.
Por acaso, em Le Mans, Pedro Lamy quase nem correu. Fez parte da equipa mas ficou "de castigo" a ver os colegas rolarem... Mas é um bom piloto, claro.
Cada vez que a minha Velha Amiga revela a sua performance perspicaz novinha em folha, referindo o seu tributo social, ténue sincero, tino sábio, suscita em mim todo um desejo de a imitar na sua dimensão grande de Simplesmente Maria(...)
Agora que nós Portugueses temos o Dom de falar todas as línguas ai isso é um dado adquirido e um poder, devemos é enaltece-lo, ora essa os espanhóis só não falam português porque não são capazes...
Isabel Seixas
Caro Octavio dos Santos como deve saber os nossos hermanos têm alguma incapacidade para adaptar as cordas vocais a outro idioma que não o de Cervantes. Por isso se Jose Antonio Camacho (que desculpe a minha ignorância mas nao faço a minima ideia quem é...) e Quique Flores falam em espanhol ao serviço de Portugal é certamente mais por ignorância do que por arrogância ; )
Por isso, o nosso Costa esta duplamente de parabéns porque para além de pedalar bem na bicicleta também "pedala" bem no castelhano.
Assina uma alentejana de origem andaluza que nem por isso se deixa conquistar : )
E caro Catinga, falo francês com os meus filhos quando estamos em presença de pessoas que nao percebem a lingua portuguesa...simplesmente por uma questao de educação. E para nao ouvir, como acontecia na maternelle os amiguinhos perguntarem-lhes : - "Porque é que a tua mãe está a falar inglês contigo ? " : ))
Cara Julia,
A questão do "eles não têm jeito para línguas" é uma confortável desculpa mas tão esfarrapada que dá para ver o que se esconde por trás: arrogância e pouca vontade de facilitar.
Se só conseguisse falar Inglês quem fosse capaz de imitar uma pronúncia "upper class", a língua inglesa nunca teria descolado. Não se confunda pronúncias com capacidade para aprender porque isso é coisa que não faz sentido e, permita-me que lho diga, é passar um atestado de imbecilidade àqueles a quem tentamos convencer.
Aliás, o seu argumento cai por terra quando se pensa na quantidade de Americanos que aprendem Castelhano. Passaram os anglófonos a possuir uma particular adaptação das cordas vocais?
Histórias... histórias mil vezes repetidas até que toda a gente acredite nelas (e os vizinhos a lucrarem).
(já agora, o Quique Flores até tentava falar português... mas era só quando o jogo corria bem)
Quanto às crianças, o caso que referi era, simplesmente, de um pai falando com o filho e explicando-lhe o que era a Festa dos Tabuleiros. Cheio de orgulho nas suas tradições, explicava-as ao filho em "estrangeiro"...
A nossa identidade,a sua preservação, não se coadunam com "vergonhas", timidezes ou medo de comentários.
Já agora, diga-mo quem souber: o que ganhámos nós até agora com esta nossa abertura e capacidade linguísticas? É que isto não há meio de descolar!
Oh Júlia, gostei tanto do seu comentário.
Tenho a perceção de que cada situação é uma situação, mas que a maioria dos Portugueses não fala melhor Português porque não teve possibilidade de o aperfeiçoar em tempo e local oportuno pela necessidade premente de ir trabalhar para fora do seu País tendendo a socorrer-se, numa tentativa de melhor comunicar, de expressões de sotaques"bilingues" como recurso.
Isabel Seixas
Um blogue a gasolina, ao preço a que está, era capaz de sair caro!
Talvez a álcool, ou movido a electricidade, saia mais em conta! Mas, primeiro vou tirar umas férias e pensar no assunto.
Deixaria todavia claro que nunca pretendi impor quaisquer alterações ao estilo do Blogue traduzido nos Post aqui publicados (seria patético e inoportuno). Parti do princípio de que um Blogue, sendo um espaço aberto e público, ainda que virtual, se poderia comentar e até criticar, naturalmente sempre com educação. Tão só.
Cordialidade!
P.Rufino
PS: quanto ao Lamy, “rolou”, só que, como é habitual nestas competições, teve de repartir o volante com outros, daí talvez ficasse a ideia de um menor participação. Que tanto quanto pude ler nas publicações da especialidade, não terá, julgo, sucedido.
A propósito de falar ou não a língua do país onde se trabalha, particularmente no caso dos desportistas, acabo de ler que o actual treinador do Chelsea, André Villas-Boas, também conhecido por André Libras-Boas, acaba de determinar que a língua utilizada para comunicação entre os elementos da equipa deve ser, obrigatoriamente, o inglês.
Curiosamente, não me recordo de ter tomado igual medida relativamente à selecção hispano-americana que treinou no F.C. Porto na época passada.
Por este andar, qualquer dia o autor deste blogue ainda me obriga a escrever os comentários no novo dialecto luso-brasileiro.
Carlos Fonseca
P.S. (para o comentador P. Rufino) - O Lamy repartiu o volante com os companheiros, mas pouco. Não estando a dar o mesmo rendimento que os outros, a direcção da equipa dispensou-o de conduzir, sensivelmente a meio da prova, passando a repartição da condução a ser feita a dois.
O Alturense começou muito bem e, no fim, estatelou-se à grande com aquela do dialecto "luso-brasileiro".
Depois, passa-se a ideia de que as pessoas que se preocupam com estas coisas da língua são uns velhos do Restelo ressabiados. E não são (todos...).
Escrevia Francisco Rodrigues Lobo, em 1619, sobre a Língua Portuguesa
(...) É branda para deleitar, grave para engrandecer, eficaz para mover, doce para pronunciar, breve para resolver e acomodada às matérias mais importantes da prática e escritura.
Para falar, é engraçada, com um modo senhoril; para cantar, é suave, com um certo sentimento que favorece a música; para pregar , é substanciosa, com uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; para escrever cartas, nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que a limite; para histórias, nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias.
A pronunciação não obriga a ferir o céu da boca com aspereza, nem a arrancar as palavras com veemência do gargalo.
Escreve-se da maneira que se lê, e assim se fala.
Tem de todas as línguas o melhor: a pronunciação da latina, a origem da grega, a familiaridade da castelhana, a brandura da francesa, a elegância da italiana. Tem mais adágios e sentenças que todas as vulgares, em fé de sua antiguidade. E, se à língua hebreia, pela honestidade das palavras, chamaram santa, certo que não sei eu outra que tanto fuja de palavras claras em matéria descomposta, quanto a nossa. E, para que diga tudo, um só mal tem, e é que, pelo pouco que lhe querem seus naturais, a trazem mais remendada que capa de pedinte!"
Nem mais!
Senhor Embaixador:confesso que estou um pouco aturdido com a quantidade e diversidade dos comentários que desencadeou o texto acerca da vitória do Rui Costa,a que que assisti, e com a qual vibrei.
Que reacções tão vigorosas perante um facto de tão simples explicação!Mas,o que me agradou mais foi a transcrição das palavras de Francisco Rodrigues Lobo de cuja existencia já não me recordava.
Problema de quem fez História da Literatura já lá vão uns bons anos...
Regressando a Volta a França gostaria de deixar aqui uma nota de apreço pelos excelentes comentários de Marco Chagas na RTP,
a fazerem inveja a muito profissional da casa.
EGR
Pode não gostar de carros mas espero que goste de bons vinhos:
www.publico.pt/Local/moscatel-de-setubal-eleito-o-melhor-do-mundo_1502540
Bom-dia Catinga,
Eu nao disse "eles não têm jeito para línguas" eu propria aos 6 anos apenas falava espanhol ! E juro que apesar de nao lhe poder dar a verificar aqui a qualidade do meu português garanto-lhe que me adaptei com relativa facilidade : ) O que eu lhe quiz dizer é que a expressão : "ils parlent anglais comme une vache espagnole" estara certamente inspirada da reputação de que disfrutam os nossos vizinhos...
E depois, quando se fala uma lingua o sotaque também é necessario ser trabalhado, torna-se cansativo ouvir pessoas acentuar no sitio incorreco ou fazer inlexões de voz no sitio onde nao hesistem : (
Quando fala dos americanos que aprendem o castelhano refere-se certamente aos californianos...mas ai trata-se de uma questao de "sobrevivência" !!
Eu responderia à sua questao :
"Já agora, diga-mo quem souber: o que ganhámos nós até agora com esta nossa abertura e capacidade linguísticas?" com outra pergunta :
- "Onde estariamos nós senao tivessemos esta abertura e capacidade linguisticas ?" ; )
...muito provavelmente ja nao estavamos...
existem !!!
Ora aqui esta um dos problemas de se saltar de lingua para lingua...e de escrita para escrita...
Não sei, Júlia... talvez estivéssemos num sítio melhor, onde as pessoas têm orgulho no que é seu, batalham para exportar o que de melhor têm, influenciam o exterior, transmitem tendências, criam oportunidades e não se limitam a ser um povo-plasticina que se adapta a quaisquer mãos.
Catinga, completamente de acordo !
Até que enfim ! : )
(Pensa Catinga para com os seus botões)
Portugal talvez precise de um "Big Coach" nacional : )
Havia na minha juventude una canção que dizia "...tá na tua mão"
e como nós não somos um país de manetas, toca a trabalhar e a viver menos do look ; ) Por que as iludências aparudem : ))
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