domingo, maio 15, 2011

Choque

A França é, no dia de hoje, uma sociedade em estado de choque, pelos acontecimentos que envolvem Dominique Strauss-Kahn. 

Aquele que era a mais importante personalidade francesa investida de um cargo internacional, e que se sugeria como o potencial melhor candidato da oposição à eleição presidencial de 2012, entrou num ciclo de tragédia pessoal que, aconteça o que vier a acontecer, mudou já o curso da história política da França nos tempos mais próximos. 

Uma grande simpatia vai, neste momento, para a autora do homónimo blogue "Deux ou trois choses".

19 comentários:

Anónimo disse...

Mas que coisa!... coitada da senhora Strauss-Khan, que felizmente deixou de ser jornalista porque, caso contrário, teria de falar no seu blogue da prisão do diretor-geral do FMI que é, sem dúvida, o caso do dia no Mundo inteiro, como todos os jornais, tvs, rádios e blogues, incluindo este, espelham bem!

Rubi disse...

O poder, esse maldito...

Anónimo disse...

É com uma enorme tristeza que estou perante isto. Mas, os amigos nunca deixam de o ser.

Alcipe disse...

Não sabemos o que se passou e a presunção de inocência deve ser respeitada. Aguardemos o desenrolar do processo, a decisão do Procurador americano e os argumentos da defesa. Respeito pelo acusado! Mas é irresistível especular que talvez para alguma jurisprudência portuguesa o caso fosse claro : não pôde haver violação nenhuma, porque a rapariga não resistiu com força suficiente para impedir o acusado de sair do quarto!

Anónimo disse...

Mesmo se o ser humano é capaz de tudo, prudência por enquanto.

C.Falcao

Mônica disse...

Francisco.
Que noticia mais aborecida!
Estou com pena da moça!
com carinho Monica

margarida disse...

"sociedade em estado de choque"?
Mas, ao que parece, o cavalheiro em apreço já tinha antecedentes, apenas resolveram assobiar para o lado:

"Em 2008, Dominique Strauss-Kahn viu-se envolvido num outro escândalo sexual e foi mesmo obrigado a pedir desculpas públicas. Em 2008, o ex-ministro das finanças do Governo de Lionel Jospin teve que pedir desculpas públicas por ter mantido uma relação com uma subordinada no FMI, a economista húngara Pirosca Nagy. Na altura, o caso deu muito que falar porque foi o próprio marido de Piroska quem avançou com um processo contra Dominique Strauss-Kahn e pediu ao conselho de administração do Fundo que investigasse se a ligação era consentida pelos dois ou, pelo contrário, existia assédio por parte do chefe hierárquico. O inquérito interno concluiu que se tratava de uma ligação extra-conjugal aceite por ambos, mas Strauss-Khan, que esteve quase a ser demitido, foi obrigado a pedir desculpas a todos os funcionários por ter danificado a imagem de uma instituição credível e da qual fazem parte 185 países. O caso não foi explorado politicamente em França."
Vi aqui: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=93&did=155622

...et voilá. Desta vez foi na América e a camareira do hotel não consentiu.
"Tantas vezes o jarro vai à fonte, que um dia quebra"
Às vezes o poder tolda a razão e existe quem ache que por ser Y ou Z ou deter o cargo W ou X lhes confere se não sex-appeal, imunidade.
Nem sempre, como se viu.

anamar disse...

Tomei a liberdade de fazer link no meu blogue Mar à Vista.
Obrigada.
Boa semana
:))

Anónimo disse...

"Às vezes o poder tolda a razão e existe quem ache que por ser Y ou Z ou deter o cargo W ou X lhes confere se não sex-appeal, imunidade.
Nem sempre, como se viu."
Margarida(2011)In duas ou Três coisas

Além da auto estima inflacionada que não deixa margem à inibição do autocontrole e permite desfrutes à desfaçatez.

Claro que respeito a espera pelo direito à presunção de inocência, mais ainda o luto dos amigos.Mas...
Isabel Seixas

patricio branco disse...

O que me impresionou mais em tudo isto não foi ser strauss khan, mas a eficacia das policia e justiça dos eua. O avião já estava fechado e na pista e foram lá buscá-lo, independentemente de ser uma importante personalidade internacional; fizeram-no com discrição e sem escandalo; era fim de semana, mas a maquina policial trabalhou igualmente, instruindo o processo; devia ser apresentado ao juiz no domingo,etc, etc
e o fmi continuará a funcionar normalmente, mesmo sem strauss khan.

patricio branco disse...

As mesmas policia e justiça que em 6 meses detiveram, investigaram, instruiram o processo e para julgar e condenar o bob madoff que agora vive na prisão, com o seu casaco cinzento e gorro misturando-se no patio com os outros presos.
Casos diferentes, claro, madoff e khan, mas a mesma eficacia das autoridades dos eua a investigar e julgar o delito.

Anónimo disse...

Só para relembrar...estamos a falar de uma figura proeminente da economia mundial que está acusado de crimes, que irá responder por eles, MAS QUE NÃO FOI JULGADO PELA JUSTIÇA...A INOCÊNCIA É UM DOS PRATOS DESTA BALANÇA.

Eduardo Antunes

LP disse...

Todos nós conhecemos aqueles filmes de tramas politicas / económicas, que muitos apelidam de "filmes sem cérebro" (alguns claro que sim)e um muito conhecido com Michael Douglas e Demi Moore: Disclosure. Se fosse pelo tribunal popular, o homem já estava preso e castrado. Depois outros tribunais menos populares que o absolviam só por ser quem é. É por isto que a justiça tem de ser fria e colegial.

No entanto, se fosse o "Zé das pevides", não havia senso comum que duvidasse da acusação.

O que infelizmente me apercebo que para o bem ou para o mal, nunca é o ser humano que pesa - os seus sentimentos, as suas virtudes sociais - mas sim o cargo que ocupa ou à familia a que pertence.

Anónimo disse...

Esquecem-se, alguns, de que a impunidade e complacência europeias não se estendem aos EUA, única democracia onde os ricos e poderosos são presos e mantidos na prisão.
No caso concreto, não sei se DSK é culpado ou inocente. O seu passado, porém, não abona em seu favor. As desculpas públicas que, recentemente, foi obrigado a pedir não são invenções maquiavélicas nem maquinações internacionais, como já li hoje na imprensa a propósito da acusação que originou a sua detenção.
Não deixo de registar, no entanto, a condescendência de muitos dos comentários acima. Todos eles europeus, obviamente!
A fundamental presunção de inocência até ao trânsito em julgado não deve, em caso algum, confundir-se com qualquer espécie de atestado ou declaração abonatória do arguido.

JR

João Manuel disse...

Ao ler certos comentários, acho que as informações feitas por uns usuários revelam demasiada imaginação de parte deles. Por favor, leiam com cuidado as informações e não as interpretem! Por minha parte, tenho muita dificuldade em acreditar que um homem deste nível possa ter acossado uma empregada, por muito linda que ela fosse, quando o seu nível de vida lhe permite dar-se ao luxo de comprar serviços sexuais efectuados por profissionais, sobre tudo nesse país tão puritano. De qualquer forma, se ele for acusado, espero que não será por um erro judicial. É verdade que confio pouco na justiça e é óbvio que o “Homem é um lobo para o Homem”. Ao ler detalhadamente as informações desde ontem, acabo por ter muitas perguntas e acreditar num complô: Como é possível que o jovem Jonathan Pinet, militante UMP, já sabia da detenção do DSK antes mesmo de qualquer jornalista ou do estado francês? Porque é que se diz na vizinhança do Sarkozy que o que aconteceu foi demasiado cedo (“c’était trop tôt”)?, e muitas outras …

Helena Sacadura Cabral disse...

Caro Alcipe
Não fora o facto de já anteriormente DSK ter tido que pedir publicamente desculpas por uma "relação consentida" com uma senhora casada e este incidente não teria grande relevância que não fosse para a direita francesa e para Anne Sinclair.
De facto, a vida sexual seja de quem for não deveria rigorosamente interessar senão os próprios.
Nesta nova situação, a presunção de inocência é uma regra fundamental do direito, que deve ser respeitada.
Mas a sua frase " não pôde haver violação nenhuma, porque a rapariga não resistiu com força suficiente para impedir o acusado de sair do quarto!" é lapidar e conseguiu, num assunto tão sério, fazer-me rir.
Ai! como o humor, quando oportuno, pode ser sibilino...

Anónimo disse...

Pertinentes comentários, os de JR e de HSC. O putativo candidato socialista tem tarefa difícil à sua frente. A figura não me suscita particular simpatia. Seja: é presumível inocente. Aguardemos pois com calma a celeridade do processo.
Por cá, recomendaria alguma contenção na linguagem. Sobretudo quando se comenta, ou se é entrevistado na televisão. Sem dúvida, coisa muito menor com o caso DSK/FMI.
Albano

Anónimo disse...

Sem querer opinar se considero o DSK culpado ou inocente, apenas considero muita coincidência que os americanos estejam outra vez na sua máxima força como os "patrões do mundo": primeiro a morte do Bin Laden e agora a prisão do actual segundo homem mais poderoso a seguir ao Obama.

Não acredito em coincidências... nem que o Twitter e o Facebook sejam mais rápidos que os órgãos de comunicação social!

Também não fico muito impressionada com a rapidez da justiça americana em relação aos ditos "poderosos" porque acabei de ler que o DSK incorre numa pena até 20 anos e não me lembro dessa rigidez penal aquando dos episódios similares da "Sala Oval"...

Vamos esperar para ver quem será o sucessor de DSK na presidência do FMI e os interesses políticos associados. Afinal não é só em França que há eleições presidenciais em 2012 e nada está decidido!

Isabel BP

Anónimo disse...

De facto o comentário da Isabel BP...
Dá que pensar.

"Não me lembro dessa rigidez penal aquando dos episódios similares da "Sala Oval"... "

Isabel seixas

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