quinta-feira, janeiro 14, 2010

Google


Há muito que havia quem previsse que, cedo ou tarde, a globalização (ou mundialização, como dizem os franceses) da internet poderia ser fortemente ameaçada. Vários países condicionam já o acesso dos seus internautas ao espaço global, intervindo nos respectivos servidores. Um "corte de relações" total não ocorreu ainda, mas a actual crise entre a Google e China já não surpreende ninguém.

A "net" é um meio complexo, passível de distorções e fonte de muitos equívocos. Mas, por cima de tudo isso, ela criou um espaço ímpar de comunicação, de intercâmbio e de divulgação do conhecimento. Julgo que isso é incontestável. Sem a menor dúvida, há dois tempos históricos na comunicação universal: antes e depois da internet.

A diplomacia tem as suas regras e a "realpolitik" também. Por isso, apenas digo que, para mim, o direito ao usufruto da internet é hoje uma das liberdades fundamentais que nos compete proteger.

9 comentários:

Anónimo disse...

Aqui há uns anos, quando a Net dava os primeiros passos, sobretudo em Portugal e era por conseguinte desconhecida de muitos, cabia-me a mim, na então Direcção de Serviços da América do Norte, representar o MNE em reuniões com os norte-americanos da Embaixada em Lisboa e representantes da Fundação Lusa-Americana, a fim de discutir, entre outras questões a atribuição de bolsas. Num determinado dia, a certa altura, uma representante americana pergunta-me: “tem Internet? Faz uso dela já?” Fiquei algo perplexo com a pergunta. Tinha ouvido uma referência qualquer à Net, mas não fazia a menor ideia ainda no que consistia em termos exactos. E foi com uma desculpa muito trapalhona que lhe respondi. Ela riu-se, percebeu muito bem que eu estava “a Leste” do assunto, mas não disse mais nada e a reunião prosseguiu (recordo-me de na ocasião termos “chumbado” um dos pretendentes a uma das bolsas em causa e que, anos passados, ocupa hoje um lugar de S.E. ; coisas da vida!). E, actualmente, funciono com a Net e o computador como se o fizesse há anos. E sou totalmente dependente d ambos! A rapidez com que nos tempos modernos as coisas evoluem é absolutamente extraordinário!
Adido de Embaixada
PS: para quem é de outra geração, como a minha, é quase como recordar quando os nossos pais e avós nos levavam até ao aeroporto só para ver os aviões a aterrar e a levantar voo. Alguém imagina semelhante coisa hoje?

Unknown disse...

Senhor Embaixador

Rogo a VªExª por melhor utilização de passível.

Passível- Susceptível de sensações, jamais para o singelo susceptível.

Desculpe o meu atrevimento

J. Arnaldo D.R.
jarnaldodr@gmail.com

Anónimo disse...

Subscrevo...
Isabel Seixas

margarida disse...

(breve nota ao exclentíssimo senhor adido, por mão do generoso anfitrião)

Ir ao aeroporto ver os aviões? Sim, ainda sucede... :)
E verr os barcos atracarem; e partirem...
A vertigem do presente, já tão mesclado com o futuro, não faz desvanecer o passado de onde chegamos.
Este é a herança primeva, a matriz, o cerne de quem conseguimos hoje, quase por milagre, ser.
Não existirem coisas,ferramentas, possibilidades ou novidades era, como é e será, uma circunstância que o espírito e o génio sempre ultrapassarão.
Na verdade, podemos viver com muito pouco. Com quase nada.
Iludimo-nos, simplemente, com o brilho maravilhoso de todas estas "janelas" inauditas ontem e que amanhã serão memória, também elas.

Esquecemos - tantas vezes - o essencial.
E o essencial já sabemos...
:)
Todos sabemos.
Cuidado para o não esquecermos.

Julia Macias-Valet disse...

Apenas algumas datas que mudaram o mundo (da comunicaçao e nao so):

Em 1972 Robert Kahn inventou a palavra "internet".

Em 1998 Larry Page et Sergey Brin criam a empresa Google, a qual se deu como missao : organisar a informaçao à escala mundial e torna-la universalmente acessivel e util.
Nessa mesma altura Al Gore baptizou (ou batizou ?) esta mega rede de contactos à distância como "As auto-estradas da informaçao".

E depois de tanto caminho percorrido e de se circular em auto-estradas quem é que tem vontade de voltar a andar por "caminhos de cabras" ?

Anónimo disse...

Dependente da Net, eu? Claro, óbvio, certo - que sim. Também me lembro de - quando o DN se informatizava - ter dito que já não eram coisas para a minha idade e que iria pedir a reforma.

E foi o meu filho mais velho que me disse que não pensasse nisso e que ele me ia metre os computadores na cabeça, assim a modos de como dizia o nosso Raul Soldado: meu filho, quer queiras, quer não, vais ser bombeiro voluntário.

Hoje, passo sem o cigarro, velho companheiro de desoras, sem a cafeína da bica e por aí fora - mas não passo sem a Internet. Pelos vistos, a RPC quer que os seus cibernautas passem. É a democracia informática a la Pequim. Ou Beijing.

Francisco Seixas da Costa disse...

Caro José Arnaldo: Cheguei a uma idade em que já me é dado, não apenas ter dúvidas, mas igualmente assumi-las. Por isso, como tive dúvidas, fui ver - embora, infelizmente, não tenha comigo todos os meus dicionários, deste o Moraes ao Cândido de Figueiredo, do Lello ao Torrinha, além de outros).

E o que também encontrei, para além do que referiu, para o "passível"? O seguinte:

1. "susceptível de ter sofrimentos, sujeito a sofrer" (Porto Editora);
2. "que fica sujeito a" (Grande Dicionário da Língua Portuguesa, José Pedro Machado);
3."que pode sofrer certos efeitos", tal como em "passível de multa" (Novo Dicionário Aurélio);
4. sinónimo de "susceptível" (Dicionário da Língua Portuguesa, Academia das Ciências de Lisboa)

Se considerasse ter errado corrigiria, pode crer. Mas, de qualquer forma, fico muito grato pela atenção à minha escrita.

Anónimo disse...

FSC - 1 : JA - 0

Anónimo disse...

Eu diria mais:

Dicionário Houaiss de Sinónimos e Antónimos - Passível: apto, capaz, sujeito, susceptível

Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa - Passível: susceptível de experimentar boas ou más sensações ou de ser objecto de certas acções

Davos

Deve ter graça estar em Davos, por estes dias. Os maluquinhos das teorias da conspiração, os mesmo que acham que Bilderberg tem qualquer imp...