Um ano passou sobre a eleição de Barack Obama. As discussões sobre o "saldo" destes primeiros meses provam que o novo presidente americano é uma óbvia vítima da elevada expectativa que criou à sua volta.
Se tivesse sido John Mc'Cain a ganhar, muito provavelmente não estaria a ser "cobrado" como agora acontece com Obama, em quem se concentraram esperanças de cura de todos os males da América. E até do mundo.
Reconheça-se que muitas coisas não correram bem, até agora. Algumas delas relevam da insuperada rigidez do sistema americano, como a reforma da saúde ou o imbróglio sobre Guantánamo, a que acrescem os efeitos da crise económica. Outras derivam de uma situação internacional onde os EUA descobrem os limites para que a sua influência e o seu voluntarismo sejam determinantes, como no caso de Israel, ou que não bastam tropas para ganhar as guerras, como acontece no Iraque ou no Afeganistão.
A constatação de algum desapontamento neste primeiro ano de mandato do presidente americano, tanto na sua opinião pública como no exterior, não nos deve levar a conclusões apressadas. George W. Bush começou bem alto nas sondagens e acabou como acabou. Obama poderia repetir Mark Twain, dizendo que as notícias sobre a sua morte política são muito exageradas. Por muito que isso contrarie os seus adversários.
Reconheça-se que muitas coisas não correram bem, até agora. Algumas delas relevam da insuperada rigidez do sistema americano, como a reforma da saúde ou o imbróglio sobre Guantánamo, a que acrescem os efeitos da crise económica. Outras derivam de uma situação internacional onde os EUA descobrem os limites para que a sua influência e o seu voluntarismo sejam determinantes, como no caso de Israel, ou que não bastam tropas para ganhar as guerras, como acontece no Iraque ou no Afeganistão.
A constatação de algum desapontamento neste primeiro ano de mandato do presidente americano, tanto na sua opinião pública como no exterior, não nos deve levar a conclusões apressadas. George W. Bush começou bem alto nas sondagens e acabou como acabou. Obama poderia repetir Mark Twain, dizendo que as notícias sobre a sua morte política são muito exageradas. Por muito que isso contrarie os seus adversários.
6 comentários:
Senhor Embaixador
Escrevi há dias um post sobre Obama. E nele teci algumas considerações que aqui estão. Mas quando se aceita um prémio Nobel da Paz, quando se tem a popularidade em 50%, quando o próprio partido está a dar sinais de fractura, quando os independentes e os reformados, uma das suas bases de apoio estão a fugir, quando Guantanamo resiste, e se mantêm duas frentes de guerra, algo está a fugir das mãos do Presidente.
É preciso dar-lhe tempo, diz-se. Mas será de tempo que ele precisa? Se em 2010 perder a maioria no Senado onde já houve rombos, como vai ele fazer passar as leis que pretende fazer implementar?
Senhor Embaixador
Um dos comentários a esse post, aliás bem sério, no final, para aliviar um pouco o tom remetia-me para o vídeo:
http://video.yahoo.com/watch/6686597
É um humor negro - sem intenção, atente-se - mas que faz pensar...
Obama
Tem conseguido fazer mais pelas reformas sociais e com uma oposição conservadora fortíssima (incluindo no Partido Democrático!) do que a social democracia europeia!
Claro que os contextos são bem diferentes : na Europa, apesar da Thatcher, não conseguiram desmantelar o Estado social, para grande desgosto do Dr José Manuel Fernandes... Nos EUA, o pouco Estado social que o Roosevelt e o Johnson deixaram tinha sido já quase todo arrasado pelo Reagan com a desregulamentação financeira e os favores fiscais do Bush Filho para completar!
Ainda assim, antes o Obama que o Blair da Terceira Via!
A eleição de Barack Obama deixou, mesmo por cá, muita gente desconfortável. São pessoas que, na sua maioria, evitaram sempre criticar a pouco saudosa Administração cessante de George W. Bush. E que agora rejubilam, ainda que disfarçadamente, com este momento difícil, de menor aceitação pública interna de Obama. Num artigo assinado pelo Presidente norte-americano, transcrito no Expresso deste fim-de-semana, propósito do Haiti, pode ver-se a enorme diferença entre alguém como Obama e o seu antecessor (a propósito da utilização de meios militares para fins pacíficos, como o de ajudar a reabilitar um país como aquele, que ficou praticamente sem capacidade de se administrar a si próprio). E é triste ver a sua “luta” pela reforma da saúde “manchada” agora pela derrota do candidato Democrata no Estado do Massachutes, o mesmo que até há pouco elegera sucessivamente alguém que tanto lutou por essa reforma, como foi o caso de Edward Kennedy. Obama, quando iniciou o seu mandato histórico tinha pela frente diversos e muito difíceis desafios, designadamente a situação económica interna (que herdara), sobretudo com o eclodir da crise, e restaurar a imagem internacional dos EUA, não só como parceiro especial no seio da Comunidade Internacional, mas, sobretudo, como líder respeitável e credível dessa mesma C.I. Julgo que tem dado os passos certos no sentido de resolver essas duas primordiais questões. Há que dar- lhe tempo e o benefício da dúvida. Por mim, enquanto cidadão dessa C.I. dou-lhe, de bom grado, esse benefício. E depois, julgar um Presidente apenas ao fim de um ano será talvez excessivo. É certo que, como aqui diz FSC, que nem tudo, entretanto, correu bem. Mas concordo com a frase do Embaixador aqui, ao referir que não se deverão retirar conclusões apressadas. Ainda faltam mais 3 anos. Aguardemos pois.
P.Rufino
O Alcipe quis dizer José Manuel Fernandes ou José Manuel Barroso? Só para conferir.
Concordo plenamente com as opiniões de P. Rufino e Alcipe. Obama merece que lhe seja dado tempo para levar a cabo as reformas que prometeu. Como diz P. Rufino, aguardemos.
Mais dificil é de crer numa retirada rapida do Iraque e do Afganistão...
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